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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Livros Olímpicos

Um dos livros mais conhecidos sobre olimpíadas no Brasil é o de Silvio Lancelotti, Olimpíadas 100 anos, que resume bem o que aconteceu em cada uma das provas disputadas em toda história do evento, de 1896 até 1992.

É o único livro do Brasil que resume prova por prova. Além dos resultados, tem um mini texto, algumas vezes grande texto, sobre cada uma das provas. Até mesmo das olimpíadas de 1896, provas como o cabo de guerra, tem uma explicação sobre as regras e até mesmo uma mini biografia dos vencedores.
Em provas históricas, como os 100m rasos de 1988 ou a final do basquete de 1972, os textos são completos e vão além do que todos já sabem. Não explicam só que Ben Jonhson foi dopado e sim uma história completa de tudo que aconteceu, o antes, durante e o depois.
Legal também o texto antes de cada olimpíada, bem grande, informado como foi o evento, os bastidores, os problemas gerais, a história do país. Textos completos e históricos, algo que não se tem em português. Só esse livro
Vale a pena comprar. O "problema" é que os resultados vão "apenas" até 1992. Que eu saiba, não tem uma nova edição atualizada. Posso estar errado.

sábado, 23 de maio de 2009

Livros Olímpicos 1896 Atenas 2004-- História dos Jogos Olímpicos- editora CARAS

O livro de Edgardo Martolio, publicado pouco depois dos Jogos de Atenas, contém três volumes. O primeiro trás, entre muitas outras informações, os vencedores ano a ano, olimpíada a olimpíada, enquanto o segundo volume trás um interessante estudo, com os campeões olímpicos, prova a prova, podendo assim se perceber quem que tem o domínio em cada uma das competições. Já o terceiro volume trás um especial sobre o Brasil, com todos os detalhes das participações olímpicas desde 1920 e com uma interessante abordagem sobre todos os países do mundo.

Além de trazer esses resultados e números, o livro trás algumas curiosidades das provas, contando detalhes de algumas das maiores conquistas da história. São livros com fotos de alta definição, geralmente oucupando um terço da página, e muito bonito estéticamente.

Vale muito a pena para os apaixonados por esporte obter esses livros. São mais de 2000 páginas de muita informação sobre a história dos Jogos.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Tênis no Brasil: de Maria Esther Bueno a Gustavo Kuerte

O livro "Tênis no Brasil: de Maria Esther Bueno a Gustavo Kuerten", de Gianni Carta e Roberto Marcher trás ao leitor uma completa história do tênis nacional, desde os anos 1960, quando Maria Esther Bueno venceu trÊs vezes o Torneio de Winbledon e era uma das melhores, se não a melhor, jogadora daquela década até os aureos tempos de Guga, tricampeão de Roland Garros em 1997, 2000 e 2001.

Bem dividido, a obra trás muitas páginas sobre tenistas "menos conhecidos" do público brasileiro, como Luiz Mattar, Cássio Motta, Niege Dias, Patrícia Medrado, que fizeram parte da história do esporte nacional..

Guga ocupa 13 páginas do livro, onde conta, com suas palavras, desde quando iniciou no tênis, o trauma de perder o pai na infância, até conquistar a ambicionada posição de número 1 do mundo, e se transformar no maior ídolo do esporte no país.

São 400 páginas de muito tênis, com ilustrações, e entrevistas dos principais jogadores da história do Brasil.

LEIA MAIS
Livros Olímpicos- Brasil no berço dos Jogos Olímpicos- 2004
Livros Olímpicos- Olimpíada 1932: Uma aventura brasileira na terra do cinema
Livros Olímpicos- Heróis da América

sábado, 21 de março de 2009

Livros Olímpicos- Atenas 2004- O Brasil no berço dos Jogos Olímpicos

O Livro do COB trás um resumo da participação brasileira nas olimpíadas de Atenas 2004. Ao contrário dos livros do COB sobre as olimpíadas, o de 2004 trás textos, produzidos por Oscar Valporto, que resumem a cada dia o que de melhor aconteceu para os atletas brasileiros, com entrevistas e detalhes que não se viu em lugar nenhum.

