Esporte à esporte- Nado Peito

O nado peito é, históricamente, o ponto fraco da natação brasileira. Apesar de nossa Maria Lenk ter sido recordista mundial dos 400m peito nos anos 1930 e 40, o nado peito sempre esteve atrás dentro do Brasil. Isso poderia ter mudado com uma medalha de Sylvio Feolo, que não veio por uma batida de mão nos 100m peito, mas não aconteceu.

Porém, atualmente, o estilo é o que mais cresce no Brasil. A prova dos 100m peito no Maria Lenk do ano passado foi histórica, com quatro atletas fazendo o índice olímpico. Já entre as mulheres, apesar de não estar ainda neste nível, muitos acreditam que o principal fator que colocou o Brasil entre os 10 melhores revezamentos medley do mundo foi a melhora de Tatiane Sakemi, que nadando na casa do 1min10s, fez o principal salto da equipe para entrar nos Jogos de Pequim.

As provas de 50m, que não são olímpicas, são as que os brasileiros se dão melhor. No ano passado, por exemplo, Felipe França, fechou a temporada com a quinta posição no ranking, com a marca de 27s58 feita no Maria Lenk. Ele, aliás, prometeu que tentaria quebrar o recorde mundial da prova. O jovem João Gomez ainda marcou o nono tempo com 27s64. Outro brasileiro ainda ficou entre os 12 melhores na prova no ano, com 27s72 de Felipe Silva. No feminino, Tatiane bateu o recorde sul-americano em dezembro passado, com 31s95, ficando ainda distante das melhores do mundo, mas cada vez melhor.

Na olimpíada de Pequim, entretanto, os nossos peitistas acabaram nadando abaixo do esperado. Henrique Barbosa, que tinha feito 1min00s79 no Maria Lenk e tem com esse tempo o recorde sul-americano até hoje, nadou em 1min01s11 e foi o 23º, uma posição atrás de Felipe França que fez o segundo melhor tempo de sua carreira, com 1min01s04. Nos 200m peito, Henrique Barbosa fez 2min12s99, ficou um pouco longe de seu melhor tempo e ficou em 30º.

Uma prova da evolução brasileira é que, em 2008, o Brasil finalizou o ano com quatro peitistas entre os 50 melhores nos 100m peito, além dos resultados dos 50m já citados acima. Se tivesse um revezamento 4x100m peito, o Brasil brigaria por uma medalha com certeza, já que apenas EUA, Japão e Austrália tem esse número de peitistas entre os 50 melhores.

Para 2009, a briga pela vaga no mundial nas provas de 50m e 100m peito serão intensas. Nos 50m, já temos João Júnior (27s64) / Felipe França Silva (27s72) / Felipe Lima (27s90) / Eduardo Fischer 28s00 classificados, mas apenas dois deles vão para Roma. Nos 100m, Felipe França (1m01s04) / Henrique Barbosa ( 1min01s11) fizeram índices nas olimpíadas, mas ainda terão Felipe Lima, Eduardo Fischer e outros que podem tirar suas vagas.

Nos 100m peito, Tatiana Sakemi tem o recorde brasileiro com 1min10s44, muito perto do recorde sul-americano. No Open do ano passado, ela nadou novamente para 1min10s, ficando muito perto de seu recorde brasileiro.

Os 200m peito, ainda se encontram um pouco atrás em termos mundiais, mas também está crescendo. Thiago Pereira, especialista no medley, é campeão pan-americano da prova e em Pequim ficou em 19º, com recorde sul-americano de 2min11s40. No feminino, Tatiane Sakemi tem 2min33s17, que é seu recorde brasileiro desde 2007, e que ela esteve perto de bater, mais ainda não conseguiu.

O futuro do peito também parece estar garantido. Os principais atletas brasileiros da base são do nado peito. Bianca Freitas, que aos 14 anos foi finalista do José Finkel ano passado. Meses depois, no tradicional Chico Piscina, foi o melhor índice técnico da competição no feminino, enquanto Matheus Loro Netto, que vem crescendo cada vez mais no masculino, foi o melhor entre os homens, ambos na prova dos 100m peito.

O mundial de 2009 promete para os brasileiros do nado peito, principalmente os 50m onde poderemos ter até dois finalistas brigando por medalhas. Nos 100m peito, é mais complicado mas poderemos ter finalistas e finalmente algum atleta baixando do 1 minuto. No feminino, o principal objetivo é nadar cada vez melhor para alavancar o nosso revezamento medley.