Comparando os resultados do Campeonato Nacional do Brasil, Troféu Maria Lenk com as principais competições nacionais dos países estrangeiros os resultados comprovam a tese acima e deixam até uma impressão bem expressiva da performance dos 100 peito no Brasil.
Se os nossos nadadores tivessem nadado no Campeonato Italiano, teríamos levados as medalhas de ouro, prata e bronze e teríamos quatro nadadores na final de lá. Na França, o resultado seria ainda mais expressivo com os brasileiros ganhando desde o 1º até o 5º lugar na prova com cinco atletas na final do Francês. No Japão, os brasileiros teriam quatro nadadores na final dos 100 peito de lá e Henrique Barbosa seria o único a subir ao pódium como campeão. Na Grã-Bretanha, seis atletas do Brasil estariam na final, e levaríamos as medalhas de ouro e bronze. Seis também fariam a final na Espanha, mas levaríamos as três medalhas do pódium. Na seletiva australiana, Henrique Barbosa seria campeão e cinco atletas fariam a final de lá. Para terminar, na Hungria, onde ficaríamos com o pódium completo e seis atletas na final do Campeonato de Budapeste.
Falei com Tomazini semana passada, e ele respondeu por telefone, muito gentilmente, a uma série de perguntas que fiz, não só sobre o nado peito, mas sobre a natação em geral.
O Brasil sempre teve no nado peito o "patinho" feio da delegação, mas agora temos um recordista mundial, atletas entre os primeiros do ranking mundial. Como você vê o atual momento do nado peito no Brasil?
Eu acho que existem fases. Tivemos a fase do nado livre no Brasil, com o Gustavo Borges e com o Fernando Scherer, até mesmo no mundo já tivemos a fase dos fundistas australianos, com Ian Thorpe Grant Hacket fazendo sucesso nas provas de 400m e 1500m e acho que agora é a hora do nado peito no Brasil. O resultado se deve ao grande nível da comissão técnica e do grande comprometimento dos atletas. É um momento como todo, que também pode ser atribuido a CBDA, que deu condições para os treinadores a atletas para competir fora em algumas competições, como Copa do Mundo. A evolução é gradativa, não é de uma hora para outra.
Eu acho que existem fases. Tivemos a fase do nado livre no Brasil, com o Gustavo Borges e com o Fernando Scherer, até mesmo no mundo já tivemos a fase dos fundistas australianos, com Ian Thorpe Grant Hacket fazendo sucesso nas provas de 400m e 1500m e acho que agora é a hora do nado peito no Brasil. O resultado se deve ao grande nível da comissão técnica e do grande comprometimento dos atletas. É um momento como todo, que também pode ser atribuido a CBDA, que deu condições para os treinadores a atletas para competir fora em algumas competições, como Copa do Mundo. A evolução é gradativa, não é de uma hora para outra.
E com essa evolução, o revezamento medley do Brasil, que sempre foi forte, vai para o mundial com grandes chances de medalha?
Primeiro de tudo, os atletas tem que acreditar que podem ganhar uma medalha. Em 99, quando ganhamos o ouro no Pan, nós tínhamos o objetivo de brigar pelo o bronze com Cuba e por isso começamos a treinar saída de revezamento, saber onde e que hora cada atleta tem que forçar o rítmo e o que deu foi chegarmos a uma medalha de ouro, vencendo os americanos e canadenses.
Não basta termos no momento quatro grandes atletas, um em cada estilo. Ele têm que começar a se dedicar e perceber que o revezamento também é uma prova importante e que tem chances de bom resultado e para se treinar revezamento requer todo um estudo. Não adianta o Guido ir para lá pensando só em nadar os 100m costas, o Cielo as provas individuais etc...Têm que se pensar no revezamento como uma prova
Primeiro de tudo, os atletas tem que acreditar que podem ganhar uma medalha. Em 99, quando ganhamos o ouro no Pan, nós tínhamos o objetivo de brigar pelo o bronze com Cuba e por isso começamos a treinar saída de revezamento, saber onde e que hora cada atleta tem que forçar o rítmo e o que deu foi chegarmos a uma medalha de ouro, vencendo os americanos e canadenses.