Os especiais sobre as olimpíadas de 96 e 2000 só vinham com fotos e legendas, além de todos os resultados, mas sem grandes textos. Isso foi o mais especial dos Jogos Olímpicos de 2004.
Além disso, o livro é atualizado, já com a medalha de ouro de Rodrigo Pessoa, que tinha conquistado a prata mas com o cavalo do primeiro colocado sendo pego no dopping, ele ficou na primeira posição.

Com belíssimas fotos, a obra tem uma aparência muito boa.

Para ver um resumo da participação brasileira nas olimpíadas de 2004, vale a pena comprar o livro, produzido pelo COB, que trás ainda todos os resultados dos brasileiros.

E estou a espera do especial do COB sobre as olimpíadas de 2008

quinta-feira, 12 de março de 2009

livros olímpicos -Uma aventura olímpica na terra do cinema- Thiago Petrik

O Brasil já participou de 20 edições das olimpíadas, ganhou medalhas em 17 delas. O que levaria a um autor escrever sobre uma das três olimpíadas que o Brasil sequer subiu ao pódio?
A história da olimpíada de 1932 é no mínimo cômica e o autor Thiago Petrick escreveu uma obra inteira somente contando a história dos 82 atletas que viajaram de navio rumo a outro hemisfério para competir num evento em que sabiam que as chances de medalha era mínimas.

Dos 82 atletas (81 homens e uma mulher) que integravam a delegação brasileira enviada a Los Angeles, somente 67 participaram dos Jogos. Para cada passageiro que deixasse o navio Itaquicê, onde viajaram durante um mês, as autoridades locais cobravam um dólar. Como os recursos eram escassos, os organizadores decidiram que só desceriam os que tinham chances de medalha. Em seguida, os integrantes das equipes de pólo aquático, do remo e do atletismo também receberam autorização para desembarcar.

A missão enviada a Los Angeles ainda guardou outros detalhes curiosos. Um deles é que o navio em questão estava camuflado de barco de guerra para não pagar pedágio no Canal do Panamá. Não adiantou: ao aportar, inspetores subiram a bordo, verificaram que os canhões eram mera decoração e a delegação teve que arcar com o tributo. Além disso, os porões do Itaquicê transportavam 55.000 sacas de café e os atletas tinham o compromisso de vendê-las nos portos durante as paradas do percurso. Quem não desembarcou em São Pedro para os Jogos seguiu viagem até São Francisco para encontrar compradores.

A olimpíada de 1932 foi especial para as mulheres, com a participação de Maria Lenk, primeira mulher sul-americana a participar de uma olimpíada. O livro conta um capítulo especial somente para nossa estrela solitária. Outra capítulo interessante é sobre o time de pólo aquático, que literalmente brigou pela vitória, numa das maiores brigas da história da olimpíada.

Um livro engraçado, que conta o que ninguém conhece de uma das olimpíadas mais confusas para a delegação brasileira. E o melhor é a ligação que o autor faz com o cinema, sempre dando título aos capítulos como se fossem filmes, com uma diagramação sempre lembrando a sétima arte. Realmente fantástico.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Livros Olímpicos- Atleta, substantivo feminino- Oscar Valporto

Mais um livro de Oscar Valporto, ex-assessor de imprensa do Comitê Olímpico Brasileiro. Esse livro, para mim, é muito importante pois conta a vida detalhadamente das principais atletas olímpicas do Brasil, algo que nunca vi na nossa literatura.
Lembrando que no próximo domingo será o dia Internacional da Mulher, dia 8 de março.

O livro é dividido em quatro grandes partes: A primeira, chamada " Pioneiras", conta a história da nadadora Maria Lenk, da corredora Wanda dos Santos, da saltadora ornamental Mary Dalva e da saltadora em altura Aida dos Santos. São histórias que todo mundo precisa conhecer, do preconceito que nossas mulheres sofriam, tanto aqui dentro como lá fora. É emocionante ler a luta dessas mulheres para "apenas disputar" a olimpíada.

A segunda parte, " Novos degraus", mostrou Elisa, nossa fundista, Isabel, nossa jogadora de vôlei, Luisa Parente, nossa primeira grande ginasta e Soraia, nossa judoca em 1992. Oscar conta, com relatos das atletas, as dificuldades sofridas. A história de Soraia André é tocante.

