terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Retrospectiva 2009- Judô

O judô brasileiro, dentro dos tatames, teve um ano não muito bom. Saiu sem medalhas do mundial, conquistou apenas um ouro em Grand Slams, viu seu bicampeão mundial machucado e impossibilitado de lutar pelo tri. Porém, fora dos tatames, o país teve vitórias políticas importantes. No novo calendário da Federação Internacional, são quatro os grandes torneios no ano, chamados de Grand Slam, e um deles é realizado no Rio de Janeiro. Além disso, o árbitro Edson Minakawa foi eleito o melhor do mundo.

2009 começou com muitas mudanças no judô. A mudança no modo de classificação para as Olimpíadas de 2012, agora por ranking individual mundial e não por país. Além disso, o calendário foi todo remodelado e agora os mundiais acontecem todos os anos(menos nos anos de Olimpíadas), teremos quatro Grand Slams(Moscou, Paris, Rio e Tóquio) e um masters reunindo os 16 melhores de cada categoria.

E 2009 terminou também com mudanças. As regras testadas durante todo ano, como a repescagem apenas para eliminados nas quartas-de-final e golden score reduzido para três minutos, e o fim do golpe de koka foram aceitas e seguem para 2010. Além disso, no fim de 2009 foi proibida a catada de perna e será apenas um juiz de combate enquanto os outros acompanham pelas câmeras instaladas nos locais de luta.
Tantas mudanças nas regras e também no judô brasileiro. Para 2010, três dos principais lutadores brasileiros subiram de peso. João Derly subiu de até 66kg para até 73kg, Leandro Guilheiro subiu de até 73kg para até 81kg e Mayra Aguiar agora luta até 78kg e não mais até 70kg.
Daniel Hernandes foi o nome do ano no judô masculino. Com duas Olimpíadas nas costas, o peso pesado viveu anos difíceis entre 2005 e 2008 mas voltou com tudo nesse ano. Levou o único ouro brasileiro em Grand Slam, conquistado no Rio de Janeiro com vitórias sobre campeões olímpicos e mundiais. Além disso, foi o melhor resultado no mundial, quando conquistou a quinta posição pela quinta vez na carreira em um torneio desse nível.
Os medalhistas olímpicos em 2008 Thiago Camilo e Leandro Guilheiro sofreram com a falta de repescagem. Os dois enfrentaram os atletas que se tornariam campeões mundiais. Thiago levou um ippon em menos de dois minutos logo na estreia e, assim, ficou de fora da luta até mesmo do bronze. Leandro foi mais longe, venceu duas lutas, mas também caiu antes de poder voltar a lutar pelo bronze.
Leandro teve um ano proveitoso na categoria até 73kg e mostrou que pode ser competitivo também em sua nova categoria, até 81kg. Ele conquistou a prata no Grand Slam do Rio e, em dezembro, o bronze no Grand Slam de Tóquio, já no novo peso.

Outro que conseguiu bons resultados foi o campeão mundial de 2007 Luciano Correia. Ele ficou em nono no mundial e terminou a temporada com um vice campeonato no Grand Slam da Rússia e outro no Brasil, além de sétimo no mundial.
No feminino, o resultado foi bom mas ainda não o ideal. Sarah Menezes e Rafaela Silva lutaram muito bem, venceram ao todo quatro lutas cada mas ficaram a um passo do pódio, na quinta posição. As duas são jovens e tem um longo futuro pela frente.

Prova disso é que Sarah foi bicampeã mundial sub-20 dias depois. Semana passada, levou o PrÊmio Brasil Olímpico de melhor atleta do ano em todos os esportes feminino. Uma vitória contestada pois ela teve apoio da campanha do governador do Piauí, local onde nasceu e treina até hoje.
Sarah teve excelentes resultados no ano. Foi bronze nos Grand Slams do Rio e de Toquio, esse último ela saiu contundida mas nada que atrapalhe seu ano de 2010. Ainda levou dois ouros em etapas de Copa do Mundo.

Outros judocas que se destacaram conseguiram vaga no Masters da Coreia, em janeiro, que encerra a temporada do judô. Conseguiram ficar entre os 16 primeiros no ranking mundial os seguintes atletas: Sarah Menezes (-48kg), Erika Miranda (-52kg), Rafaela Silva (-57kg), Leandro Cunha (-66kg), Leandro Guilheiro (-73kg), Hugo Pessanha (-90kg), Tiago Camilo (-90kg), Luciano Correa (-100kg), Daniel Hernandes (+100kg) e Walter Santos (+100kg).
É a sétima seleção com mais atletas entre os 16 melhores, o que mostra que o judô nacional está no topo do mundo, apesar de sair sem medalhas em 2009.

O ranking mundial tem pontos, além de grand slams e de Copas do Mundo, de campeonatos Pan-americanos que são anuais. O Brasil não teve um grande desempenho e levou apenas dois ouros individuais em categorias olímpicas, com Leandro Guilheiro e João Derly. Foram outras sete pratas e três bronzes, além dos títulos por equipes e na categoria absoluto masculino, que não são olímpicos.
A seleção, porém, segue com problemas em algumas categorias. Os mais leves do masculino seguem os mais carentes da seleção. Com Denílson Lourenço subindo de categoria para até 66kg, os ligeiros ficaram sem um atleta experiente. Para 2010, os judocas são Breno Alves, Ricardo Ayres e Felipe Kitada. Breno disputou o mundial de 2007 e caiu na segunda luta, Felipe e Ricardo são promessas para categoria até 60kg.

