domingo, 10 de abril de 2011
Trofeo Princesa Sofia
Aconteceu na última semana o Trofeo Princesa Sofia, terceira etapa da Copa do Mundo de vela, em Palma de Mallorca, na Espanha. O Brasil foi representado em nove das dez classes olímpicas, ficando de fora apenas ma match race. A Etapa envolveu a grande maioria dos melhores atletas do mundo.
Se a Copa do Mundo fosse o mundial classificatório para Londres(O mundial pré olímpico acontece em dezembro na Austrália), o Brasil teria conquistado vaga para classe Star,Laser masculino,RS:x masculino e feminino,finn, na 49er, laser feminino e 470 feminino. Ou seja, apenas a 470 masculino e a match race, que não foi à Copa do Mundo,estariam fora.
Destaque, como sempre, para a classe Star. Marcelo Ferreira e Torben Grael ficaram com a medalha de bronze, a frente dos rivais nacionais, Bruno Prada e Robert Scheidt, que fecharam a competição em oitavo.
Essa sadia disputa pela única vaga brasileira que a classe Star tem direito para Londres vai ser ferrenha. As duas duplas disputam o Mundial de vela em dezembro, na Austrália. Os 14 primeiros países garantem a vaga olímpica. A melhor dupla brasileira nesse mundial ganha "um ponto". Em 2012, em janeiro, teremos a Semana Brasileira de Vela, em que a dupla campeã também ganha 'um ponto". Se uma dupla ganhar esses dois pontos, se classifica para Londres. Se estiver empatado, teremos uma terceira seletiva, provavelmente a Copa do Mundo de Miami,em fevereiro de 2012.
Lembrando que, correndo por fora, ainda temos a dupla Lars Grael e Rony Seifert, que venceu o sul-americano da modalidade. Em 2010, a dupla foi bronze no mundial.
Além da classe Star, o Brasil conseguiu bons resultados na laser, com Bruno Fontes, e na RS:X com Bimba.
Na Laser, Bruno Fontes provou mais uma vez estar entre os melhores do mundo, disputando a Regata da Medalha e terminando a competição em 10º. Ainda falta uma medalha em Copa do Mundo na Europa ou em mundial para Bruno provar que pode brigar pelo pódio em Londres. Porém, sabemos que está entre os melhores do mundo.
Na classe RS:X, Bimba, sempre ele. Está há quase 10 anos entre os melhores do mundo e ficou na quinta posição na Copa do Mundo da Espanha. Já teve altos e baixos na carreira e é um dos candidatos ao pódio em Londres. Infelizmente, não tem rival a altura no Brasil. Seus principais rivais são seus pupilos, em seu Projeto no Rio.
Também destaco a participação de Patricia Freitas na classe RS:X feminina. Foi bem constante, mas não foi à regata de Medalha porque não terminou duas das dez regatas e os velejadores tem direito a apenas um descarte. Foi uma grande atuação.
Decepção ficou com Ana Luiza e Fernanda Oliveira na classe 470. Elas tiveram algumas boas regatas, ficaram entre as 5 primeiros em três delas, mas foram inconstantes, terminando várias vezes atrás da vigésima posição. A classe 470 é outra que terá uma bela briga interna, já que Isabel Swan e Martine Grael estão bem também.
Nas demais classes,resultados não tão bons. Jorge Zarif, na Finn, até venceu uma regata.Ele, que foi campeão mundial junior em 2008, tem um grande futuro e deve representar o Brasil já em Londres. Porém, ainda é muito jovem e as vezes peca pela inexperiência.
Na 470 masculino e na 49er, os brasileiros ficaram de fora da fotilha de ouro. A 470 masculino, de tanta tradição, terá dificuldades de se classificar para a Olimpíada pelo jeito. A classe 49er deve ter um pouco mais de facilidade.
Na laser Radial, Adriana Kostiw conquistou dois bons resultados nas regatas, mas não ficou entre as primeiras no geral. A grande competição do ano na vela é o Mundial da Austrália, em dezembro. Lá, serão destribuídas 75% das vagas olímpicas. Acredito que Laser,Finn,470 feminino,Star,RS:x masculino e feminino não terão muitas dificuldades para garantirem seus lugares na Olimpíada. Laser radial, 470 masculino e 49er terão de brigar muito.
A Match Race está fazendo uma boa campanha, mas por ser uma tripulação de três integrantes, são menos embarcações que se classificam para a Olimpíada, o que limita nossas possibilidades. Vale lembrar que a vela é o esporte que mais trouxe medalhas para o Brasil em Olimpíadas, 16. Para Londres, podemos depositar as maiores chances na Star e na RS:X masculina, podendo surpreender na laser e na 470 feminino. Mas, claro, ainda muito cedo para fazer projeções.
Bons ventos ao Brasil
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