A terceira parte "Rainhas das areias" conta com detalhes as medalhas conquistadas nas olimpíadas de 1996, 2000 e 2004 no vôlei de praia, modalidade que teve seu início olímpico em Atlanta. Lembrando que o livro foi escrito em 2005 e não comenta os Jogos de Pequim.

A última parte, " Conquistas Coletivas", fala de Pretinha e Marta, do futebol, Paula e Janeth no basquete e Virna e Leila no vôlei. São atletas de times que marcaram a história do esporte brasileiro. Pretinha a velha geração do futebol feminino- Quarto lugar nas olimpíadas de 1996 e 2000- e Marta- da nova geração, bi vice campeã olímpica.

No apêndice, o autor ainda mostra todos os resultados de todas as mulheres na história olímpica brasileira.
Excelente obra

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Livros Olímpicos -Volei no Brasil Uma história de grandes manchetes

O Livro " Vôlei no Brasil- Uma História de Grandes Manchetes" é muito bom, bem dividido e que conta a história da modalidade do Brasil analisando campeonatos, contando tudo que aconteceu com a seleção nesses últimos anos, além de um belo capítulo sobre Saquarema, local em que nossas seleções treinam.

Porém, tenho uma crítica a fazer a Oscar Valporto, autor do livro e ex-assessor de imprensa do Comitê Olímpico. O nome de Luciano do Valle não é citado, e todos sabem que quem fez a modalidade crescer no Brasil foi ele, o Luciano do Vôlei, juntamente com a TV Bandeirantes e vejam só, com o hoje presidente do COB Carlos Arthur Nuzman, na época presidente da Confederação Brasileira de Vôlei. Nuzman hoje está em maus lençóis no COB, criticado por todos, mas na época foi essencial para o vôlei.

Apesar desta ressalva, o livro tem uma diagramação excelente, com muitas fotos e textos fáceis de ler e mesmo assim bastante completo. Conta com detalhes a geração de prata do Brasil de 1984 e a de ouro de 1992, além da Geração de Bernardinho, que dominou(e domina apesar da prata em Pequim) o vôlei desde 2001.

O livro pára no mundial de 2006, em que o Brasil levou ouro no masculino e prata no feminino, e conta bem as derrotas de nossas meninas, não escondendo a forma com que não chegaram as vitórias. Expressa bem como foi aquele Brasil e Rússia trágico das olimpíadas de 2004 nas semi finais e o menos doloroso, mas nem por isso esquecido, Brasil e Rússia da final do mundial de 2006, quando as brasileiras abriram 13 a 10 no tie breake mas saíram sem título.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Livros Olímpicos- Herói por nós

Adhemar Ferreira da Silva é um ícone não só no Brasil, como também no mundo. Dois livros estrangeiros que tenho em casa, "1000 campeones olímpicos" e "Olympic Spitit", da Espanha e dos EUA respectivamente, citam ele como um grande nome da história olímpica, não só por ser o primeiro sul-americano bi campeão olímpico mas também por ser culto o bastante para falar fluentemente sete línguas.

E o livro "Herói Por nós- Adhemar Ferreira da Silva, o ouro negro do Brasil", de Tânia Mara conta a história da vida do nosso primeiro bi campeão olímpico, medalhista de ouro no salto triplo nos Jogos de 1952 e 1956, completa, desde no nascimento em 1927 no Bairro da Casa Verde, em São Paulo, até um ano antes de sua morte, em 2000.

O melhor desta obra é que foi terminada antes da morte dele, que aconteceu em janeiro de 2001. No Brasil, existe uma tradição de só ver o valor de um determinado atleta quando ele morrer. E Tânia Mara soube, ao lado da BM &F homenageá-lo antes de sua morte.

A parte mais emocionante do livro, na minha opinião, é a despedida olímpica dele, em 1960, quando uma série de problemas o impediu de disputar a final olímpica, mas mesmo assim ele foi aplaudido de pé pelo estádio inteiro. A obra ainda mostra que, apenas um ano depois, Adhemar ficou sabendo que estava doente, muito doente, com uma turbeculose grangular.
Vale a pena dar uma olhada no livro...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Livros Olímpicos Olimpismo no Brasil: Medalhas e classificações - Sexta em dobro

O livro Olimpismo no Brasil: Medalhas e classificações, de Aristides Almeida e Henrique Nicolini é um livro simples, com o lay-out não muito chamativo, mas tem um atrativo muito interessante: Não consta apenas com os medalhistas brasileiras e sim mostra, a cada olimpíada, os atletas de nosso país que ficou entre os 10 melhores de sua categoria.

