sexta-feira, 29 de maio de 2009

Histórias olímpicas- seleção húngara de polo aquático

Já eram 24 anos de jejum da equipe húngara no pólo aquático masculino das olimpíadas. O país, que já tinha sido seis vezes campeão olímpico, vivia uma escassez de títulos, vindo de quatro medalhas de bronze em mundiais e uma ausência do pódio das olimpíadas que durava 16 anos. E, em 1999, Tamas Kasas, previu uma hegemonia “ Seremos imbatíveis por vários anos” disse, após o título da Copa do Mundo daquele ano. E foi o que aconteceu. Veio o tricampeonato olímpico em 2000,2004 e 2008.Zoltán Szécsi, Tamás Molnár, Gergely Kiss, Tamas Kasas, Tibor Benedek, Péter Biros, além do técnico Dénes Kemény, foram os que participaram das três conquistas. Entre 2004 e 2008, o time teve de passar por uma pequena renovação, perdendo alguns dos bicampeões, como Attila Vari, Barnabás Steinmetz e Rajmund Fodor, mas com a entrada de novas caras na equipe, a seleção conseguiu mesclar a juventude e a experiência para conseguir, de certo modo, surpreender aos croatas, servos e montenegrinos, principais favoritos ao ouro em Pequim.

Com alguns atletas remanecentes da equipe que tinha amargado a quarta posição em Atlanta-1996 depois de uma derrota por 20 a 18 para a Itália, a Hungria conseguiu o título em Sydney 2000, encerrando assim um jejum que vinha desde Montreal 1996. A final diante da Rússia, vencida por 13x6, foi bem mais fácil do que a complicada semifinal diante da Iuguslávia, quando Gergely Kiss marcou quatro gols e foi essencial na vitória por 8x7, e de que a primeira fase, em que o time perdeu dois jogos e não mostrou regularidade. Mas, como se sabe, time grande se encontra na fase final e foi o que aconteceu.

Depois do título mundial de 2003, do tricampeonato da Liga Mundial em 2002,2003 e 2004, e a manutenção da equipe campeã em 2000, 11 jogadores foram bicampeões, a medalha em Atenas era iminente. Depois de uma tranqüila campanha, a final começou complicada diante da Servia e quando o time acordou já perdia por 3x0. Gergely Kiss, herói do título de 2000, novamente foi o principal jogador, comandando a virada e terminando a partida com quatro gols, um deles faltando 2 minutos, quando a partida estava empatada em 7x7, praticamente decretando o bicampeonato.

O terceiro título veio em Pequim, com quatro novatos em olimpíadas, inclusive Dénes Varga, que foi decidido marcando gol em todos os jogos. Com boa parte da base montada desde 2000, a Hungria chegou a Pequim não com o mesmo favoritismo que chegara em 2004, com um ciclo olímpico sem títulos importantes, perdendo o mundial para Croácia e três ligas mundiais para Sérvia e Montenegro. Entretanto, esse país foi dividido em dois após referendo de consulta a população, o que deixou os húngaros com dois rivais bons, ao invés de um time que havia os derrotado diversas vezes nos quatro anos anteriores. Porém, logo na primeira fase, os montenegrinos mostraram sua força e arrancaram um empate dos então bicampeões em 10x10. Nas semifinais, os times voltaram a se enfrentar e desta vez, vitória apertada da Hungria, 11x9. Na final, diante dos surpreendentes americanos, uma vitória que esteve sempre a perigo, mas que terminou em 14x10.Kasas tinha razão após o título de 99. Estava por vir uma hegemonia. Vamos ver se para 2012 essa hegemonia se mantém.

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