terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Retrospectiva Badminton


O badminton brasileiro vive uma nova Era. Em 2011, os principais atletas brasileiros treinaram por meio ano na Malásia e depois viajaram o mundo disputando torneio válidos pelo ranking mundial. Antes, os brasileiros nem disputavam campeonatos, hoje estão quase toda semana numa parte do mundo. Os resultados ainda não são tão satisfatórios, mas o Brasil encerra o ano com uma medalha no Pan, com um atleta brigando diretamente por vaga em Londres e com um futuro brilhante pela frente, principalmente no feminino, com as irmãs Vicente.

MEDALHA NO INDIVIDUAL
O Brasil chegou ao Pan de Guadalajara com chances reais de medalhas nas duplas, mas foi em simples que saiu o pódio, com Daniel Paiola. Nas duplas, Daniel, ao lado de Hugo Arthuso, caiu nas quartas-de-final, diante de uma dupla que contava com um indonesio naturalizado americano, campeão mundial.
No feminino, a medalha não saiu, mas Lohaynny ganhou três jogos e chegou nas quartas-de-final.

O ANO DE DANIEL
Daniel não teve um ano tão bom quanto em 2010, quando chegou a ficar entre os 65 melhores do mundo. Ficou toda temporada na faixa dos 80 ou 90 do mundo, foi irregular em algumas competições, sendo eliminado por atletas de ranking pior.
Está na luta direta para ser o primeiro brasileiro a ir a uma Olimpíada na modalidade. Nesse momento, em 83º do ranking, seria o segundo reserva na lista de Londres, que será fechado em maio pelo ranking mundial.
Nas duplas, conseguiu alguns resultados bons com Hugo Arthuso e fecha o ano muito perto dos 50 melhores do mundo.

AS IRMÃS VICENTE
Luana e Lohaynny, duas jovens que vieram do projeto na favela carioca, comandado por Sebastião, foram os grandes destaques do esporte feminino.
Lohaynny fecha o ano em 119º do ranking mundial, com apenas 15 anos recem completados. Foi campeã do torneio Carebaco e caiu na semifinal do Torneio de Giraldina.
Em duplas, ao lado de Luana, conseguiu resultados muito bons também, fecharam em 60º, mas chegaram a ser 53º.

TORNEIO DE SÃO PAULO RECHEADO
No mês de setembro, o clube Paulistano, em São Paulo, recebeu o Torneio Internacional de Badminton, que esse ano teve um nível bem melhor que nos anos anteriores.
Ainda não é um torneio Top, mas reuniu 22 atletas entre as 100 melhores do mundo no feminino e outros 18 top-100 no masculino.
Daniel Paiola foi o melhor brasileiro, caiu nas quartas. Estive lá alguns dias e, claro, pouco público, mas vi uma boa presença da imprensa, num evento que aconteceu às vésperas do Pan.

PROBLEMAS POLÍTICOS
A Confederação está numa crise profunda. Depois do afastamento de Celso Wolf Jr, foi a vez do interventor Manoel Gori ser substituído, por Alexandre Augusto Sampaio. As duas "chapas", se é que podemos chamar assim, ficam trocando farpas e acredito que dessa maneira quem mais perde é o próprio badminton. Uma pena. Num momento em que estamos com uma estrutura um pouco melhor, temos tudo para levar um atleta para Londres, os principais jogadores estão treinando fora e esse ano o país deve repetir a medalha do último Pan. Seria o momento do badminton subir. Mas, infelizmente, não é o que acontece.

BASE
Um resultado excelente para o Brasil no pan-americano Junior de badminton. A equipe brasileira sub-19, ficou com a medalha de prata depois de vencer os EUA na semifinal. Nas competições por categoria, o Brasil terminou em terceiro lugar no geral com dois ouros, cinco pratas e oito bronzes. Destaque para Lohhayny Vicente, ouro no sub-17.
O Mundial da categoria não contou com a presença de brasileiros.
Não há dúvidas que as irmãs Vicente são o grande futuro do badminton brasileiro, principalmente Lohaynny, a mais nova, que já se destaca no ranking mundial adulto.

O QUE ESPERAR DE LONDRES
A grande expectativa é que Daniel Paiola consiga a vaga na Olimpíada, está perto disso mas a briga vai ser boa. Se conseguir a vaga, será importante para divulgação do esporte e também porque em Londres não será eliminação direta e sim por grupo de quatro jogadores, o que deixará Paiola jogar três vezes independente de vitórias ou derrotas.
A dupla Paiola e Hugo e a dupla feminina, Luana e Lohaynny, não tem grandes chances de vaga, mas será importante continuar jogando o Circuito.

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