C0m isso, os autores demonstram que, para notar o desenvolvimento no esporte no Brasil não precisa focar apenas as medalhas e sim o número de atletas e modalidades que estiveram em finais olímpicas, o que demonstra exatamente como anda o esporte no país. A medalha é um honra, todos nós torcemos e as queremos, mas não indica se o segmento esportivo do país está bom ou ruim. Bas ver que Etiópia, Quênia e Jamaica, que só tem tradição em atletismo, e ainda assim em algumas provas apenas, e mesmo assim terminaram Pequim na frente do Brasil no quadro de medalhas.

Infelizmente, notei um erro neste livro. E só consegui notar esse pois vivi os Jogos de 2000 intensamente, assistindo cada prova e cada participação do Brasil. Na obra, está indicado que Roger Caumo ficou em oitavo lugar na canoagem na edição olímpica de Sydney, o que está equivocado, pois ele foi o último. Isso, exatamente o último dentre os 30 competidores, não se classificando para as semi finais, que reunia os 18 melhores.

Acredito que a oitava posição indicada no livro foi escrita pois nosso atleta ficou na oitava posição em sua série eliminatória. Posteriormente, fui ver que este erro já é redundante na literatura esportiva brasileira. Nos livros do COB, “Sonho e Conquista: o Brasil nos Jogos Olímpicos do Século XX, e no especial sobre os Jogos Olímpicos de 2000, consta essa oitava posição.
Ou seja, um erro que está ocorrendo em todos os livros e dificilmente será concertado, pois não há quem o corrija. Infelizmente

Porém, apesar deste erro, o livro tem uma idéia excelente, que é o de homenagear todos os brasileiros que ficaram entre os 10 primeiros na história olímpica. E, ainda me deu a idéia, de iniciar um especial contando a história de todos os quartos lugares brasileiros na história do maior evento poliesportivo da terra.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sexta em dobro- Livros Olímpicos um atleta mochileiro

O esgrimista João de Souza escreveu um livro contando passo a passo como foi sua tragetória na temporada 2006/07, sempre visando os Jogos Pan-americanos do Rio, evento no qual ele pretendia acabar com o jejum de 32 anos sem medalha na esgrima. E conseguiu

'Um atleta mochileiro" é um livro que deveria ser seguido de exemplo para todos os atletas que tem uma boa história para contar na luta por um objetivo. Com uma linguagem simples, o gaúcho contou como viajou com dinheiro do próprio bolso, as aventuras em quatro continentes nas Copas do Mundo e a felicidade da conquista do bronze no florete do Pan 2007. E eu estava ao vivo, assistindo o combate que lhe garantiu a medalha no Rio de Janeiro.

Além dos detalhes das competições, contando como foram os combates, as derrotas sofridas, as vitórias históricas e os resultados em todas as competições, o livro também trás desabafos do atleta que sofreu longe da família e na solidão durante 5 meses de viagens, competições, na grande maioria das vezes sendo o único atleta brasileiro.

"Vale a pena ler, para saber o que um atleta do esporte amador passa no Brasil para conseguir chegar à seus objetivos" escreve João na orelha do livro. E o perrengue é grande. Burocracia aqui, visto de outros países ali, dinheiro prometido que não entra, técnico que não pode viajar, cidade sem telefone...Vale a pena mesmo!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Livros Olímpicos- O hipismo brasileiro

Um livro que toda modalidade deveria ter. O Livro O HIPISMO BRASILEIRO rejeita qualquer elogio. É grande, bonito, belas imagens e, principalmente, bastante informativo, com ano a ano, a história da modalidade no Brasil.

Escrito por Reynaldo Pedro Guimarães Ferreira, 84 anos, coronel do Exército, o livro conta os principais feitos do hipismo no Brasil, com direito a capítulo especial sobre Rodrigo e Nelson Pessoa, os dois maiores ícones da história do esporte no Brasil.

Com mais de 200 páginas e bastante pesada, a obra é adquirida nas lojas por R$ 250,00, preço muito alto para os padrões da sociedade brasileiro. Porém, vale a pena ser comprado pois conta como poucos a história de uma modalidade no Brasil.