Não basta termos no momento quatro grandes atletas, um em cada estilo. Ele têm que começar a se dedicar e perceber que o revezamento também é uma prova importante e que tem chances de bom resultado e para se treinar revezamento requer todo um estudo. Não adianta o Guido ir para lá pensando só em nadar os 100m costas, o Cielo as provas individuais etc...Têm que se pensar no revezamento como uma prova
E você acha que acabou acontecendo isso no revezamento em Pequim, em que o Cielo, para se poupar para os 50m que seria disputado no mesmo dia, acabou desistindo de nadar as eliminatórias?
Você deu um bom exemplo. O Brasil, muitas vezes, é movido pelo interesse individual. O Cielo estava lutando por medalhas no individual e acabou não nadando o revezamento, por que no fundo, para ele, ficar em oitavo ou 16º acabava dando na mesma, pois ele estava brigando por medalhas nas provas individuais e o revezamento não estava tão forte assim pra chegar ao pódio. Isso é válido, claro, mas se o time tivesse chances de medalha, talvez ele nadaria.
Agora, mudando de assunto, seus melhores tempos nos 100m e 200m peito em sua carreira foi 1min03s e 2min15s respectivamente. Deixando a modéstia de lado, qual tempo você acha que faria se utilizasse em 99 os maiôs atuais?
Daria realmente uma grande ajuda, mas não iria adiantar colocar só o maiô. Tem outras diferenças, como a ondulação, que naquela época não podia dar a filipina que hoje se pode. Com certeza, eu estaria no bolo do pessoal dos 100m peito, na casa de 1min00s, brigando por uma vaga no mundial, e por volta dos 2min10s nos 200m.
Daria realmente uma grande ajuda, mas não iria adiantar colocar só o maiô. Tem outras diferenças, como a ondulação, que naquela época não podia dar a filipina que hoje se pode. Com certeza, eu estaria no bolo do pessoal dos 100m peito, na casa de 1min00s, brigando por uma vaga no mundial, e por volta dos 2min10s nos 200m.
Semana passada a FINA reprovou alguns dos maiôs usados por alguns atletas, o que você achou disso? ( ver melhor no site www.bestswimming.com.br)
A reunião teve uma polêmica, já que a Speedo não teve nenhuma de suas peças reprovadas e alguns especialistas acham que essa decisão foi bastante polêmica. Porém, todas essas peças da Speedo estavam dentro das regras. Alguns dos maiôs são produzidos somente para o atleta melhorar seu tempo, outros são para melhorar a técnica.
Acho que a FINA se complicou muito na reunião. Por que não vetou os maiôs desde sempre? Essa história dos maiôs acaba perdendo valores. Ao invés de buscar melhorias nas saídas, nas viradas, na técnica, os atletas estão olhando apenas os trajes. Se pergunta qual é o traje do campeão ao invés de estudar sua técnica.
Mudando totalmente de assunto, o Torneio Chico Piscina, disputado por jovens atletas no Brasil, tem uma grande visibilidade, passando até na Sportv. Qual importância deste torneio para natação brasileira?
90% dos atletas brasileiros passaram pelo Chico Piscina. Eu sou uma excessão, por que não participei do torneio que, na época, reunia dois atletas de cada estado por prova e era o quarto do estado. O Torneio prepara muito bem para seleções juvenis, que por sua vez preparam para as seleções adultas.
Novamente mudando de assunto, você foi para o Pan de Winnipeg e ficou na quarta posição tanto nos 100m como nos 200m peito, além claro do ouro no revezamento 4x100m medley. A medalha dos 200m peito de Santo Domingo teve um gostinho melhor depois de bater tão perto do pódio em 99?
Em 99, eu bati dois recordes sul-americanos, tanto nos 100m como nos 200m, melhorei em 2s meu tempo nos 100m peito e ainda consegui a vaga no revezamento, que eu não tinha. Em 2003, os 200m eram minha única chance de medalha, já que não me classifiquei nos 100m e aí a chance de ir para o revezamento não existia. A sensação do bronze em 2003 foi muito boa, apesar de eu, antes da competição, saber que eu tinha condições reais de conquistar a prata
Maiores informações sobre Tomazini no site- www.marcelotomazini.com.br
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