segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010- Natação

O ano de 2010 não teve mundial em piscina longe.A principal competição, ao menos para os brasileiros, foi o pan-pacífico, em agosto, em que Felipe França,Nicholas Santos e Fabiola Molina ganharam medalhas em provas não olímpicas, Cielo perdeu os 50m e 100m livre e Thiago foi bronze no medley. Um ano que parecia não tão bom quanto o de 2009 quando chegamos ao mundial de piscina curta, em que grande parte da elite mundial estava presente, e o Brasil conquistou oito medalhas, chegando a 19 finais. 2011 está aí e os objetivos são superar as 27 medalhas conquistadas no Pan de 2007 e, principalmente, superar as 18 finais do mundial de Roma 2009.
Mundial de piscina curta
Resultado muito bom do Brasil no mundial de piscina curta, três ouros, uma prata e quatro bronzes. Alguns podem dizer que o mundial foi esvaziado, não tenha Phelps, não tinha Kitajima etc etc. Porém, o Brasil também não levou sua força máxima. A melhor nadadora da atualidade, Gabi Silva, e nossa nadadora mais completa, Joanna Maranhão e o Rei da Copa do Mundo, Thiago Pereira não estiveram no torneio.
Então, podemos dizer que o valor que o Brasil deu para esse mundial foi muito parecido com o valor que os outros países deram. Levaram boa parte de sua delegação, mas não todos os principais nomes.
Cielo foi perfeito.Venceu os 50m e 100m livre chegando próximo ao recorde mundial. Felipe França saiu insatisfeito com o bronze nos 100m, mas saiu campeão dos 50m peito. Kaio foi outro que levou duas medalhas individuais, prata nos 200m borboleta por poucos centésimos e bronze nos 100m borboleta. Outros pódios vieram dos revezamentos 4x100m livre, dependente de Cielo, e do 4x100m medley, não dependente do campeão mundial.
Foram 19 finais. Brasil realmente uma potência na natação masculina, 16 finais entre os homens. Finalista nos três revezamentos, medalhistas em dois deles. Medalha no nado livre, no peito e no borboleta. Finalista nos costas e no medley. Até no fundo, nos 1500m, tivemos um brasileiro na série forte. E a medalha no revezamento medley, o mais completo da natação.
Thiago Pereira Copa do Mundo
Thiago Pereira não disputou o Campeonato Mundial em piscina curta pois viajou pelo mundo por dois meses em disputadas da Copa do Mundo em piscina curta. Foram 19 medalhas de ouro e um total de 22 pódios, se consagrando como o rei de Copas, melhor nadador do Circuito.
Terminou o ano com o segundo melhor tempos nos 200 medley e o quinto melhor nos 400m medley em piscina curta. Em Piscina Longa, ficou em sexto nos 200m medley e quinto nos 400m medley.
Cesar Cielo: Da derrota À glória
Cielo disse desde o começo do ano que a principal prova da temporada era o Pan-Pacífico. Treinou para ela e se decepcionou. Foi prata nos 50m livre e bronze nos 100m, perdendo os dois para Adrian Natan. Passou a focar no mundial em piscina curta, em que todos seus principais concorrentes estariam, entre eles Natan e os franceses. Venceu os 50m e os 100m com sobras e ainda ajudou o Brasil nos revezamentos, terminando com dois bronzes.
2011, seu foco é defender os títulos no mundial.
Felipe França: Em busca das provas olímpicas
Felipe França foi vice campeão mundial em piscina longa nos 50m peito. Em 2010, campeão em piscina curta da mesma prova. Porém, em 2010, o objetivo de começar a se destacar nas provas olímpicas(50m peito não é olímpica) valeu a pena. Ele terminou com o bronze no mundial nos 100m peito e até venceu os 200m peito no José Finkel. O objetivo é chegar em Londres 2012 como potencial medalhista nos 100m peito.
