quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Retrospectiva vela
Em 2011 a vela brasileira teve glorias- Como o título Mundial de Robert e Bruno e um título mundial junior- mas também seguiu com as dívidas enormes na Confederação, com pouca renovação e sem tantas expectativas de medalha para Londres. No Mundial, uma boa notícia- conquista de vaga olímpica em sete categorias- mas uma má notícias, apenas duas participações na Medal Race.
O ANO PERFEITO DE ROBERT E BRUNO
O título mundial na Austrália, no início desse mês, coroou um ano quase perfeito da dupla, que contou com títulos em etapas da Copa do Mundo e a conquista do ouro por antecipação no evento teste, na mesma raia que a Olimpíada será disputada em 2012. O mais impressionante é que no evento teste o ouro veio sem a necessidade da Regata da Medalha e no mundial, a conquista foi praticamente garantida após 10 das 11 regatas, chegando na última disputa precisando de um nono lugar entre 10 tripulações. Venceram ainda as Copas do Mundo de Medembrik, Miami e de Heyres.
7 VAGAS OLÍMPICAS
O Brasil terminou o mundial com sete vagas olímpicas garantidas. Além da Star, a 470 feminino, com a dupla Martine e Isabel em 8º, na laser com Bruno Fontes e na RS:x com Bimba, ambos perto da Regata da Medalha e com Adriana, na laser, Jorge, na Finn, e Patricia Freitas, na rs:X, distante dos 10 melhores, mas garantindo o Brasil na Olimpíada.
A classe 49er tinha tudo para garantir o Brasil em Londres, mas teve problemas em três das seis primeiras regatas, não terminando nenhuma delas. A 470 masculina precisa abrir o olho e focar no mundial do ano que vem, pois os titulares Fabio e Gustavo fizeram um péssimo mundial.
Por fim, a Match Race, que fez um bom papel, a tripulação de Juliana chegou a vencer barcos campeões mundiais, mas fechou em 17º lugar.
EVENTO TESTE DE LONDRES
Aconteceuem julho o evento teste de vela para os Jogos Olímpicos de Londres. A competição foi inteira nos moldes da Olimpíada do ano que vem. O número de barcos por classe é parecido com o que teremos ano que vem, limite de uma embarcação por país, mesmo local e mesma época que acontecerão as competições da Olimpíada. A grande maioria, na verdade quase todos os melhores do mundo estavam lá. Ou seja, foi realmente uma previa do que irá acontecer ano que vem.
O Brasil participou em oito das 10 classes pois na classe Match Race e a 49er não conseguiram classificação. Nas oito em que participou, fez quatro regatas da Medalha, aquela em que apenas os 10 primeiros participam. Num rápido ranking, Grã Bretanha e França estão bem a frente do restante dos países. Disputaram todas as regatas da medalha. Holanda esteve em sete, Austrália,Israel e Nova Zelândia participaram de seis, Espanha e Suécia de cinco e Brasil e EUA de quatro.
medalha ficou no quase para Fernanda Oliveira e Ana Luisa Barbachan. Terminaram na quinta posição depois de entrarem na nona regata em terceiro. Começaram muito bem, tiveram um meio complicado, com um 15º e um 14º na 5ª e 6ª regatas, mas depois se recuperaram. Bruno Fontes ficou em quinto na classe laser. Provou mais uma vez estar entre os melhores do mundo, mas pecou de novo pela irregularidade. Em cinco regatas, ficou atrás dos 10 primeiros colocados. Bimba ficou em 10º na classe RS:x.Começou bem, mas ficou em cinco regatas acima dos 15 primeiros, o que o prejudicou muito. Ainda se garantiu na Medal Race mas, mesmo dizendo que gostou do resultado, acho que ele queria um pouco mais. Patricia Freitas mostrou mais uma vez uma evolução, mas não chegou a Medal Race, fechou em 11º; Jorge Zarif terminou em 19ª na finn e Adriana Kostiw 32ª na laser radial. Na 470 masculino,Fabio e Gustavo ficaram em 17º.
BRIGA INTERNA
O Brasil garantiu sete vagas em Londres, mas os nomes ainda não estão confirmados. É bem provável que, na seletiva brasileira que será realizada ano que vem, Robert Scheidt e Bruno Prada(Star), Bimba e Patricia(RSx), Jorge Zarif(Finn), Adriana Kostiw e Bruno Fontes(laser) se confirmem como representantes brasileiros em Londres.
Na 470 feminino, a briga é dura. As medalhistas olímpicas Isabel Swan e Fernanda Oliveira estão separadas desde 2009, Isabel com Martine Grael e Fernanda com Ana Luisa. A cada competição, elas se alternam e tudo está indefinido para Londres. Com o resultado no mundial, Isabel e Martine estão com um passo a frente, mas tem que tomar cuidado pois Ana e Fernanda conseguiram resultados importantes esse ano, como a quinta posição no evento teste de Londres e o bronze no Campeonato Europeu.
MEDALHAS EM COPAS DO MUNDO
O Brasil conquistou algumas medalhas nas Copas do Mundo de 2011, além das já citadas do Bruno e do Robert. Em Medembrik, competindo contra cinco dos 10 melhores do mundo, Bruno Fontes ficou com a prata. Na mesma Copa, Martine e Isabel foram bronze, a frente de Ana Luisa e Fernanda, em quarto. No restante das etapas, tivemos boas participações de Patricia Freitas, muitas vezes entre as 10 primeiras, e do próprio Bruno, sempre presente entre os primeiros.
BASE
dupla formada por Kim Andrade e Martin Lowy venceu 8 das 12 regatas e conquistou o ouro no Mundial Junior de vela, na Croácia, na classe SL16. A classe SL16 é um barco multicasco,catamarã, que não está na lista de eventos para Londres 2012 mas está para Rio 2016, ainda sem classe definida. O próprio site da Federação Internacional já aponta a dupla brasileira como possível medalhista em 2016. Na mesma competição, Joao Paulo Oliveira ficou em quarto na laser.
O QUE ESPERAR DE LONDRES
Robert Scheidt e Bruno Prado chegam a Olimpíada como favoritos a medalha de ouro na Star. São os únicos brasileiros favoritos ao pódio na Olimpíada. Bimba e a classe 470 chegam como possíveis medalhistas, assim como chegaram em 2008 e terminaram respectivamente em quinto e com o bronze. Bruno Fontes e Patricia Freitas chegam para brigar pela Regata da Medalha, mas até com uma certa chance de brigar por algo melhor que isso...
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