O melhor de tudo, para mim, além da quarta colocação no quadro de finais da natação, atrás somente dos EUA, Austrália e Grã Bretanha, o Brasil não fez um mundial perfeito. Não chegamos ao limite. Tivemos grandes performances, claro, outras surpresas, mas algumas decepções. Abaixo segue um resumo e uma opinião de cada um de nossos atletas
Top 12
1-)Cesar Cielo: Realmente não precisa de comentários. Caiu na água nove vezes e em todas foi espetacular. Levou as duas medalhas de ouro, nos 50m e 100m livre, bateu o recorde até na prova que não é exatamente sua especialidade, que é os 100m. Ele chegou favorito aos 50m e como candidato ao título nos 100m. Levou os dois. No 4x100m livre, fez duas parciais históricas e quase levou o Brasil ao pódio, assim como no 4x100m medley, em que fez a segunda melhor parcial da história, com 46s22. O mais espetacular foi que nos 100m livre ele bateu três vezes o recorde sul-americano. Nos 50m, bateu outras duas. No revezamento 4x100m livre mais duas e no 4x100m medley uma. Somou sete recordes sul-americanos. Um fenômeno!
1-)Cesar Cielo: Realmente não precisa de comentários. Caiu na água nove vezes e em todas foi espetacular. Levou as duas medalhas de ouro, nos 50m e 100m livre, bateu o recorde até na prova que não é exatamente sua especialidade, que é os 100m. Ele chegou favorito aos 50m e como candidato ao título nos 100m. Levou os dois. No 4x100m livre, fez duas parciais históricas e quase levou o Brasil ao pódio, assim como no 4x100m medley, em que fez a segunda melhor parcial da história, com 46s22. O mais espetacular foi que nos 100m livre ele bateu três vezes o recorde sul-americano. Nos 50m, bateu outras duas. No revezamento 4x100m livre mais duas e no 4x100m medley uma. Somou sete recordes sul-americanos. Um fenômeno!
2-) Thiago Pereira: Para mim, o destaque dos "mortais" da nossa delegação. Caiu na água seis vezes no campeonato e bateu sete recordes sul-americanos. Isso mesmo, pois no revezamento 4x200m livre quebrou o recorde da prova individual dos 200m e da equipe. Melhorou 2s nos 200m medley e quase 4s nos 400m medley, ficando na quarta posição em ambas as provas.Precisa rever sua prova. Precisa ter certeza que se passar mais fraco no borboleta, pode compensar no crawl. Ele é um espetacular nadador de crawl, mostra isso sendo recordista dos 200m livre, mas precisa aprender a dosar a prova. Se conseguir passar o borboleta mais fraco e conseguir chegar melhor no crawl, é um sério candidato a medalha de ouro nas próximas competições. Chegou a menos de 2s do campeão em ambos os casos. Sua parcial do craw, entretanto, é muito, mas muito pior que a dos adversários. Nos 400m medley, aliás, a parcial da campeã do feminino foi melhor que a dele.
3-) Felipe França: Fez dele o que se esperava. Melhorou ainda mais seu recorde mundial dos 50m peito. O problema? É que o sul-africano ficou a sua frente e melhorou seu recorde mundial. Felipe ficou com a prata e quebrou um jejum de 15 anos do Brasil sem medalha na natação. Agora, é ele se esforçar e treinar bastante para a prova dos 100m peito, que é olímpica, e que ele já tem um bom tempo de 1min00s38. Em entrevista ao Sportv, disse estar muito forte para os 100m e garantir que pode subir ao pódio em Londres-2012. Sua cena no pódio emocionou a todos os presentes em Roma e aos telespectadores.
4-) Káio Márcio: Foi quarto lugar numa prova vencida por Michael Phelps. Ou seja, é o terceiro entre "os mortais" nessa prova. Um resultado bom. Seria espetacular se tivesse melhorado seu recorde, mas não melhorou. Nadou na casa do 1min54s quando havia feito 1min53s no Maria Lenk. Se fizesse o tempo do Maria Lenk, também seria quarto, mas se tivesse melhorado um pouquinho seria bronze. Ao contrário de Thiago Pereira, dosou demais a prova. Passou em oitavo e na volta pareceu ter até mais fôlego para chegar ao bronze, mas ficou em quarto. É uma força do Brasil, tem potencial para ser medalhista olímpico, mas está se especializando nos 200m mesmo. Nos 100m, nadou mal, distante mesmo de seu recorde, apesar de nos 50m ter feito o melhor tempo de sua vida, mesmo sem a vaga para a semifinal.
5-) Nicholas Oliveira: Talvez a maior surpresa da seleção nesse campeonato. Começou nadando o revezamento 4x100m livre muito bem, levando a equipe a quarta posição, muito perto do pódio. Na prova dos 200m decepcionou, ficou longe de seu recorde e parecia estar "acabado" no campeonato, já que não tinha um bom credenciamento para os 100m. Entretanto, baixou mais de 1s seu melhor tempo, se classificou para a final com um sub-48 espetacular. O oitavo lugar na final deixou o Brasil tranquilo para poupar Cielo nas eliminatórias do revezamento medley, nadando novamente nos 47s. Um mundial que surpreendeu muita gente. Treinando nos EUA, tem tudo para virar um potencial medalhista olímpico, levando o Brasil a um patamar ainda maior no revezamento 4x100m.
