A grande questão envolvida foi o uso dos super maiôs, pivô de tantas discussões no meio da natação desde o começo do ano passado. A bordo do "Jacked', vimos 28 dos 33 recordes continentais batidos em provas individuais.
É claro que os novos maiôs ajudam nos tempos, ajudam, e muito. Mas a grande questão é que em 2009 todo mundo está nadando já com essa nova peça e, dentre os que nadaram com essa vestimenta, o Brasil se destacou, e muito. Em 2009 já tivemos os campeonatos nacionais da França, Rússia, Itália, Holanda, Dinamarca, Belgica, Japão, Espanha, Romênia, Grã Bretanha, Suiça, Nova Zelândia, Hungria, Àustria, Irlanda e China, para ficar entre os países tradicionais da natação. Claro que ainda falta a seletiva norte-americana, a maior potência do mundo da natação.
Outro fator importante foi que os índices para o mundial já não foram mais referência. Os tempos que significaram o 16º colocado do mundial de 2007 nas provas de 50m, 100m e 200m, e o 8º colocado nas provas de 400m, 800m e 1500m, foram facilmente batido pelos atletas brasileiros, tanto que em nove provas tivemos mais de dois atletas com a marca para o mundial. Nas provas individuais, o Brasil só não teve atletas com índice para o mundial nos 400m, 800m e 1500m, 200m costas(masculino e feminino), 200m borboleta(feminino). Detalhe que mesmo sem índice, foram batidos cinco recordes brasileiros nessas provas.
- O Troféu Maria Lenk impactou o mundo de uma forma inédita. Foi uma invasão brasileira no ranking mundial que tomou a todos de surpresa. Temos nomes no ranking mundial que tem tudo para brilhar nos Jogos Olímpicos de 2012. Vamos chegar no Mundial como um time forte, jovem e que será observado de uma forma especial por todos – afirmou o superintendente técnico de natação da CBDA, professor Ricardo de Moura.
O grande destaque da competição foi o nado peito. O Brasil sempre teve nesse estilo seus piores resultados, mas as coisas já mudaram. Na competição, os seis recordes sul-americanos caíram. Nos 50m, 100m e 200m peito dos dois sexos.
O destaque, claro, para a prova dos 50m peito masculino. Felipe França conseguiu o recorde mundial com 26s89, melhorando em 15 centésimos o antigo recorde. Mas, o que ninguém falou na mídia, foi a força que a prova teve. Felipe França Silva (26s89), João Luiz Júnior (27s14), Henrique Barbosa (27s20), Felipe Lima (27s29) e Eduardo Fischer (27s74) estão entre os oito melhores do mundo na prova em 2009. Além disso, os cinco tempos estão entre os 10 melhores da HISTÓRIA DA PROVA!
Falando em história, Henrique Barbosa é o segundo nadador mais rápido da história nos 100m e o terceiro nos 200m peito(nesse final de semana um japonês fez o tempo mais baixo que Henrique) . Ele marcou 2min08s44 na final dos 200m peito e só perde para o bicampeão olímpico Katajima, que fez 2min07s51 em Pequim. Nos 100m, ele nadou em 59s03 e também é o segundo melhor da história, também atrás de Katajima, que nadou na casa dos 58s em Pequim. Faltou muito pouco para o recorde mundial.
Nos 200m peito, Tales Cerdeira, de 22 anos, conseguiu o tempo de 2min09s31 e tem o terceiro melhor tempo do ano e o 11º melhor da história.
Nos 100m peito, outros três nadadores conseguiram romper a barreira de 1min01s. João Luiz Jr registrou o segundo melhor tempo com 1min00s40, tempo que lhe garante lugar na prova no Mundial de Roma. Eduardo Fischer, pode comemorar sua melhor marca pessoal: 1min00s52. O recordista mundial dos 50m peito, Felipe França, conseguiu a quarta colocação com 1min00s55.Todos entre os melhores da temporada
Na prova feminina, o Brasil tinha menos tradição ainda. Apesar do recorde mundial de Maria Lenk em 1936, o Brasil não faz índice olímpico para a prova há anos entre as mulheres. E nossas peitistas foram muito bem.
Nos 50m peito, Tatiane Sakemi marcou 30s81 e é a 11ª mais rápida da HISTÓRIA DA PROVA, a sexta do ano. Na mesma prova, outras duas brasileiras fizeram índice. Ana Carla Carvalho (31s13) / Carolina Mussi (31s62). Ana é a 13ª do ano e a 21ª da história da prova.