DO outro lado da moeda, as mais pesadas não vêm conseguindo bons resultados. A categoria acima de 78kg segue muito carente e, sem a veterana Priscilla Marques, tem Maria Suellen e Aline Puglia. A categoria até 70kg e até 63kg tem atletas desconhecidas inclusive para quem acompanha o esporte de perto: Laisa Santana e Mariana Silva e Helena Romanelli e Glaucia Lima. O que esperar delas? Nem eu sei.
Dentro do pais, torneios interessantes entre clubes depois de um susto no inicio do ano. Com a crise mundial, A Gama Filho, entidade que abrigava grandes nomes do judô nacional como o medalha de bronze no mundial de 2007 e quadrifinalista olímpico em 2008 João Gabriel e a medalha de prata no Pan de 2007 Daniela Polzin, resolveu fechar as portas e abandonou o judô.
Porém, os atletas foram "patriados" pela Universidade Castello Branco.
Nos torneios, A equipe Oi/Sogipa Reação (RS) foi a campeã do Grand Prix Nacional de Clubes 2009, encerrado vencendo o Esporte Clube Pinheiros (SP) por 3 lutas a 1 no combate final. No masculino, Belo Dente/Minas Tênis Clube levou o caneco, superando na final o USCS/São Caetano por 3 lutas a 1.
Foi um campeonato interessante com os clubes se reforçando com atletas internacionais, como foi o caso da Sogipa que trouxe a colombiana campeã mundial. Um campeonato que vem crescendo ano a ano.
Troféu Brasil Interclubes, realizado em Porto Alegre. No feminino, a Sogipa liderou o quadro de medalhas com dois ouros e três pratas. No masculino, o Minas ficou com a primeira colocação, com três ouros e três bronzes
Na base, tivemos um mundial sub-20 ambiguo. Gratificante e preocupante ao mesmo tempo a participsção brasileira no mundial sub-20 de judô, disputado em Paris nessa semana. Gratificante pelo desempenho das meninas, com quatro das sete atletas ficando entre as cinco primeiras, com três medalhas, uma de ouro e duas de bronze de nossas atletas. Preocupante no masculino. Não temos um campeão mundial na categoria desde 2002 e, nesse ano, não tivemos sequer uma medalha. Além disso, tivamos a maioria dos atletas caindo na primeira rodada.

No mundial sub-17, classificatório para os Jogos da Juventude, sucesso. Ao fim do I Campeonato Mundial Cadete (Sub-17), em Budapeste, o Brasil conquistou cinco medalhas (1 ouro, 2 prata, 2 bronzes), terminando na quarta posição no quadro de medalhas entre 74 países participantes e 22 que subiram ao pódio na competição.
Além das medalhas de Flávia Gomes (ouro, -57kg); Matheus Machado ( -60kg) e Henrique Silva (-81kg), ambos prata; e Tainã Nery (-70kg) e Samantha Soares (+70kg, bronze, o Brasil ficou em quinto lugar com Ricardo Serrão (-73kg) e sétimo lugar com Delan Monte (-90kg) e Gabriela Chibana (-44kg).

Nas Américas, a base também reina.Com 12 ouros, duas pratas e dois bronzes, o Brasil faturou o Campeonato Pan-Americano sub 15, disputado em Porto Alegre. No feminino, foram seis ouros e duas pratas enquanto no masculino seis ouros e dois bronzes. No pan sub-13, o domínio foi maior ainda, com 16 ouros em 16 categorias. Após a disputa do Pan-Americano Juvenil e Júnior, a nova geração de judocas retorna para o país com 30 medalhas na bagagem, sendo 28 de ouro e duas de bronze.
No sul-americano junior e juvenil, 32 pódios no sendo mais uma vez o grande campeão da competição. oram conquistadas 32 medalhas, sendo: 23 de ouro, sete de prata e duas de bronze.
O ano de 2010 é de mundial, que agora acontece todos os anos. Ficou um gosto amargo em 2009 em um mundial em branco, mas a certeza que temos bons atletas na maioria das categorias. 2010 agora vale para o ranking de classificação olímpica, em que os 22 melhores de cada categoria no masculino se classificam e os 14 melhores no feminino levam a vaga.A corrida começou. E além de brigar pelo ranking, os brasileiros terão de lutar contra os compatriotas, principalmente em catregorias fortes no Brasil.

SELEÇÃO BRASILEIRA PARA 2010
Seleção Brasileira 2010-48kg: Sarah Menezes (pré-classificada pelo ranking mundial) e Daniela Polzin- -52kg: Erika Miranda (pré-classificada pelo ranking mundial) e Andressa Fernandes-57kg: Rafaela Silva (pré-classificada pelo ranking mundial), Ketleyn Quadros e Josiane Falco-63kg: Laisa Santana e Mariana Silva-70kg: Helena Romanelli e Glaucia Lima-78kg: Mayra Aguiar e Steffani Lupetti+78kg: Maria Suellen e Aline Puglia-60kg: Breno Alves, Ricardo Ayres e Felipe Kitadai-66kg: Leandro Cunha (pré-classificado pelo ranking mundial) e Alex Pombo-73kg: Bruno Mendonça e Marcelo Contini-81kg: Nacif Elias (pré-classificado pelo ranking mundial), Flávio Canto (pré-classificado pelo ranking mundial) e Leandro Guilheiro-90kg: Hugo Pessanha (pré-classificado pelo ranking mundial), Tiago Camilo (pré-classificado pelo ranking mundial) e Eduardo Santos (pré-classificado pelo ranking mundial)-100kg: Luciano Corrêa (pré-classificado pelo ranking mundial), Leonardo Leite (pré-classificado pelo ranking mundial) e Leandro Gonçalves+100kg: Daniel Hernandes (pré-classificado pelo ranking mundial), Walter Santos (pré-classificado pelo ranking mundial) e Rafael Silva

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