Temos que começar falando de Cesar Cielo. Ele teve um ano fenomenal. Venceu os 50m e 100m livre do mundial de Roma, o primeiro com recorde do campeonato e o segundo com recorde mundial. Terminou o ano quebrando o recorde mundial dos 50m, em São Paulo, com o tempo de 20s91, unificando os títulos e recordes mundiais. Ele termina o último ano dos supermaiôs tecnológicos com quatro dos cinco melhores tempos da HISTÓRIA nos 50m livre e trÊs dos cinco melhores da história nos 100m.
O ano de 2009 foi embora junto com os supermaiôs tecnológicos. Para 2010, apenas macaquinhos e bermudas, o que pode fazer com que os tempos piorem um pouco e alguns recordes mundiais permaneçam por anos e anos.
Por falar em recorde mundial, o Brasil teve outros dois recordistas esse ano. Felipe França fez em maio, no Troféu Maria Lenk, o melhor tempo da história nos 50m peito com 26s89, que foi perdido durante o mundial de Roma, quando ele mesmo melhorou seu tempo mas ficou com a prata, atrás de Burgh, que se apropiou do recorde mundial. O outro recorde veio em piscina curta, com Káio Márcio, nos 200m borboleta, baixando pela primeira vez de 1min50s. Um recorde que deve permanecer durante alguns anos.
O Troféu Maria Lenk foi uma boa prévia do que seria o mundial para o Brasil. Apenas no torneio em maio, foram batidos 36 recordes sul-americanos e um mundial, além de três brasileiro. Foi um torneio espetacular, em que Henrique Barbosa quase bateu os recordes mundiais de 100m e 200m peito, Kaio Marcio, Guido e Cielo quase quebraram recordes mundiais e o Pinheiros se saiu campeão.
No mundial, um show brasileiro. 18 finais, 12 delas em provas olímpicas, e a quarta posição no ranking de número de finais. Além das medalhas já citadas acima, tivemos cinco quarto lugares e outros dois quintos, todos muito, mas muito perto mesmo de um pódio.
Tiago Pereira ficou na quarta posição nos 200m e 400m medley. Nos 200m, melhorou em dois segundos seu recorde sul-americano, marcando 1min55s55. Ele virou para os últimos 50m de prova, o nado crawl, na segunda posição mas caiu nos últimos metros, ficando a poucos centésimos da medalha. Algo parecido aconteceu nos 400m, quando também virou para os últimos 50m em segundo e caiu, batendo em quarto, com 4min08s, muito melhor que seu antigo recorde.
Os revezamentos brasileiros também bateram na trave. O 4x100m livre, com Cesar Cielo abrindo quase no recorde mundial, liderou os primeiros 100m, esteve perto do pódio o tempo todo e ficou na quarta posição com 3min08. O 4x100m medley fez o caminho inverso, começou em sétimo, com Guido, passou a quinto com Mangabeira e Henrique, e fechou em quarto com Cielo, numa parcial de 46s22.
Káio Márcio ficou em quarto numa prova de recuperação, depois de passar os 150m da prova de 200m borboleta em sétimo. Gabriella Silva e Nicholas Santos quase levaram o Brasil ao pódio no borboleta, ficando na quinta posição. Gabi errou a última braçada e perdeu o bronze na batida de mão enquanto Nicholas ficou a 0s07 da medalha.
Outros finalistas do Brasil foram Henrique Barbosa, nos 100m e 200m peito, João Jr nos 50m peito, Fabiola Molina nos 50m costas, Nicholas Oliveira nos 100m livre, o revezamento medley feminino,Daynara de Paula nos 50m borboleta e Gabriel Mangabeira nos 100m borboleta. Além disso, tivemos semifinais, com Nicholas Santos, Fabiola Molina, Gabriela Silva, Daynara de Paula, Joanna Maranhão, Guilherme Guido, Daniel Orzechovsky, Henrique Rodrigues, Lucas Salatta.
Ou seja, dos 28 brasileiros mandados para Roma, 12 chegaram a finais individuais e um total de 18 se somarmos os revezamentos. Além disso, outros cinco forma semifinalistas, fazendo com que apenas cinco atletas que foram ao mundial não tenham passado da primeira fase, um número que mostra a evolução da natação brasileira. Não vamos mais para participar e sim para chegar às finais.
E o melhor de tudo é que o país não vive mais só de seus principais atletas. Cielo tem Nicholas Santos, um dos 10 melhores do mundo na prova dos 50m livre como rival no país, além de disputar as provas de 100m com o finalista no mundial Nicholas Oliveira.
Káio Márcio e Gabriel Mangabeira não estão mais sozinhos no nado borboleta. Os jovens Henrique Martins (51s93) e Frederico Veloso Castro(52s00) também conseguiram índices para o mundial e só não disputaram porque cada país pode levar apenas dois atletas por prova.
Tiago Pereira pode não ter muitos rivais no Brasil, mas Henrique Rodrigues surgiu muito bem esse ano. Nadando os 200m e 400m medley, ele conseguiu índice para o mundial, foi semifinalista, e até venceu o rival no Open de dezembro. Tiago, vale lembrar, depois do mundial se mudou para os EUA, mesmo caminho que Henrique seguirá em 2010.