Nos 100m peito, recorde sul-americano pulverizado. Primeiro foi Ana Carla Carvalho quem superou o antigo recorde da argentina Liliane Guiscardo (1min10s38) ao nadar a prova para 1min09s61. Depois foi a vez Tatiane Sakemi na série seguinte bater o recorde continental e atingir o índice para sua segunda prova em Roma, marcando 1min07s67. Liliane tinha a chance de recuparar o seu índice mas quem brilhou foi Carolina Mussi que venceu a série com 1min08s41, abaixo do índice que é de 1min08s49.
Nos 200m peito, outro recorde pulverizado. Tatiane Sakemi quebrou o recorde sul-americano em mais de 3s, na casa de 2min29, mas ainda longe do índice. Na final, Carolina Mussi surpreendeu a todas, inclusive a ela, e superou muito sua melhor marca para fazer índice para o mundial com 2min27s42. Em menos de 24 horas, o recorde caiu quase 5 segundos.
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Fundo masculino quebra recordes antigos mas meninas continuam atrás
O recorde brasileiro dos 1500m tinha 11 anos de idade. O dos 800m livre, 29 anos. E os dois foram por água abaixo com Luiz Rogério Arapiraca no Troféu Maria Lenk.
Primeiro, nadou para 15m15s94, melhorando em pouco mais de 1s o recorde que era de Luiz Lima desde o mundial de 1998. Dias depois, marcou 7min58s20 e superou o recorde de Djan Madruga que já durava 29 anos nos 800m livre, prova não olímpica.
Nestra prova, é importante ressaltar que Conrado Chede também nadou abaixo dos 8 minutos, já que foi o segundo com o tempo de 7min59s98.
Nas provas de fundo femininas, também aconteceram recordes sul-americanos, mas não com nadadoras brasileiras. Kristel Kobrich , chilena que nada pelo Corinthians, fez 4min11s83 nos 400m livre e bateu recorde continental, dias depois venceu a prova não olímpica dos 1500m feminina com 16m11s40 e como novo recorde também. Nos 800m, ela ficou a menos de 1s do recorde sul-americano, batendo o recorde chileno.
Na prova dos 400m, Monique Ferreira perdeu o recorde sul-americano para Kobrich e também o brasileiro para Joanna Maranhão. A brasileira especialista no medley, fez 4min12s19. Nos 400m masculino, uma das únicas provas sem índice para o mundial e sem recorde sul-americano. A vitória foi de Conrado Chede – Unisanta – com 3m52s64.
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Cesar Cielo dois tempaços. Show de índices nas provas de velocidade, mas meninas ficam um pouco aquém
Cesar Cielo mostrou por que é campeão olímpico e venceu a prova dos 50m livre com o tempo de 21s33, o segundo melhor de sua carreira e o quarto melhor da história. Nos 100m, ele bateu o recorde sul-americano com 47s60, melhorando em 0s07 o tempo de seu bronze na olimpíada, e é o quarto melhor do ano e o oitavo maior da história.
Um fator importante foi a quantidade de índices alcançados. Nicolas Oliveira (48s69) / Fernando Silva (48s76) / Guilherme Roth (48s85) fizeram a marca exigida para o mundial nos 100m livre, com a segunda vaga ficando para o incrível Nicolas, que deu um show nos 200m também, marcando 1min46s90, pulverizando o antigo recorde sul-americano que era de Rodrigo Castro.
O revezamento 4x100m livre vai com os quatro atletas citados e com possibilidades reais de final no mundial.
Nos 50m, além do tempo de Cielo, tivemos a incrível marca de Nicholas dos Santos, que marcou 21s74, o quinto melhor do ano e o 14º melhor da história. O jovem Bruno Fratus fez 21s91, baixou de 22s, mas não vai ao mundial pelo fato de o Brasil ter direito de duas vagas. O tempo é o 11º do mundo na temporada. Guilherme Roth (22s13) e Fernando Silva (22s18) também fizeram o índice.
Entre as meninas, Monique Ferreira bateu o recorde sul-americano nos 200m livre pela primeira vez baixando dos dois minutos. Nos 100m, a equipe feminina não teve nenhuma atleta com índice no individual, e nem conseguiram por equipe a vaga no revezamento, por pouco, muito pouco. Nos 50m, ainda sem recorde, vitória de Tatiana Lemos, que segue se destacando como maior velocista do Brasil na atualidade.
Gabriel Mangabeira espetacular e show de índices no borboleta e nos costas
Gabriel Mangabeira foi, talvez, a maior surpresa entre os nosso principais nadadores. Ele superou o favorito Kaio Marcio nos 100m borboleta e o favorito Guilherme Guido nos 100m costas e bateu dois recordes sul-americanos.
