quarta-feira, 24 de junho de 2009

Especial Sul-americano de Atletismo

O Campeonato Sul-americano de atletismo, disputado no último fim-de-semana no Peru, teria tudo para ter um nível maior que os últimos anos. Isso por que a IAAF estabeleceu que todos os campeões do torneio estaria automaticamente classificados para o Mundial de 2009.

O Brasil já interveio nessa regra e, para brasileiros, além do título continental, o atleta precisaria atingir o índice B. Entre os brasileiros, Lucimara Silvestre, no heptatlo, conseguiu o título e o índice A, além de Elisângela Adriana, no arremesso de disco, e Fabio Gomes, no salto com vara.
A competição acabou por não atrair os grandes nomes do continente. O campeão olímpico do salto em distância, Irving Salandino,assim como a campeã entre as mulheres, Maurrem Maggi, não estiveram presentes no mundial. Também não participaram o medalhista no mundial de 2007 ,Jadel Gregório, e nem o duas vezes medalhista olímpico, equatoriano Jefferson Perez, da marcha atlética. Esse último, não competiu desde a medalha do Pan.

O Brasil, com uma equipe quase completa(além dos citados, também não participou a triplista Giselle), manteve a hegemonia mas viu uma perigosa melhora do time colombiano. Ao todo, foram 17 vitórias brasileiras contra 14 colombianas, diferença bem menor da vista em 2007, quando o resultado foi de 28 a 7, do de 2005, quando o Brasil venceu por 25 a 10. Os títulos brasileiros são sucessivos desde 1974.

Porém, a Colômbia não está tão próxima assim. Se fomos olhar o total de medalhas, o Brasil tem exatamente o dobro de medalhas, 54 a 27. Se contarmos a pontuação, o Brasil marcou 446 pontos contra 275 dos colombianos. Mas, precisamos ficar de olho pois, se continuar nessa toada, é capaz de perdemos essa hegemonia de tantas décadas. No torneio, foram quebrados recordes nacionais de nove provas, nenhuma delas brasileira.

Panamenho radicado nos EUA faz a festa

provas de velocidade masculina, quem fez a festa foi o panamenho Alonso Edward. Ele, que treina nos EUA, venceu os 100m e os 200m com facilidade, levando as únicas duas medalhas de seu país na competição. Os tempos de 20s29 e 20s45 são inferiores ao que ele já conseguiu na temporada, mas assustam a hegemonia brasileira. Nas duas provas, o Brasil somou o bronze de Codó nos 100m com 10s49, e o duplo pódio nos 200m. Hugo Balnuino e Bruno Barros chegaram em segundo e terceiro com 20s92 s 20s94. Ele é o 11º homem da história a vencer os 100m e os 200m no mesmo campeonato sul-americano. O maior especialista nisso foi Robson Caetano, fazendo isso por quatro vezes.
Nos 400m, domínio do uruguaio Andres Silva, que marcou 46s06 e ficou com a medalha de ouro. Os brasileiros não chegaram ao pódio, com Eduardo Vasconceleos em quarto e Luis Eduardo Ambrosio em quinto. Olho nesta prova, que o Brasil vive uma escacez de bons atletas desde o mundial de 2001, quando o Brasil foi finalista e quase chegou ao pódio.
Lucimar Moura confirma boa fase

Lucimar Moura chegou a uma soma total de 21 medalhas na história da competição, o maior número da história. Ela venceu os 100m com o tempo de 11s59, ainda acima de sua melhor marca da temporada que é de 11s28. Na mesma prova, Thaissa Barbosa ficou com o bronze, com 11s85. Nos 200m, sem a presença de Lucimar, o Brasil conquistou uma prata, com 23s85 de Thaissa Barbosa, que chegou atrás da colombiana Norma Gonzalez.

