Na última semana, fui cobrir para o portal da Copa 2014- www.copa2014.org.br- um fórum sobre a Copa 2014 da ESPM, Escola Superior de Propaganda e Marketing. Lá, pude conversar com Marcelo Campos Pinto, diretor do Globo Esporte no Rio de Janeiro, e que respondeu algumas perguntas sobre esportes olímpicos e, principalmente, sobre a situação da Superliga feminina de vôlei.
Seria maravilhoso ter todo o tempo do mundo para intrevistá-lo, já que teria inúmeras perguntas para fazer. Mas, além de ter quatro companheiros de profissão ao lado, sabatinando o entrevistado, tivemos menos de 20 minutos para conversar com ele sobre os mais diversos assuntos. Segue abaixo as perguntas sobre esportes olímpicos.
Tem gente preocupada com a estrutura que a Record terá para cobrir eventos como os Jogos Olímpicos e Pan-americanos. E já se levantou a possibilidade de uma ajuda da Globo na estrutura para se cobrir o evento?
Não há negociação. A Globo, no momento, está centrada na Copa das Confederações 2009, na Copa do mundo 2010 e até o momento nada para a olimpíada, já que a Record já declarou que fará transmissão exclusiva da olimpíada. Qualquer iniciativa nessa área tem que partir da Record.
A Globo não está dando e nem vai dar importância para a olimpíada, o maior evento esportivo do mundo, pelo fato de não ter os direitos de transmissão?
Não faz sentido isso. A Globo vai continuar a dar importância aos esportes olímpicos como ela sempre deu. O fato de não termos o direito das olimpíadas de inverno 2010 e de verão 2012 não mudou em nada nossa estratégia de cobrir todos os esportes, como sempre fizemos. Estamos super envolvidos na transmissão da Superliga de vôlei, nos demais esportes- basquete, judô, natação, ginástica, handebol, futsal, tudo quanto é esporte- a Globo está ligada, seja nos canais abertos seja nos canais fechados.
Por outro lado, é induvidável que um evento quando acontece no país, ele tem uma importância muito maior. Vamos comparar, por exemplo, qual a relevância na mídia brasileira dos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo 2003? Mínima. Qual a relevância dos Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio de Janeiro, na mídia brasileira? Enorme, por que aconteceu no Brasil.
Qual vai ser a relevância dos Jogos Olímpicos de Londres na mídia brasileira? Vai ser grande, mas se 2016 for no Rio, a relevância vai ser infinitamente maior que em Londres 2012.
Você falou sobre a Superliga. A gente ouviu dizer, não das empresas, mas ouviu muito que a saída do Finasa, era por que a Globo não falava o nome dos patrocinadores . Como você imagina o volei e os outros esportes daqui a diante? Existe a possibilidade da Globo mudar sua conduta?
Eu acho que não é por isso que os patrocinadores saíram, já que estamos vivendo uma crise econômica mundial. Se nós olharmos a mídia, até mesmo os clubes da Inglaterra estão sofrendo um impacto muito grande, o esporte no mundo inteiro está diminuindo o orçamento e as empresas tem diminuindo ou até mesmo se retirado do esporte.
Na questão da Globo não mencionar o nome dos times, ela está presa a dois fatores. Um, a Globo tem uma política comercial de valorizar seus parceiros e para fazer propaganda na Globo você pode comprar publicidade ou fazer merchandising. Falar o nome de uma empresa que patrocina o time seria uma espécie de merchandising então você taria dando dois tratamentos diferentes para dois tipo de clientes. Existe a política de jornalismo, que para manter sua independência, a Globo prefere não se envolver em atividades comerciais e assim não mencionar nomes.
A CBV - Confederação Brasileira de vôlei- tentou em algum momento negociar alguma coisa?
A CBV, que tem os dirigentes na defesa de seus interesses, está sempre tentando negociar. Se algum dia vai acontecer eu não sei, mas hoje existe políticas da Globo que impedem a menção do nome.
Muitas equipes reclamaram já que a transmissão das finais de turno(São quatro turnos no feminino e outros quatro no masculino) não foram pela Globo, somente pela Sportv. Isso foi negociado com a CBV?
Eu não estou a par, mas quem cuida disso é nosso amigo Luiz Fernando , mas eu tenho certeza que as negociações são um processo evolutivo. Mas eu não trato disso, não o dia a dia que eu trato. Meu dia a dia é outro.
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