Atletismo e judô- momentos distintos

A participação do Brasil no mundial de judô realmente foi ruim. Uma seleção que tinha dois medalhistas olímpicos, um campeão mundial, um campeão de Grand Slam e novas promessas realmente não poderiam ter voltado sem medalhas. Uma participação totalmente decepcionante.

Porém, não confundam o que acontece com o judô com o que acontece com o atletismo nacional. O esporte mais nobre do mundo está em baixa aqui no Brasil, sem novas promessas, atletas machucados e poucos brigando diretamente por uma medalha. Já o judô, apesar do péssimo resultado neste mundial, tem atletas de talento, veteranos "voltando a ativa", campeões nas categorias de base, novas promessas já no adulto além de atletas consagrados com medalhas olímpicas e mundiais.

O judô tem uma base sólida no Brasil. Tem, com algumas exceções como nas categorias mais pesadas feminino e na mais leve do masculino, três ou até quatro atletas capazes de brigar entre os melhores do mundo.Basta lembrar que o bi campeão mundial João Derly, nosso sétimo colocado em Pequim Eduardo Santos, nosso medalhista de bronze no último mundial João Gabriel e nossas melhores judocas, Edinanci e Mayra, não foram ao mundial.

Apenas três quintos lugares em 13 categorias realmente foi um péssimo resultado. Entretanto, esses quintos lugares foram de """caras novas""". Não em termos de idade, já que Daniel Hernandez já passou dos 30, mas em termos dos últimos resultados. Ele, Sarah e Rafaela não tinham conquistados resultados tão expressivos em mundiais e Olimpíadas, e agora provaram que brigar pelo pódios eles conseguem.

Decepção mesmo com Leandro Guilheiro, que venceu duas lutas e perdeu de uma forma boba nas oitavas-de-final. Assumiu que realmente não lutou bem, mas sabemos que está entre os melhores do mundo. Campanha parecida com a de Luciano Correa, também eliminado após duas vitórias. Thiago Camilo não esteve bem em sua nova categoria, errou em sua luta, mas é bom lembrar que ele perdeu para o campeão mundial, o melhor judoca de todo o campeonato.

Outro problema que vimos em nossos atletas foi como NÃO saber administrar uma luta. Rafaela Silva estava vencendo sua luta e sofreu um ippon, o mesmo acontecendo como nosso "Coxinha". Daniel Hernandez vencia sua luta de quartas-de-final e sofreu um ippon bobo. Danielli Yuri também vencia sua luta e perdeu no último minuto. Outro problema que assola é a falta de um atleta novo na categoria até 60kg, em que Denílson não "acha" um substituto, e a falta de atletas brasileiras nas categorias mais pesadas.

Um campeonato ruim, mas não é o fim do mundo, ao contrário do que aconteceu com o atletismo, que está cada vez mais no fundo do poço. Temos seis até oito judocas que poderiam ter saído com medalhas, mas sorteio das chaves não ajudaram, ou um momento de descuido, ou que realmente foram superados em combates que poderiam ter tido um final diferente. A nova regra da repescagem ainda complicou nossas chances, já que apenas quem perde nas quartas-de-final tem chances de volta.

Lembrando que já em 2010 teremos um novo campeonato mundial, quem sabe para nos redimirmos. Quem sabe com o pódio de Daniel Hernandez, que pela quinta vez ficou na quinta posição em um mundial, quem sabe com o pódio de nossas jovens atletas, Sarah e Rafaela, quem sabe não teremos a redenção de quem nos decepcionou nesse mundial, como Luciano, Thiago e Leandro. Ou em 2010, em que teremos a volta de Edinanci e Mayra, a equipe feminina fica ainda mais homegenia, faltando apenas uma atleta forte nos pesados.

Amanhã o blog "solta" um resumo sobre o campeonato mundial de judô, com os resultados, quadro de medalhas.

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