Nos 400m, Norma Gonzalez foi novamente a pedra no sapato das brasileiras, fazendo 52s62 e vencendo a prova. A dupla brasileira, Emmily Pinheiro e Jailma Soares, que fizeram um Trofeu Brasil muito bom, ficaram com a prata e o bronze, com 52s73 e 52s95.


Brasil vai mal nas barreiras, apenas Luciana e Leticia vencem

Nas provas da barreiras, poucas alegrias para o Brasil. Nos 100m com barreira feminino, Fabiana Moraes, que vinha numa assenção enorme no ano, acabou ficando com o bronze, com a marca de 13s56, atrás da colombiana Mariana Brigitte, que venceu com 13s22. Nos 110m com barreiras, prova em que o Brasil já foi até referência mundial, em 2004, Eder Antonio foi prata e Anselmo Gomes bronze, atrás do colombiano Paulo Villar, que fez 13s89, contra 13s97 e 14s12 dos brasileiros.

Nos 400m com barreiras masculino, o uruguaio Andres Silva novamente se saiu melhor. Depois de vencer os 400m, ele venceu os 400m com barreira, conquistando os dois ouros de seu país na competição, terminando com 50s28. o Brasil esteve no pódio com Raphael Fernandez, que foi segundo. Mahau Suguimati, semifinalista olímpico, foi o quarto com 51s50.
Nos 3000m com obstáculos, os dois brasileiros, Alex Fernandez e Gladson Silva, abandonaram a competição. O ouro ficou com o peruano Mario Bezan.
Os ouros do Brasil vieram nos 400m com barreira e nos 3000m com barreira, ambos para mulheres. Na prova mais longa, Leticia Sabine venceu com a boa marca de 9min52s, a quatro segundos do índice para o mundial, e terminou com ouro. Patericia Lobo ficou na quarta posição. Nos 400m com barreiras, Lucimar Teodoro e Luciana França travaram um duelo caseiro e ouro ficou com Teodoro, que marcou o tempo de 56s32, 0s21 a frente de Luciana. Uma prova interessante, em que as duas estão classificadas para o mundial.


Fabiano vence o duelo mais esperado
Fabiano Peçanha e Kleberson Davide já correram esse ano para 1min44s e estão brigando palmo a palmo pela condição de melhor atleta do Brasil. No sul-americano, o semifinalista olímpico venceu com 1min47s82, mais de 1s50 de vantagem para Davide ,que foi prata no Pan. Nos 1500m, o campeão pan-americano, Hudson Souza, ficou com a prata, atrás do equatoriano Byron Pedra. O mesmo Pedra venceu os 5000m, chegando a frente do brasileiro Damião Anselmo, que foi prata. O mesmo Anselmo acabou com o ouro nos 10000m.

Nos 5000m feminino, a peruana Ivis Melchor ficou com o ouro, 14s a frente de Sueli Pereira, brasileira que ficou com a prata. Nos 1500m, uma prova em que as brasileiras não foram bem, ficando longe do pódio. O ouro ficou com a colombiana Rosibel Garcia, enquanto Geisiane de Lima ficou em sexto e Jennifer Nascimento em nono.

Arremessos e lançamentos seguem defasados no Brasil, mas vieram algumas medalhas

Elisangela Adriano entrou para história, conquistando seu oitavo título sul-americano, com o ouro no arremesso de disco, com o recorde da competição e o índice para mais um mundial. Andresa Oliveira foi sexta. No peso, Elisangela mostrou que não está tão bem nesta prova, ficando com a prata, atrás da favorita chilena Natalia Nuco, que marcou 17m69, mais de um metro a frente de Elisangela.
No dardo, Alessandra Resende não conseguiu o índice para o mundial, mas confirmou seu título sul-americano ao marcar 56m36, 2m a frente de Jucilene Sales, finalista do mundial junior do ano passado. Apenas no martelo o Brasil não teve medalhas. A colombiana Johana Moreno, com 65m29 ficou com o ouro, enquanto Katiucia de Jesus foi quinta e Andressa Oliveira, em sexto.