Desde de como surgiu o hipismo no Brasil, no tempo colonial, até a medalha de ouro de nosso cavaleiro com Baloubet du Ruet, em 2004, o livro relembra os principais fatos da modalidade.
Tentei o contato com o autor do livro no site oficial da obra, http://www.ohipismobrasileiro.com.br/, mas não consegui.

Porém, indico mesmo assim. Apesar do preço, vale a pena!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Livros Olímpicos- Brasileiros Olímpicos

O livro brasileiros Olímpicos foi lançado no ano de 2000, às vésperas dos Jogos Olímpicos de Sydney 2000 e contou a história de 189 personagens da história olímpica brasileira.
Lédio Carmona, Jorge Luiz Rodrigues e Tiago Petrik não se importaram muito com as histórias clássicas do esporte nacional e deram ênfase a fatos curiosos e bem humorados ocorridos com jornalistas, atletas, dirigentes, parentes e até "Ilustres desconhecidos" como é escrito na quarta capa da obra.

São histórias relatadas em poucos lugares e que contém depoimento dos envolvidos. O livro trás fatos ocorridos em todas as olimpíadas com participação brasileira, da longícua Antuérpia em 1920 até Atlanta 1996.

Um livro bastante interessante que, apesar de sua desatualização(nunca foi reescrito), não pode faltar na biblioteca dos apaixonados por esportes. As histórias contadas são praticamente inéditas, já que poucos livros contam essas curiosidades, e só dão ênfase para os resultados do torneio.

Além disso, ao término do livro, os autores escreveram uma espécie de apêndice, com um almanaque da história da participação brasileira, além de números de todas as edições olímpicas até Atlanta 1996. Ainda no apêndice, a história completa do Comitê Olímpico Brasileiro, com as curiosidades desde seu embrião, a antiga Confederação Brasileira de Desportos, até o que aconteceu com a entidade durante os Jogos de 1972.

No livro, como bem escreveu Cesas Seabra no prefácio da obra, a façanha não era subir ao pódio e sim chegar ao país sede e participar das provas, seja com pés nus, sem equipamento, com fome, frio, sede, solitário, depois de meses de viagem em navios...

Os autores do livro Lédio Carmona e Jorge Luiz Rodrigues foram procurados por e-mail para relatar como escreveram o livro, quando surgiu a idéia mas não retornaram. Uma pena.

Trecho página 27: Jamais Barão de Coubertin declarou que o importante é competir. A frase foi atribuída a ele mas sabe-se que foi um bispo inglês o seu autor. Foi dita na abertura dos Jogos de Londres, 1908. Talvez Coubertin tenha popularizado, e daí seu indevido mérito. Mas nunca foi tão bem interpretada como em 1932, pelos atletas brasileiros. Dos 60 que competiram, nada menos que 43 souberam o que é chegar em último lugar. Outros seis foram penúltimo e dois antipenúltimo. Uma atuação completamente apagada se não fosse a participação especial de Adalberto Cardoso, corredor dos 10000m e marinheiro- ele fazia parte da tripulação do Itaquicê, o navio que levou os brasileiros até os Estados Unidos.
Ao chegar em Los Angeles, Adalberto não pôde desembarcar por não ter terminado de vencer sua cota de café- ele custeava a viagem e era uma obrigação dos atletas vendê-lo no caminho até os Jogos. O Itaquicê seguiu até San Francisco, onde terminaria de vendero carregamento, o Adalberto foi junto, cada vez mais longe da glória olímpica.
A bordo, ele já havia sido motivo de chacota uma vez.Apesar de fuzileiro naval, jamais havia cruzado e muito menos visto a linha do Equador. E surpreendeu-se ao ser apresentado a ela, por meio de uma luneta, na viagem aos EUA. Na verdade, era um fio de cabelo preso à lente para pregar uma peça no marujo. Logo em seguida, um ritmado salto coletivo- Como se fosse um tranco do navio- dava mais veracidade à gozação e Adalberto, ingênuo, acreditou.
Mas agora, ele não acreditava que ficaria de fora da competição. E resolveu abandonar o barco, literalmente. Percorreu em 24 horas, apé e pegando caronas, os seiscentos quilômetros que separam San Francisco de Los Angeles. Conseguiu chegar ao Estádio Olímpico dez minutos antes do início de sua prova. Assustado, só teve tempo de colocar o uniforme, mas correu descalço.
Enquanto corria, esbaforido, exausto da longa viagem, sua história ia sendo divulgada. Completou os 10 mil metros em último lugar, depois de cair e se levantar três vezes. Nas últimas voltas, corria sozinho, empurrado pelos aplausos do público em geral, que a essa altura já sabia de todo o infortúnio pelo qual ele havia passado. Os jornais americanos não economizaram espaço para contar sua saga.
No dia seguinte, Adalberto Cardoso era chamado de Iron Man, o Homem de ferro. Seu esforço fora recompensado.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Livros Olímpicos- Heróis da América

