quinta-feira, 12 de março de 2009

livros olímpicos -Uma aventura olímpica na terra do cinema- Thiago Petrik

O Brasil já participou de 20 edições das olimpíadas, ganhou medalhas em 17 delas. O que levaria a um autor escrever sobre uma das três olimpíadas que o Brasil sequer subiu ao pódio?
A história da olimpíada de 1932 é no mínimo cômica e o autor Thiago Petrick escreveu uma obra inteira somente contando a história dos 82 atletas que viajaram de navio rumo a outro hemisfério para competir num evento em que sabiam que as chances de medalha era mínimas.

Dos 82 atletas (81 homens e uma mulher) que integravam a delegação brasileira enviada a Los Angeles, somente 67 participaram dos Jogos. Para cada passageiro que deixasse o navio Itaquicê, onde viajaram durante um mês, as autoridades locais cobravam um dólar. Como os recursos eram escassos, os organizadores decidiram que só desceriam os que tinham chances de medalha. Em seguida, os integrantes das equipes de pólo aquático, do remo e do atletismo também receberam autorização para desembarcar.

A missão enviada a Los Angeles ainda guardou outros detalhes curiosos. Um deles é que o navio em questão estava camuflado de barco de guerra para não pagar pedágio no Canal do Panamá. Não adiantou: ao aportar, inspetores subiram a bordo, verificaram que os canhões eram mera decoração e a delegação teve que arcar com o tributo. Além disso, os porões do Itaquicê transportavam 55.000 sacas de café e os atletas tinham o compromisso de vendê-las nos portos durante as paradas do percurso. Quem não desembarcou em São Pedro para os Jogos seguiu viagem até São Francisco para encontrar compradores.

A olimpíada de 1932 foi especial para as mulheres, com a participação de Maria Lenk, primeira mulher sul-americana a participar de uma olimpíada. O livro conta um capítulo especial somente para nossa estrela solitária. Outra capítulo interessante é sobre o time de pólo aquático, que literalmente brigou pela vitória, numa das maiores brigas da história da olimpíada.

Um livro engraçado, que conta o que ninguém conhece de uma das olimpíadas mais confusas para a delegação brasileira. E o melhor é a ligação que o autor faz com o cinema, sempre dando título aos capítulos como se fossem filmes, com uma diagramação sempre lembrando a sétima arte. Realmente fantástico.

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