6-) Gabriella Silva: Uma menina de ouro. Tem um problema crônico no ombro que possivelmente vai a perseguir pro resto da carreira. Mesmo assim, mesmo passando mal na véspera, fez um mundial espetacular e não trouxe a medalha por conta de um detalhe que, para o futuro, tem tudo para ser corrigido. Nos 100m borboleta, melhorou seus 58s para impressionantes 56s94, ficando na quinta posição. Ela passou os primeiros 50m em primeiro, e na chegada estava com o bronze nas mãos, mas chegou deslizando demais. Nas parciais do revezamento, nadou na casa dos 56s e foi fundamental para as quebras de recorde do Brasil. Entretanto, poderia nada ainda um pouco melhor, já que no revezamento, os atletas costumam fazer um tempo cerca de 0s6 melhor. Nos 50m, faltou um pouco de força na semifinal. Se repetisse os 25s71 que fez no Maria Lenk, brigaria pelo pódio. A melhor nadadora do Brasil dos últimos anos e com uma diferença: Joanna Maranhão ficou em quinto em Atenas mas no mundial do ano seguinte já estava sumida. Gabi não. Foi sétima em Pequim e quinta nesse mundial. Deve se manter entre as melhores neste ciclo olímpico. Sua força de vontade nesse mundial foi incrível.
7-) Deynara de Paula: A mais carismática das nadadoras do Brasil. Suas entrevistas ao SPORTV, sempre alegres, sinceras e comoventes, encantaram o público brasileiro. Seguindo Gabriella, ela conseguiu uma vaga na final dos 50m, com recorde sul-americano de 25s85. Nos 100m, melhorou muito, mas muito sua marca, entrando não só na casa dos 58s como na dos 57s também. Não se classificou para a final por que a prova foi a mais forte da competição entre as mulheres.
8-) Henrique Barbosa: Para muitos, a maior decepção do mundial. Para mim, um dos principais destaques. Tudo bem, ele não melhorou suas marcas do Trofeu Brasil, mas conseguiu levar o Brasil as finais dos 100m e 200m peito, algo inédito. Confirmou a força do nado no Brasil, que vem crescendo cada vez mais. Antigamente, nosso revezamento medley perdia tempo nesse estilo, agora é um dos diferenciais a nosso favor. Ficou em sétimo nos 200m e oitavo nos 100m. Tem tudo para adquirir mais experiencia na França e seguir entre os melhores peitistas do Brasil. Ficou nervoso no início do campeonato e isso acabou o rpejudicando para o resto da competição e por isso não repetiu seus tempos. Mas é um nome muito forte para os próximos anos.
9-) João Gomez: Simpático, alegre, sincero, João prometeu que vai trazer bons resultados não só nos 50m como nos 100m peito para o futuro. Nesse mundial, nadou os 100m no primeiro dia e não passou da primeira rodada. Nos 50m, se redmiu, foi a final, mas não conseguiu melhorar seu tempo de 27s14 que tinha antes do campeonato.
10-) Nicholas dos Santos: Depois da incrível performance nos 50m borboleta, em que ficou na quinta posição com 23s00, imaginava que ele fosse passar a final e até mesmo brigar por uma medalha nos 50m livre. Passou até se poupando para as semifinais, mas não foi a final. No nível que a natação está hoje, 21s69 não lhe rendeu uma vaga entre os oito melhores. Encerrou em 10º, mesmo fazendo seu melhor tempo. Especialista nos 50m, na minha opinião, poderia nadar os 100m também para integrar o revezamento 4x100m livre, que está cada vez se fortalecendo mais.
11-) Fabiola Molina: A Dara Torres brasileira. Nossa nadadora de costas não para de melhorar seus tempos e está cada vez melhor com relação ao mundo. Chegou a final dos 50m costas, baixando a marca dos 28s, foi semifinalista nos 100m, ficando muito próxima de seu recorde sul-americano. Seu principal desempenho foi no revezamento 4x100m medley feminino. em que bateu na trave dos 1 minuto duas vezes. Nas eliminatórias, fez 1min00s09 e na final 1min00s07.
12-) Gabriel Mangabeira: Experiente mais ainda jovem. Finalista olímpico em Atenas, o atleta de 27 anos chegou a final dos 100m borboleta neste mundial com recorde brasileiro. Não bateu o sul-americano porque o venezuelano Alberto Subiratz ficou em quinto na mesma prova. Manga ainda foi muito bem no revezamento, nadando 50s baixo. É um nome muito forte para esse ciclo olímpico.
Os revezamentos foram muito bem também. O 4x200m livre masculino ficou um pouco abaixo do esperado, apesar de melhorar em mais de 3s o antigo recorde sul-americano. O time formado por Thiago Pereira, Rodrigo Castro, Nicholas Oliveira e Lucas Salatta fizeram 7min09s71 e fecharam na décima posição. Poderia ser melhor, principalmente as parciais de ROdrigo e Salatta.