O livro que abre a série dos Livros Olímpicos no blog é "Heróis da América", de Odir Cunha, que conta passo a passo toda a história dos Jogos Pan-americanos até o ano de 2007. São todas as curiosidades de 14 edições do evento e mais uma prévia, que se aproximou bastante do que aconteceu, para os Jogos do Rio.

Na minha opinião, um livro digno do evento, que é visto com maus olhos por boa parte da imprensa e do público, que acha que não atrai bons atletas. Uma informação importante do livro é que todos os medalhistas olímpicos de Cuba em 2004 estavam no Pan de 2003. Apenas um dos milhares exemplos que comprovam a importância dos Jogos Pan-americanos.

Odir Cunha gentilmente contou ao blog como se apaixonou pelo Pan, como escreveu o livro e como é sua obra.

Bem, eu gosto de Jogos Pan-americanos. Gostei da primeira vez que li uma matéria em uma Fatos & Fotos sobre os Jogos de Winnipeg, em 1967. Lá estavam as fotos dos que ganharam as 11 medalhas de ouro para o Brasil, do tenista Thomaz Koch ao iatista Joerg Bruder. Guardei aquela reportagem por muito tempo.

Na verdade, eu me lembrava de alguma coisa do Pan de São Paulo, em 1963. Tinha 11 anos e me recordo da final do futebol, jogo em que o Brasil ganhou da Argentina e saiu um quebra-pau no fim. Mas a paixão pelo Pan, mesmo, começou com essa matéria em 1967.

Acompanhei, como torcedor, as edições de 1971, em Cali, e 1975, no México. De Cali lembro-me das ruas lotadas para acompanhar as provas de ciclismo, já que os colombianos eram favoritos neste esporte. Do México ficou a decepção de ver os anfitriões apagando a luz para impedir que o Brasil fosse campeão na final do futebol, com a Seleção Mexicana. Como o jogo estava 1 a 1, dividiram o título – uma vergonha, para um país que cinco anos antes tinha torcido pelo Brasil na Copa do Mundo.

Bem, quando chegou 1979 eu já era repórter do Jornal da Tarde e mesmo sendo um foca fui escolhido pelo Vital Bataglia, editor de esportes, para cobrir o evento ao lado do eclético Castilho de Andrade. Era um foca, mas já tinha feito umas belas reportagens e o Bataglia resolveu bancar minha ida a Porto Rico. Eu e o Casta passamos umas das semanas nos preparando para o evento, visitando federações e confederações, fazendo listas de recordes brasileiros e sul-americanos de natação, atletismo, levantamento de peso... Não havia Internet, claro. E nem tabelas de recordes ou bibliografia sobre o Pan. Era preciso um trabalho braçal considerável.

Confesso que eu já viajei com a intenção de ganhar o Prêmio Esso. Seria pretensão falar sobre isso àquela altura, querer o maior prêmio do jornalismo brasileiro logo na primeira viagem internacional, mas a verdade é que fui com esse pensamento para Porto Rico.

No ano anterior a equipe de esportes do Jornal da Tarde havia ganhado o Esso pela cobertura da Copa do Mundo da Argentina. O jornal editava um caderno por dia sobre a Copa. Fiquei na retaguarda, mas fiz várias matérias de página inteira, algumas de boa repercussão.

Imaginei que como o Pan seria o evento principal de 1979, o jornal ou revista que o cobrisse melhor ganharia o Esso de Informação Esportiva. Em San Juan tive a sorte de dividir apartamento com Fernando Sandoval, jornalista da Isto É que me deu boas dicas para uma cobertura diferenciada, fugindo do factual.