Pinheiros vence Open, Finkel e Maria Lenk
O Pinheiros perdeu, no fim do ano passado, o campeão olímpico Cesar Cielo mas nem assim perdeu a hegemonia nacional. Foi o grande campeão dos três grandes torneios adultos- o Maria Lenk em piscina longa, e o Finkel e o Open, em piscina curta.
As competições, aliás, não chegaram nem perto dos resultados de 2009, principalmente o MMaria Lenk que ano passado colocou o Brasil na elite na natação mundial. Seja por causa dos maiôs, seja pelo ano "morto" sem mundiais de longa, as marcas nessas competições realmente nõa foram boas. As melhores marcas vieram dos estrangeiros que disputaram o Finkel, uma semana antes da Copa do Mundo, como Jessica Herdy e Kristel Kobich.
Mulheres machucadas
A melhor nadadora brasileira da atualidade, Gabriella Silva, e a mais completa, Joanna Maranhão, terminaram o ano no departamento médico. Gabi competiu o ano inteiro mas voltou a sentir o ombro em novembro, ficando assim de fora do campeonato mundial em piscina curta. Já Joanna, machucou o ombro durante o Trofeu José Finkel e ficou de fora durante todo o restante da temporada.
Gabi teve um ano atípico. Finalista olímpica em 2008 e mundial em 2009, não ficou entre as 25 melhores em piscina longa. Já Joanna, dona de seis recordes brasileiros, passou a temporada sem recordes e longe das melhores do mundo.
Que 2011 chegue logo para elas.
Mulheres mal
Além das machucadas Gabi Silva e Joanna, as mulheres não tiveram em 2010 o mesmo desempenho dos anos anteriores. A começar pelo mundial em piscina curta, em que o Brasil só chegou a três finais, dois revezamentos e Fabiola Molina, nos 50m costas. Fabiola, aliás, conseguiu o melhor resultado do Brasil no ano com o bronze no Pan-Pacífico.
No nado peito, depois daquele Maria Lenk de 2009 em que as atletas abaixaram em até 5s suas marcas, todas decaíram. No medley, ainda não achamos alguém que possa competir com Joanna. No borboleta, mesmo com Gabi machucada ela foi a melhor da temporada. No nado livre, Flavia Delaroli fechou em 27º no ranking dos 50m em piscina longa.
Pan Pacífico
Levamos uma delegação com 42 atletas, chegamos a dezenove “Finais A”, conquistamos oito medalhas e o nosso hino foi tocados duas vezes. O Brasil continuou, assim como no Mundial em Roma, se destacando nas provas rápidas e disputada entre os homens. A natação feminina brasileira ainda está muito atrás da masculina que conseguiu o maior número de finais e medalhas para o Brasil nesta competição. Provas de 200, 400, 800 e 1.500 metros são duras com os nossos nadadores. Apenas Thiago Pereira consegue se destacar. O nosso forte são as provas curtas, de preferência de 50m, onde ganhamos os nossos dois ouros da competição.
O problema está justamente neste ponto. Das oito medalhas que conseguimos, apenas quatro foram em provas olímpicas (uma prata e três bronzes). Os 50m borboleta, 50m peito e 50m costas, nos quais conquistamos o ouro com Cielo e Felipe França, respectivamente, e bronze com a veterana Fabíola Molina não fazem parte do quadro olímpico. E pior, as provas de 100 metros nestas modalidades não conseguimos resultados expressivos.
Ranking piscina longa
Um ano sem mundiais em piscina longa, o mais próximo de chegarmos aos melhores da temporada em piscina longa é pelo ranking mundial dos tempos. Cesar Cielo seria o único medalhista,com a prata nos 50m livre. Nos 100m, ele é "apenas" o oitavo.
Outros brasileiros entre os primeiros foram Tales Cerdeira, top 15 nos 100m e 200m peito, sendo talvez a grande revelaçao da temporada, ao lado de Henrique Rodrigues, que terminou o ano como quarto colocado no mundial de piscina curta nos 200m medley e nono nos tempos dos 200m medley em piscina longa. Kaio fechou o ano em oitavo nos 200m borboleta
De resto, não tivemos brasileiros entre os 15 primeiros nas provas em piscina longa.Entende-se pois é um ano "morto" e que tivemos toda a história das mudanças dos maiôs. Mas assusta um pouco para 2011.
