No último mês, alguns recordes brasileiros caíram no levantamento de peso, com o blog noticiou. Porém, olhando a lista de recordes nacionais e comparando-os com os recordes mundiais, muitas aberrações aparecem, provando que o levantamento de peso olímpico está num nível muito, mas muito baixo aqui no Brasil.Vamos começar pelo simples. Comparar os recordes brasileiros com os mundiais. Só alguns exemplos, sem me estender muito. Na categoria até 56kg, o recorde mundial é de 305kg, enquanto o brasileiro, de Luiz Eduardo Santana, batido no último dia 16, é de 206kg. Na categoria acima de 105kg, o recorde mundial é de 442kg, e o brasileiro pertence a Blair Lauri com 365kg. No feminino, a disparidade é parecida. Na categoria acima de 78kg, o recorde brasileiro é de 180kg, de Ana Carolina Valente, enquanto o recorde mundial é de 305kg.
O recorde brasileiro que, comparativamente, mais se aproxima de um recorde mundial é o do atleta olímpico Wellisson Silva, que tem 298 kg na categoria até 69kg, enquanto o recorde mundial é de 335kg. No feminino, Jaqueline Silva possui recordes na categoria até 58kg, até 69kg e até 75kg, esse último batido no último fim-de-semana.
Aliás, essas mudanças de categorias estão sendo bastante constantes no Brasil. Isso também em função da falta de atletas em algumas categorias, como a acima de 78kg, em que o recorde brasileiro, como dito no início da matéria, é de 180kg, bem menor do que o recorde da categoria até 63kg, que pertence a Liliane Menezes, que é de 196kg. Isso mesmo, o recorde nacional da categoria até 63kg é maior do que o da acima de 78kg.
As anomalias não param por aí. O recorde brasileiro na categoria acima de 105kg masculino é menor do que o mundial da categoria até 77kg. Pior, esse recorde brasileiro vem desde 2007 e sem muitas perspectivas de cair em breve. Até se compararmos nossos recordes no masculino com os mundiais femininos vemos dados estranhos. A categoria até 58kg feminino tem um recorde mundial de peso maior que a categoria até 56kg masculina no Brasil.
Na categoria acima de 78kg no feminino, o recorde mundial do arranque, que é uma das provas, que somada com a prova do arremesso chega-se ao total levantado pelo atleta, é de 182kg, maior que o recorde total do Brasil na prova.
Apesar de tudo isso, ainda temos esperanças no esporte. Fernando Saraiva é a principal promessa do esporte no Brasil. Ele, sexto colocado no mundial juvenil deste ano, ainda tem mais um ano na categoria e tem tudo para conquistar uma medalha no mundial do anoque vem. Já conversei com ele inúmeras vezes com ele e percebo uma confiança muito forte dele em sí mesmo. O seu técnico, o medalhista pan-americano Edmilson Dantas, confia muito no potencial do pupilo, que está no momento morando nos EUA para melhroar ainda mais suas técnicas.
Um em um milhão no levantamento de peso. Méritos dele, de seu técnico e do clube Pinheiros.
A culpa dessa disparidade eu não sei de quem é. Também não estou colocando culpa em ninguém. Os atletas são os menos culpados. Apesar de recordes bem inferiores aos mundiais, são os melhores do Brasil, o que não é pouca coisa. Temos trabalhos interessantes no Brasil, como o do Pinheiros com o técnico Edmilson Dantas e como em Minas com a atleta olímpica em 2000 Maria Elizabeth. São herois, herois de um esporte em que no ano de 2009 a Confederação Brasileira não tem sequer um site.
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Como podemos notar ainda falta muito para o Brasil ser uma potência olímpica. Recursos já existem mais não estão chegando onde devem chegar, aos atletas.
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