Nos 100m borboleta, sua vitória foi com a marca de 51s21, oito décimos melhor que seu melhor tempo, e é o terceiro melhor da temporada e o oitavo da HISTÓRIA DA PROVA. Kaio, com os 51s64 feitos nas eliminatórias, é o oitavo melhor do ano. Outros atletas Henrique Martins (51s93) / Frederico Veloso Castro (52s22) / Fernando Silva (52s26) conseguiram o índice para o mundial. Resultados realmente expressivos.
Nos 100m costas, Gabriel voltou a nadar bem essa prova, que era sua especialidade até 2003. Fez 53s81, recorde sul-americano, vencendo Guido que também melhorou seu antigo recorde duas vezes(uma no revezamento 4x100m medley do Pinheiros) e outra na final com 53s99. O jovem Leonardo Guedes fez 54s47, marcou o índice, e nadará a prova caso Mangabeira desista.
Guido perdeu os 100m costas, mas foi soberano nos 50m, marcando 24s71, o segundo melhor tempo da temporada e o quinto melhor da história. Daniel também nadará a prova, com os 25s41 que fez para levar prata. Leonardo Guedes também fez o índice.
Nos 50m borboleta masculino, show de índices. Foram sete atletas abaixo do índice. O melhor foi Cesar Cielo, que não sabe se vai nadar a prova, fez 23s42, o nono melhor tempo do ano, um centésimo a frente de Nicholas Santos. Kaio Marcio ficou com 23s44, mas deve nadar a prova, já que é provável a ausência de Cielo. Guilherme Roth (23s46) / Henrique Martins (23s73) / Frederico Veloso (23s94) / Glauber Silva (23s95) também fizeram o índice.
Show de Kaio mas decepção quanto a índices nos 200m borboleta e costas
Kaio Marcio fez pela primeira vez um tempo na casa de 1min53s, terminando as eliminatórias com 1min53s92, segundo melhor tempo da temporada e o quinto da história. Espetacular atuação.
A decepção ficou por conta dos outros brasileiros. Frederico Castro e Lucas Salatta bem que tentaram atingir o índice para o Mundial, mas infelizmente eles não conseguiram. Frederico raspou no índice para o Mundial nas eliminatórias e Salatta venceu a prova com 1min56s65 e não fez o índice que era de 1min56s47. Fred fez 1min56s99 nas eliminatórias.
Nos 200m costas, o Brasil não terá representantes, pelo menos com índice A. É bem provável que Lucas Salatta, que alcançou o índice B e já estará no mundial nadando o revezamento, nade esta prova. Ou mesmo Leonardo Guedes, que quase fez o índice A, e deve ir para o mundial nos 100m costas, caso Gabriel desista. O campeão, entretanto, foi Fernando Ernesto Santos – Unisanta que fez 1m59s58.
Gabriela bate recorde mas sai triste enquanto Fabiola continua com show de recordes
Nos 50m e 100m borboletas feminino, vitória da finalista olímpica Gabriella Silva, com 58s25(acima de seu recorde) nos 100m e com recorde sul-americano com 26s18. Os tempos foram abaixo do esperado, mas Gabi nadou com dores no ombro, segundo ela. O mais importante para ela foi ter nadado os 50m livre no estilo borboleta e marcar 25s71, que seria um dos 10 melhores tempos da história da prova. Ainda no borboleta, Daynara de Paula confirmou índice para os 100m e ficou muito perto nos 50m.
Nos 200m borboleta, Joanna Maranhão bateu o recorde sul-americano da prova com 2min09s48 e mesmo sem índice para o mundial, irá nadar a prova, já que conseguiu índice em outras provas.
No nado costas, Fabiola Molina segue batendo recordes. Levou os 50m com 28s19 e os 100m com 1min00s51, melhorando respectivamente 0s09 e 0s20. Nos 50m, a jovem Etiene Medeiros, medalhista no último mundial juvenil, conseguiu índice para a prova com a marca de 28s55.
A tristeza ficou por conta de Fernanda Alvarenga, que mesmo com seus melhores tempos da carreira, ficou muito perto do índice para o mundial. Nos 200m costas, melhorou o recorde sul-americano que já era dela e fez 2min12s32. Nos 100m costas, ficou muito próximo da marca estipulada.
Joanna melhora no medley e Henrique garante vaga no mundial
A tristeza ficou por conta de Fernanda Alvarenga, que mesmo com seus melhores tempos da carreira, ficou muito perto do índice para o mundial. Nos 200m costas, melhorou o recorde sul-americano que já era dela e fez 2min12s32. Nos 100m costas, ficou muito próximo da marca estipulada.