Jogos Sul-Americanos
A hegemonia no continente continuou fácil para os brasileiros. Das 40 medalhas de ouro em disputa, o Brasil, mesmo sem contrar com Nicholas Santos, Henrique Barbosa,Kaio Marcio e Cesar Cielo, levou 27. Nas provas de velocidade, sem Cielo e Nicholas, duas pratas, com Nicolas Oliveira(50m e 100m) e um bronze com o mesmo Nicolas nos 200m. Nas provas de fundo, ouro nso 400m e 1500m com Lucas e Luiz Arapiraca. No peito, só deu Brasil, assim como nos costas. No borboleta, só Leo de Deus se salvou e levou os 200m. No medley, Thiago Pereira levou os 200m e 400m. Nos revezamentos, o Brasil perdeu o 4xx100m livre e 4x200m. No medley, deu Brasil.
Entre as mulheres, 16 ouros. Grande destaque para Joanna Maranhão, que venceu os 200m e 400m medley, os 200m borboleta e os 400m livre, além de fazer parte do 4x200m livre. O Brasil ainda venceu os outros dois revezamentos. Daynara de Paula venceu os 50m e 100m borboleta e fez parte dos três revezamentos. Foi pega no exame antidoping mas a ODESUR não tirou suas medalhas. O Brasil ainda venceu as três provas de costas, com Fabiola(50m e 100m) e Fernanda (200m) e duas de peito(Carolina nos 50m e Tatiane nos 200m).
Natação e futebol
2010, ano de Copa do Mundo, começou com uma briga entre Corinthians e Flamengo para ver quem iria levar Cielo. Cielo disputou o ano pelo Flamengo e, ao lado de Henrique e Nicholas, levaram a natação rubro-negra ao top-5 nacional. Sem Cielo, o Corinthians trouxe de volta Poliana, que era do Timão no início da década, e Thiago Pereira, que não defendeu o clube em 2010 porque chegou a disputar uma competição pelo Minas.
Algumas decepções
Depois do brilhante ano de 2009 da natação brasileira, tivemos alguns resultados abaixo do esperado. Henrique Barbosa, que terminou a temporada passada como top-5 dos 100m e 200m peito esteve irreconhecível, foi desclassificado no mundial de curta e não ficou entre os 30 melhores do mundo no ranking mundial.
Fundo de volta
Aos poucos, os nadadores de fundo vem crescendo e resurgindo o Brasil na modalidade. Lucas foi o grande nome do ano, venceu os 400m no sul-americano, fechou o ano como finalista no mundial em piscina curta, algo que não acontecia com os brasileiros desde Luiz Lima. Luiz Arapiraca também foi bem, também campeão sul-americano. Aos poucos, o fundo brasileiro de volta.
Categorias de base
A principal competição mundial para os mais jovens em 2010 foram os Jogos Olímpicos da Juventude. O Brasil saiu da competição recheado de finais, mas com a medalha batendo na trave diversas vezes. Pedro Silva foi quarto nos 50m borboleta. Alessandra Marchioro, grande revelação brasileira, bateu na trave nos 50m e 100m livre, 50m peito e no revezamento 4x100m livre, sempre entre os cinco primeiros. Julia Gerotto foi quinta nos 200m borboleta.
Os homens decepcionaram um pouco, foram apenas a uma final, mas as mulheres marcaram presença entre as primeiras em diversas provas.
PELO MUNDO
A expectativa era de quebra de recorde mundial na primeira temporada sem a ajuda dos supermaiôs. Entretanto, em piscina longa, ninguém conseguiu o feito. Yang Sue, da China, fez 14min35s nos 1500m livre e passou perto. Camille Lacourt ficou perto nos 100m costas, em que fez 52s11. Ryan Lotche nadou em 1min54s nos 200m medley, outro tempo espetacular. Rebecca Soni nadou para 1min04s os 100m peito e para 2min20s os 200m.