O 4x100m medley feminino conseguiu melhorar bastante o antigo recorde, mas segue com o peito sendo a pedra no sapato. Fabiola abre "pau a pau" com o resto e Gabi é nossa peça chave. Tatiana Lemos fecha revezamentos do Brasil desde 1999 e conseguiu fazer na casa dos 53s, algo espetacular. Agora o peito, que viu esse ano Tatiane Sakemi nadar para 1min07s, viu a recorista ficar de fora do revezamento por não ter ido tão bem na prova individual. Quem nadou foi Carolina Mussi. Mas a oitava posição mostra que temos uma natação muito homogênia no feminino.
O 4x100m medley masculino fez o que dele se esperava. A medalha era possível, mas complicada. Guido nadou para seu melhor. Saiu bem, virou em segundo os 50m, mas caiu para sétimo no fim. Henrique poderia ter feito uma parcial melhor. Saiu muito bem, perdendo menos de 0s1 no tempo de saída, mas nadou em 58s64. Poderia ter sido uns três décimos melhor. No borboleta, Mangabeira foi muito bem e Cielo, no crawl, só não colocou o Brasil nas medalhas porque a Alemanha viu Paul Bierdermann, recordista dos 200m e 400m livre, fechar os 100m livre com um tempo incrível.
O 4x100m livre foi a surpresa. Uma final era o desafio da equipe, tanto que Cesar Cielo não foi poupado. Nas eliminatórias, bateram o recorde do campeonato e nadaram na raia 4 na final. Cielo abriu quase para 46s, Guilherme Roth, Fernando Santos e Nicolas Oliveira fizeram seus melhores, mas ainda insuficientes para medalha. Esse revezamento promete para os próximos anos.
Entretanto, tivemos algumas decepções. Tales Cerdeira tinha o nono melhor tempo nos 200m peito e era muito cotado para uma final. Piorou três segundos seu tempo e ficou em 27º nos 200m peito. As meninas, também do peito, ficaram bem abaixo do esperado. Ana Carla de Carvalho, Carolina Mussi e Tatiane Sakemi não ficaram nem perto de repetir os tempos do Maria Lenk. Tatiane deixou claro que não estava bem para a competição. Talvez a maior preparação tenha sido para o Maria Lenk e não para o mundial. Algo que tem que ser mudado para o próximo mundial.
Joanna Maranhão foi bem nos 200m medley, bateu recorde sul-americano e foi semifinalista. Porém, nos 200m borboleta e 400 medley esteve mal. Ainda precisa melhorar o psicológico. É uma atleta jovem, de apenas 22 anos, mas que tem uma bagagem gigante e precisa melhorar o psicológico.Etiene Medeiros teve, apesar de uma contusão, uma atuação apagada, longe de seu melhor tempo nos 50m costas, assim como Flavia Delaroli. Se tivessem feito seus melhores tempos, estariam entre as 16 melhores. O mesmo acontecendo com Leonardo Guedes. Daniel Orzechovisk conseguiu baixar de 25s, que era seu objetivo principal nos 50m costas, ficou entre os semifinalistas nos 50m costas. Henrique Barbosa também foi bém no 200m medley, chegando até a semifinal.
Esse mundial deixou claro que a natação brasileira está crecendo. Foram 18 finais, 12 atletas individuais entre os oito melhores. O quarto país em número de finais do mundial, atrás de EUA, Austrália e Grã Bretanha, e a frente de China, Rússia, Itália, Alemanha, Canadá, Japão, França, Hungria.Somos uma potência? Não, não somos.
Para ser potência, precisávamos ter atletas ao menos de nível para disputar um mundial em provas como os 200m costas masculino e feminino, provas de fundo masculino e feminino. Além disso, para ser uma potência, precisávamos ter mais atletas em algumas provas, como o nado costas feminino, que temos apenas Fabiola Molina, como as provas de medley feminino, em que apenas Joanna Maranhão nada em índices mundiais dentre outras provas.Um potência não vive de atletas e sim de seleção. Mas estamos no caminho. Talvez ainda seja cedo para pensarmos em uma seletiva brasileira sem índices. Mas algumas provas já precisam disso, como os 50m e 100m peito, os 50m livre, os 100m borboleta.
Impressionante como a imprensa brasileira, quase na sua totalidade, se divide entre a parcela do oba oba, evitando qualquer tipo de questionamento, e aquela que, na ânsia de mostrar senso crítico, se atropela e repete um discurso sem ao menos analisar os fatos.
Agora, esses corneteiros de plantão, que só criticam Thiago Pereira, Kaio Márcio etc, são os mesmos que vão criticar caso eles não ganhem medalhas em Londres 2012. Os que criticam uma quarta posição, vão voltar a criticar uma quarta posição em Londres. Se eles sabem que eles são o quarto do mundo, como cobrar-lhes uma medalha?
Perfeito o último parágrafo. Disseste tudo
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