Lembro-me que cheguei a fazer comentários políticos sobre a situação de Porto Rico e sua dependência dos Estados Unidos – o que provocou críticas do subeditor Belmiro Sauthier –, mas o bom quando se está longe é que você trabalha mais solto, vai pela sua cabeça, não tem um pauteiro restringindo seus passos e espaços.

Quando voltamos, vi o que tinha saído no Jornal da Tarde e, mesmo um pouco decepcionado com a edição, percebi que o material era bom e poderia ser inscrito no Prêmio Esso. Falei com o Castilhinho e ele foi contra. Quase desdenhou. Achou que era difícil, não tínhamos chance...

Pois eu insisti. Deu uma caixinha para os contínuos providenciarem as 20 cópias de cada página da cobertura, levei a ficha de inscrição para o editor Laerte Fernandes assinar e mandei para a Esso. Acho que um mês depois, quando cobria um Comercial e Flamengo em Ribeirão Preto (naqueles Brasileiros com quase 100 times), fui avisado que havia ganhado o Prêmio Esso, o único do JT naquele ano e por muitos anos mais.

Se já tinha motivos para gostar dos Jogos Pan-americanos, o Esso fez crescer ainda mais meu carinho pela competição.

Porém, por ironia de nossa profissão, quando você se destaca já recebe convite para exercer cargo de chefia e se afasta da reportagem. Obviamente se tivesse continuado no Jornal da Tarde teria coberto muitas outras competições internacionais e provavelmente ganhado outros prêmios, mas fui editar revistas, produzir rádio e nunca mais pisei em um Pan.


Oscar e os Heróis da América
Porém, a oportunidade de ser o biógrafo e escrever o livro de Oscar Schmidt, em 1996, me aproximou novamente dos Jogos Pan-americanos, pois tivemos de contar a vitória heróica sobre os norte-americanos em Indianápolis. Esse trabalho também foi relevante, pois da nossa pesquisa surgiu o recorde extra-oficial de pontos que o Oscar detém hoje.

A idéia de um livro completo sobre o Pan sempre me acompanhou e percebi que seria possível depois de escrever Time dos Sonhos, contando a rica história do Santos Futebol Clube. Após os dez anos de pesquisa e texto para fazer “a bíblia do santista”, qualquer outro livro pareceria fichinha.

Somando todo o tempo, creio que levei cinco anos para terminar Heróis da América. Tive de conciliar outros trabalhos com a pesquisa para o livro, mas, coincidentemente, ele acabou pronto poucos meses antes do Pan do Rio de Janeiro (desde o Pan de Porto Rico eu já guardava impressos sobre os Jogos, entre eles um livro publicado pelo comitê olímpico de Cuba com resultados até 1975).

O Heróis da América deveria ter ficado pronto para o Pan de 2003, em Santo Domingo, e seria publicado pela Editora Elevação, mas não consegui terminar a tempo. Em dezembro de 2006 levei o projeto para o conhecido editor José Henrique Grossi, o mesmo que havia lançado a biografia de Oscar Schmidt. O José Henrique estava na Editora Planeta e gostou do projeto.

A Planeta escalou profissionais destacados para tocar o livro, entre eles o artista plástico Vanderlei Lopes, que deu ao livro ares de uma obra de arte. Não se economizou na edição e o resultado foi um dos livros ao mesmo tempo mais completos e mais bonitos já editados sobre esporte no Brasil.
Tenho ou conheço quase tudo que já se publicou sobre esportes no País, e posso dizer que, raríssimas exceções, ou o livro tem muitas informações, mas é pobre e feio graficamente, ou tem visual deslumbrante, mas é superficial e vazio de informações. O Heróis da América tem as duas qualidades.

Como o tempo era curto, eu mesmo fiz a pesquisa iconográfica e negociei a compra das fotos com a Agência Estado e com a Sporting Heroes, dos Estados Unidos. O resultado é um material fotográfico riquíssimo. Descobri até uma pequena foto do Pan de 1955 feita por ninguém menos do que Che Guevara, à época um fotógrafo free lancer de uma agência de Buenos Aires.
A Editora Planeta imprimiu dez mil exemplares e imaginei que seriam vendidos até com alguma facilidade, mas descobri que não há tanta gente que ama os Pan-americanos como eu (risos). Na verdade, parece que até alguns jornalistas que se dizem “esportivos” odeiam os Jogos.