No masculino, não veio nenhuma medalha de ouro. No peso, o argentino Lujan Lauro confirmou o favoritismo, com Ronald Julião e Gustavo Mendonça, ainda distantes de um recorde brasileiro ou índice para o mundial, completando o pódio. No dardo, Arlei Ibarguem, da Colombia, foi medalha de ouro, com 81m, e Julio Cesar Miranda, campeão junior de 2003, e que recentemente bateu o recorde brasileir oda prova com 80m22, acabou com o bronze com uma marca de 73m51.
No martelo, como de costume, o pior resultado. O veterano argentino Juan Cerra ficou com o ouro e o recordista brasileiro, Wagner Domingos, ficou na quarta posição.
No disco, Lujan Lauro deu mais um ouro para argentina, provando que os hermanos dominam as provas de lançamentos do masculino, enquanto Ronald Julião foi bronze.

Saltos, para variar, tem festa brasileira

Keila Costa e Fabiana Murer venceram suas provas de distância e vara respectivamente, confirmando o favoritismo de finalistas olímpicas, apesar de marcas abaixo do melhor. Keila venceu com 6m62 enquanto Murer com 4m60. Na distância, ainda tivemos o bronze de Fernanda Gonçalves.
No masculino, mais festa para os saltos. Na distância, Rogério Bispo e Erivaldo Vieira fizeram a dobradinha brasileira, com 7,77 e 7,61. Jefferson Sabino fez 16m38 no triplo e levou o ouro, Leonardo dos Santos ainda foi bronze. Na vara, Fabio Gomes foi ouro com 5m40, 10cm a frente de seu compatriota João Gabriel. Completando a hegemonia brasileira, Jesse Farias levou ouro no salto em altura.
Monica Araujo foi bronze no salto em altura, com 1m82, atrás da colombiana Caterine Ibarguen e da argentina Marilu Solange. No salto triplo, sem a presença de Giselle, que está bem e batendo recordes na prova, o ouro acabou com a colombiana Johana Trivino, com o Brasil fora do pódio.

Colombia surpreende nos revezamentos

A Colombia mostrou sua força nos revezamentos, vencendo três das quatro provas. No revezamento 4x400m masculino, uma chegada emocionante e uma vitória por menos de meio segundo sobre o Brasil. Lembrando que o revezamento 4x400m masculino não consegue nenhum grande resultado desde a final do mundial de 2001. No 4x100m masculino e feminino, o Brasil, quarto colocado nas duas provas das olimpíadas, perdeu para Colombia por muito pouco. A única vitória do Brasil por equipes veio no 4x400m feminino, prova em que muito provavelmente o Brasil estará no próximo mundial.

Lucimar faz índice e Chinin é ouro
O Brasil mostrou que é o país das provas combinadas.Lucimara venceu com 5.996 pontos e superou o Índice B (5.900 pontos). É a segunda melhor marca de sua vida e ela se firma como a principal atleta da história do continente, com oito das 10 melhores da história. Ela, entretanto, ainda precisa melhorar no peso. A jovem Vanessa Spínola foi medalha de prata, apesar de não melhorar seu resultado.
No masculino, Carlos Chinin ficou longe de sua melhor marca, mas ficou com a medalha de ouro, apesar de não ter assegurado vaga no mundial.

Brasil decepciona na Marcha
Que o Brasil não é o país da marcha todos sabem, mas que iria tão mal no sul-americano, poucos esperavam. Tânia Splinder terminou com o bronze nos 20km feminino, com medalha de ouro para o Equador, com Johana Ordañes. No masculino, Mario José Junior foi quinto e o atleta olímpico Alessandro Bagio abandonou a prova.
Quadro de medalhas
Brasil 17 20 17
Colombia 14 10 3
Argentina 3 4 7
Equador 3 3 6
Peru 3 1 3
Panama 2 - -
Uruguai 2 - -
Chile 1 5 1
Venezuela - 2 -
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