Joanna melhora no medley e Henrique garante vaga no mundial
Joanna Maranhão segue única nas provas de medley no Brasil. Nos 400m, venceu sem dificuldades com o tempo de 4min40s01, apenas um centésimo acima de seu recorde sul-americano. Já nos 200m medley, ela bateu o recorde sul-americano com 2min14s13, garantindo mais um índice.
No masculino, Thiago Pereira venceu os 400m medley com o tempo 4min14s00, mesmo se recuperando de uma lesão no dedo e mais preocupado com o campeonato que disputará em nos EUA esta semana. Nos 200m medley, uma intensa luta pela segunda vaga na prova, já que Thiago, que não nadou a prova no Rio, já tinha a vaga praticamente garantida com o tempo feito na olimpíada. Henrique Rodrigues superou na final dos 200m medley dois nadadores mais experientes internacionalmente: Diogo Yabe, que nadou os Jogos Olímpicos de Atenas 2004 e André Schultz, que nadou o Campeonato Mundial de Melbourne 2007. O nadador do Minas TC fez 1min59s47, abaixo do seu melhor tempo feito no Open do ano passado que era de 1min59s69. Com isso ele carimbou passaporte para seu primeiro Campeonato Mundial Absoluto. Diogo Yabe nadou abaixo do índice (2min00s53) e fez 2min00s20, mas não disputará o Mundial. Schultz bateu na trave mais uma vez e ficou na terceira colocação com 2min00s56.
Até revezamentos batem recorde
O show de recordes sul-americanos foi tão grande que mesmo sem contar com todos os atletas do país, o Pinheiros conseguiu três recordes sul-americanos. O primeiro, no 4x50m livre, formado por Nicholas Santos, César Cielo, Fernando Silva e Bruno Fratus fez 1m26s42, que é a melhor marca do mundo nesta prova que não é disputada nem no mundial.
No revezamento 4x100m medley, novo recorde sul-americano. No dia da disputa, os quatro nadadores detinham o recorde sul-americano de suas provas individuais( Guilherme Guido ainda era recordista). Eles- Guilherme Guido, Henrique Barbosa, Gabriel Mangabeira e César Cielo - nadaram a prova em 3min33s83.
No último dia, Com 3min14s45, Nicolas Oliveira, César Cielo, Nicholas dos Santos e Fernando Silva bateram o recorde sul-americano do 4x100m livre.
Olimpíada da Juventude
Poucos estão comentando, mas em 2010 teremos a primeira edição das olimpíadas da Juventude, e alguns brasileiros conseguiram índices para a competição que reune atletas de 14 a 18 anos.
Victor Rodrigues já tinha índice para os 400m livre e outros quatro alcançaram nesse Torneio Maria Lenk. 50 peito feminino - Alessandra Marchioro do Clube Curitibano 31:76200 borboleta feminino - Julia Gerotto do Paineiras 2:14:80 Agora a noite 100 peito masculino - Pedro Silveira Ferrer do Minas 1:03:69 200 medley masculino - Giuliano Rocco do Minas 2:04:74. Os índices são dificílimos e os atletas tem mais uma ano para conquistá-los.
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Eles fizeram o índice, mas estão fora
Guiherme Roth foi o maior "azarado" do torneio. Conseguiu índices para o mundial nas provas do 50m livre, com 22s13, 100m livre com 48s85 e dos 50m borboleta com 23s46. Porém, nas três provas, pelo menos dois brasileiros foram melhores que ele. Ao menos, tem vaga garantida no revezamento 4x100m livre.
Fernando Silva foi outro que beirou a vaga nas provas de velocidade. Nos 50m livre, fez 22s18 e nos 100m fez 48s83 e, mesmo com índice, ficou sem vagas nas provas individuais. No revezamento 4x100m livre, entretanto, está garantido.
Leonardo Guedes , medalhista no mundial juvenil de 2006, conseguiu índice para a prova dos 50m e dos 100m costas, mas acabou com tempos piores que outros brasileiros. Ainda resta uma pequena esperança de nadar os 100m costas, caso Gabriel Mangabeira não queira nadar os 100m, o que é difícil.
No nado peito, Eduardo Fischer fez suas melhores marcas da longa carreira, que tem duas olimpíadas na carreira, e conseguiu índice para os 50m(10º melhor tempo da história) e para os 100m, mas como agora o Brasil é o país do peito, acabou ficando de fora do mundial.
Dois jovens do nado borboleta surpreenderam, mas não conseguiram se classificar para o mundial. Henrique Martins fez o espetacular tempo de 51s91, muito abaixo do índice, mas ficou sem a vaga. Já Frederico Veloso, fez índice nos 50m e nos 100m, e chegou bem perto nos 200m.
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