2009 foi um ano de pouca evolução das seleções brasileiras, que ainda sonham com uma profissionalização e um investimento maior por parte dos clubes e da confederação. Nos mundiais masculino e feminino, os times fizeram o de sempre, tentaram igualar partidas contra Europeus e venceram os demais adversários. Resultado: 13ª posição para ambas equipes.
Entre as mulheres, a vaga para segunda fase não veio por muito pouco. Num grupo de quatro times, em que três se classificavam, três adversários do Velho continente: Holanda, Alemanha e Espanha. Todos sabiam que o jogo menos difícil seria contra as alemãs. E realmente foi. Depois de estatem vencendo por 6x2, nossas meninas deixaram que as adversárias empassem a partida em 12 a 12. Dois dias antes, o Brasil tinha feito um belo jogo com a Holanda e perdera por 11 a 7 para as campeãs olímpicas. Na decisão da vaga, contra Espanha, o Brasil poderia perder até por três gols para ficar à frente das alemãs, perdeu por 12 a 6. Depois, venceu duas partidas e terminou em 13º, três posições pior que em 2007.
Já o time masculino teve uma primeira fase pior que as meninas mas terminaram também em 13º. Num grupo não tão complicado quanto o das meninas, os homens terminaram com três derrotas. 11 a 2 para Croácia, 19 a 5 para Montenegro e 9 a 5 para China, na única partida que, na teoria, daria para vencer. Depois, vitórias sobre África do Sul e Macedônia. Vale lembrar que o Brasil não se classificava para um mundial desde 2003.
O resultado do mundial feminino, entretanto, rendeu um prêmio ao Brasil. Depois de 18 anos, o Brasil voltou a se classificar para uma edição da Copa Fina, que será realizada no fim de agosto de 2010 na Nova Zelândia. Isso porque o Brasil foi o melhor país das Américas no mundial entre os países que não ficaram entre os cinco primeiros, que foi o caso de Canadá e EUA, que fizeram a final.
Porém, vale lembrar que o time para 2010 pode ser que se renove totalmente. Atletas com até cinco mundiais nas costas, como o caso de Camila Pedrosa, e jogadoras que estão na seleção há anos como Melina Teno e Fernanda Palma estão próximos de abandonar a seleção, seja pela idade seja por uma escolha profissional. Afinal, o time não treina em tempo integral, não tem jogadoras que se dediquem apenas ao esporte e são apenas cinco as equipes femininas que competem nacionalmente.
Os torneios nacionais demonstram que ainda falta muito para o pólo aquático, principalmente o feminino, se firmar no país. Enquanto os homens já disputam há dois anos uma Liga Nacional de três meses, as competições femininas se restringem a um fim-de-semana.
No masculino, com oito times participantes, depois de 12 partidas, a equipe campeã foi o Pinheiros, que depois de uma emocionante virada na semifinal diante do Botafogo, chegou à final com o Fluminense fortalecido e chegou ao bicampeonato.
No feminino, o principal torneio da temporada foi o Trofeu Olga Pincirolli,com apenas quatro times Botafogo, Flamengo, Paulistano e Pinheiros- jogam entre sí nos primeiros dias, para a semifinal, todos os times se classificam. O Paineiras abandonou o torneio pela coincidência das datas com o vestibular. No fim, o título ficou com o Pinheiros.
Uma polêmica pairou no esporte em 2009, a contratação de estrangeiros pelos clubes apenas por uma ou duas semanas, para disputar um torneio ou somente as finais da Liga. Por exemplo, para a disputa do Trofeu Olga, o Pinheiros trouxe a húngara Boszé Valkai, que terminou como artilheira da competição com 14 gols. Ela veio ao Brasil, treinou por duas semanas com o time e foi a melhor do torneio. Ou seja, roubou a vaga de uma atleta que treinou o ano inteiro com o time, se esforçou e ficou sem o "filé" do ano que foi o Torneio.
No masculino, não foi diferente. Depois de uma primeira fase bem equilibrada em que cinco times na Liga Nacional- Fluminense, Botafogo, Pinheiros, Paineiras e Paulistano- se revezaram nas vitórias, o que se viu na semifinal foi um supertime do Pinheiros, comandado por Mitchell Baird e Rhys Howden, ser campeão vencendo um Fluminense que contou com Bavid Burburan e Vedran Dezeljin.
Na Copa Brasil, torneio de quatro dias que aconteceu no mês de maio, os estrangeiros também dominaram. No feminino, o Pinheiros trouxe Toesja (holandesa de alto nível) e Noeki(campeã olímpica pela Holanda em 2008) e foi campeã. No masculino, o Fluminense saiu com o título e os dois artilheiros da competição: O sérvio Vladimir Vujasinovic, com 17 gols, seguido pelo italiano Leonardo Sottani (15).
Acho que os estrangeiros pouco adicionam ao pólo brasileiro se ficarem por aqui apenas duas semanas. Talvez se permanecessem por aqui por três ou quatro meses ensinariam muitas coisas ao nossos atletas, como chegam, jogam e vão embora, apenas deixam os torneios mais desiquilibrados ainda. Se fosse um programa da CBDA em que todos os times "ganhassem" um ou outro estrangeiro tudo bem, nivelaria por cima as competições, mas apenas os maiores clubes trazem os atletas acho que fica ruim. Não adiciona.
E o futebol, além de oucupar 95% do espaço na mídia esportiva, oucupa também quando o espaço é do polo aquático. Socos, pontapés e muita correria. Foi o que aconteceu nas Laranjeiras, durante a partida entre Fluminense e Botafogo, na final do Campeonato Carioca de Pólo Aquático.Cerca de 40 integrantes de uma torcida organizada do Fluminense, que acompanhavam a partida entre o Tricolor e o Avaí, dentro do clube, pelo Campeonato Brasileiro de futebol, resolveram invadir a arquibancada reservada à torcida do Botafogo. A confusão aconteceu no primeiro quarto, quando o Fluminense vencia a partida por 3 a 1.
A base não conseguiu grandes resultados, ficando no mesmo nível dos últimos anos. A melhor participação foi no mundial júnior masculino, em que o Brasil terminou na 10ª posição. Venceu Uzbequistão e Nova Zelândia e perdeu para Itália e Hungria na primeira fase. Chegou às oitavas de final e perdeu para os EUA, mas depois venceu Egito e quase venceu a Hungria, terminando em 10º. Na América do Sul o time continua imbatível e no sul-americano terminou com o ouro, com uma fácil vitória sobre a Colômbia na final.
A seleção brasileira feminina júnior não teve condições de enfrentar o complicadíssimo grupo que caiu no mundial. Perdeu de 18 a 2 para Holanda, 15 a 3 dos EUA e impressionantes 32 a 3 para Rússia. Na disputa pelo 13º lugar, vencemos o Uzbequistão por 10 a 6 e ficamos com a 14ª posição depois de perder por 12 a 7 para o Cazaquistão. Assim como no masculino, o time feminino venceu sem problemas o sul-americano da categoria.
Para 2010, os principais desafios do Brasil são os Jogos Sul-americanos, competição em que o Brasil deve manter a hegemonia no continente e garantir, sem problemas, as vagas para o Pan-americano de Guadalajara. Já o time feminino também disputará a Copa Fina, com as melhores seleções do mundo e com as campeãs continentais.
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