O que é de uma ignorância atroz, pois assim como um fruto só nasce depois da flor, não dá para se tornar uma potência olímpica sem antes atingir um alto nível entre os pan-americanos. E o Pan é, sim, essencial para o desenvolvimento esportivo dos países do continente.
Sempre foi importante para o Brasil, que já penou muito para se tornar um dos mais bem classificados. Basta lembrar que em Chicago, em 1959, só Luizão e Adhemar Ferreira da Silva conquistaram medalhas de ouro. O Pan serviu de parâmetro e motivou os atletas brasileiros a darem saltos mais altos.

O comitê olímpico do Chile elaborou um dossiê no qual chegou à conclusão que um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento do esporte chileno foi nunca ter sediado uma edição do Pan. E o Brasil teve o Pan em 2007 e parte da mídia o tratou com desdém... Vai entender...
Hoje entendo melhor porque falta uma melhor cultura esportiva ao povo brasileiro. Um dos motivos é que falta uma melhor cultura esportiva aos jornalistas “esportivos” brasileiros. Espero que vocês, da nova geração, amem mais o esporte do que os que hoje monopolizam os microfones, canais esportivos, portais, e usam esse espaço em benefício próprio.

Amigos já me disseram que fazer um livro como “Heróis da América” em um país como o Brasil é o mesmo que jogar pérolas aos porcos. Eu discordo. Sempre há os poucos e bons que bebem até a última gota do conhecimento acessível. Eu compraria e leria Heróis da América de cabo a rabo, se ele existisse em 1979. Os melhores jornalistas esportivos do futuro devem ter feito o mesmo. Ao menos é a minha esperança (risos).
O livro ainda me deu a oportunidade de ser o curador de uma belíssima exposição no Sesc Vila Mariana. Exposição que depois migrou para outras unidades do Sesc e foi vista por milhares de pessoas. Também dei várias palestras sobre a história do Pan – em unidades do Sesc de São Paulo, Santos, Taubaté, e na Faculdade de Educação Física da Uniban, na qual tive a honra de ser convidado pelo medalhista olímpico Douglas Vieira, alguém que, como poucos, sabe a importância da cultura esportiva.

Então, a semente foi plantada e isso é o que importa. E ela germinou em corações férteis, como o seu, Guilherme. O respeito ao Pan passa pelo respeito aos atletas, aos seus técnicos, às pessoas que verdadeiramente fazem o esporte. É preciso ter sensibilidade e humildade para entender isso.
E se para muitos o Pan é uma competição menor porque não tem os melhores atletas do mundo, eu já acho que parte de sua grandeza está justamente nessa capacidade de unir atletas de vários níveis – alguns quase amadores, de pequenas nações que dariam tudo por uma medalha de ouro no Pan (como Bolívia e Paraguai, que jamais sentiram essa felicidade), e outros que estão entre os melhores do planeta.

Quem viu a Olimpíada de Pequim deve se lembrar de uma cena em que Michael Phelps sai da piscina mal-humorado depois de ganhar mais uma medalha de ouro e bater mais um recorde mundial. É que ele não tinha feito o tempo desejado e por isso não gostou. Ora, eu quero que o Phelps vá plantar batatas!
Esse esporte de tecnocratas, de máquinas ganhadoras, não é o meu esporte. Eu vibrarei muito mais quando um boliviano ganhar uma medalha de ouro no Pan do que com um sujeito que vence provas às dúzias em uma Olimpíada e ainda sai de cara fechada.
Os Heróis da América são seres humanos. Por isso é que são heróis.
Odir Cunha Odir Cunha foi jornalista, ganhou duas vezes o prêmio Esso, por suas coberturas feitas pelo Jornal da Tarde na Copa do Mundo de 1978 e nos Jogos Pan-americanos de 1979.
Atualmente, ""apenas"" escreve livros, e recentemente publicou "Sonhos mais que possíveis", com breves histórias olímpicas muitas vezes não muito circuladas nos livros sobre o assunto.
Foi editor de cinco revistas especializadas em tênis além de escrever o livro "A História do Tênis feminino brasileiro", em 1989. Ainda foi o escritor da biografia de Oscar e do livro Time dos Sonhos, a história completa do Santos Futebol Clube.