Até mesmo quem a muito tempo não tinha tempos bons conseguiu fazê-los em 2009. As provas de fundo da natação brasileira finalmente quebraram recordes. Luiz Rogério Arapiraca bateu o recorde brasileiro e sul-americano dos 800m e 1500m, marcas que duravam respectivamente 30 e 10 anos. No feminino, Joanna Maranhão e Poliana Okimoto quebraram os recordes brasileiros dos 800m livre, mas não chegaram aos recordes continentais.
Mas, nem tudo foi flores na natação brasileira em 2009. Alguns resultados ficaram aquém do esperado, como as meninas do nado peito no mundial. Depois de um Maria Lenk esperacular, em que as marcas sul-americanas dos 50m, 100m e 200m peito foram destrídas, nenhuma das atletas, Ana Carvalho, Tatiane Sakemi e Carolina Mussi, sequer foram as semifinais no mundial. Um resultado que seria cobrado pelo ótimo Maria Lenk que fizeram.
Provas como os 400m livre e 200m costas, no masculino, e 200m livre no masculino seguem sem grandes resultados no país. Os 400m masculino, aliás, foi a única prova em que o recorde brasileiro não caiu em 2009.
A natação feminina não cresceu tanto quanto a masculina, mas teve seus grandes resultados. O ano foi de Gabriella Silva, a quase medalhista no mundial, de Fabiola Molina, que chegou às 1000 medalhas na carreira, de Daynara de Paula, finalista em Roma, Joanna Maranhão, quase recordista mundial e ouro na Copa do Mundo em piscina curta, e Tatiana Lemos, cada vez mais velha e cada vez melhor nas provas de velocidade.
Fabiola Molina terminou o ano como recordista sul-americana dos 50m e 100m costa tanto em piscina curta como longa, além de finalista no mundial subiu ao pódio quatro vezes nas etapas da Copa do Mundo, um ouro e três pratas.
Gabriela Silva brilhou até julho, quando fez um mundial muito bom, marcou 56s94 nos 100m borboleta e ficou muito perto do pódio. Depois, começou sua recuperação no ombro, para melhorar uma lesão que a acompanha a anos no dia a dia e que ela reclama e, mesmo jovem, sabe que vai ser muito difícil melhorar 100%.
Daynara surpreendeu a todos em 2008 quando conseguiu o índice para Pequim. Em 2009, voltou a surpreender. Foi semifinalista dos 100m borbolera e finalista nos 50m.
Tatiana Lemos mostrou sua força. Quebrou o recorde brasileiro e sul-americano dos 100m, com 54s72, recuperando para o Brasil o recorde continental. Ajudou, e muito, o Brasil no revezamento medley finalista do mundial e no fim do ano quebrou os recordes brasileiros e sul-americanos em piscina curta.
Porém, na minha opinião, a grande nadadora de 2009 foi Joanna Maranhão. Não fez um mundial muito bom, foi semifinalista nos 200m medley, mas decepcionou nos 200m borboleta e 400m medley. Porém, terminou o ano com os recordes brasileiros dos 200m e 400m medley, 400m e 800m livre e dos 200m borboleta em piscina longa e dos 100m,200m e 400m medley, 800m livre, 200m borboleta e 200m costas em piscina curta.
Aliás, foi na piscina curta que Joanna mais brilhou em 2009. Ganhou ouro na etapa de Moscou nos 200m borboleta e 400m medley, ambos muito perto do recorde mundial, além do bronze nos 200m medley.
Aliás, a Copa do Mundo em piscina curta teve nível de mundial em três das cinco etapas. Se na África do Sul, Dubai e Singapura o nível não estava alto, nas três outras etapas os melhores do mundo estiveram. Foram inúmeros recordes do mundo que caíram, inclusive o de Káio Márcio, ouro nos 200m borboleta na etapa de Estocolmo.
O Brasil encerrou as cinco etapas com um total de oito ouros. ALém dos dois de Joanna, o de Fabiola e de Kaio, tivemos Nicholas Santos, campeão dos 50m livre e 50m borboleta em Singapura, Guilherme Guido nos 100m costas também em Singapura, e Kaio Marcio nos 100m borboleta.
Na base, o Brasil também teve excelentes resultados e o principal fato do ano foi a briga forte pelas vagas brasileiras nos Jogos Olímpicos da Juventude. A equipe de oito nadadores, máximo possível de um país, será composta por:
Victor Ribeiro Rodrigues, Pedro Henrique França Silva Lopes de Souza, Arthur Mendes Filho do e Murilo Drigo no masculino e Alessandra Marchioro, Julia Gerotto, Carolina Bergamashi eRapahela Cunha.
O destaque com certeza é Alessandra Machioro. Ela teve um ano fantástico, sendo o principal nome do Chico Piscina e venceu os 50m peito tanto no Open quanto no Finkel. Ela terminou o ano como um dos 25 melhores tempos do ADULTO nos 50m peito. Suas marcas nos 50m livre, 25s53 e nos 100m livre, estão entre os 100 melhores do mundo no adulto.
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O Victor Rodrigues vai salvar os 400 livre do país e o Leonardo de Deus vai salvar os 200 costas.
ResponderExcluirAssim espero meu amigo Lucas, assim espero!
ResponderExcluire o fundo feminino?