Se na piscina longa, não caiu recorde mundial, na piscina curta um recorde individual caiu, com Ryan Lotche, em dezembro durante o mundial. Aliás, Ryan foi com certeza o melhor nadador da temporada, com um grande Pan-Pacífico e um brilhante mundial em piscina curta. Ofuscou Phelps, de fora do mundial, e que, no Pan-Pacífico, conseguiu um grande resultado nos 100m borboleta e "só".

MARATONAS AQUÁTICAS
O Brasil teve mais um ano positivo nas Maratonas Aquáticas. Ana Marcela foi campeã do Circuito Mundial e ainda conquistou o bronze nos 5km do mundial.Poliana não deu a volta ao mundo no circuito esse ano, mas foi bem no mundial e perdeu a medalha por ser desclassificada nos últimos metros.
Desorganização resulta em morte
Aliás, a desorganização das maratonas aquáticas é imensa. Em 2009, no mundial, em função do clima, as prova de 5km e 10km foram disputadas em dias consecutivos. Em 2010, o mundial de Roberval foi disputado em águas congelantes. A política é o que mais pega no esporte. Etapas de Copas do mundo em água quentes, ou frias, impróprias para a natação. Na última etapa da competição, uma morte de um nadador americano chocou o mundo.
Ana Marcela, ano dourado
Se em 2009, Poliana Okimoto foi campeã do Circuito, em 2010 foi a vez de Ana Marcela. Ela foi a grande campeã do Circuito da Copa do Mundo
Ana Marcela Cunha foi a melhor brasileira na prova terminando em quinto lugar, sua melhor participação em Mundiais NOS 10KM. Na prova do 5km, ela ficou com a medalha de bronze.
Poliana quase medalhista
Poliana Okimoto levou o cartão vermelho da arbitragem quando faltavam menos de 200 metros para o final da prova dos 10km do mundial. Poliana disputava entre as primeiras colocadas, no momento estava entre as três primeiras colocadas, e acabou passando pelo lado errado da bóia junto com a americana Eva Fabian. As duas foram penalizadas com o cartão vermelho e desclassificadas da prova.
Alan perto dos melhores
Alan do Carmo terminou na terceira posição no Circuito Mundial de maratonas aquáticas. No Campeonato Mundial, ficou na décima posição numa prova em que menos da metade dos 38 inscritos terminou o percurso. Isso porque a água estava muito gelada. Allan se manteve como a terceira força das Américas, o que credencia a ganhar uma medalha no Pan.

PELO MUNDO
O último mundial de maratonas aquáticas da história foi disputado em Quebec, no Canadá. O último mundial pois, a partir de 2011, o Campeonato mais importante da modalidade vai ser apenas o Mundial de Esportes Aquático, disputado bienalmente, e que inclui natação, polo aquático, nado sincronizado e Saltos ornamentais.
Entre as mulheres, dobradinha da Itália. Ouro com Martina Grimaldi e Giorgia Consiglio prata. A China pela primeira vez subiu ao pódium com Yanqiao Fang.
Um total de 38 nadadoras participaram da prova, e além de Poliana e Eva Fabian, ainda tivemos mais duas desclassificações e a desistência da russa Larissa Ilchenko, campeã olímpica da modalidade, que passou mal entre a segunda e a terceira volta.
No masculino, frio atrapalhou muito o desempenho dos atletas, com apenas 28 dos 38 inscritos chegando ao fim. Outro ouro da Itália, com Valerio Cleri. Seu compatriota, Luca Ferretti, que liderou boa parte da maratona, acabou na 5ª posição. Os russos Evgeny Drattsev e Vladimir Dyatchin completaram o pódio, em 2h01min00s600 e 2h01min03s000, respectivamente.

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