O basquete brasileiro terminou 2011 com objetivo cumprido. Vaga olímpico para o time feminino e masculino. No Pan, resultados horríveis, na ressaca do pré olímpico. Na base, o time feminino foi bronze no mundial sub-19 e o masculino está com uma geração boa, mas que fracassou no campeonato. A NBB ainda tem seus problemas mas está ratificada, mas a Liga Feminina está capenga demais.
DOIS TIMES EM LONDRES
O mês de agosto foi histórico para o basquete nacional. Depois de três Olimpíadas ausente, a seleção finalmente está de volta aos Jogos Olímpicos,depois de ficar com o vice no pré olímpico das Américas, perdendo a final para Argentina na Argentina. Vale lembrar que na primeira fase, o Brasil venceu a Argentina.
Marcelinho Huertas, mais uma vez, foi o destaque do Brasil. Não brilhou tanto quando no mundial de 2010, mas foi eficiente armando a seleção, que jogou sem Leandrinho, Varejão e Nenê.
No feminino, a vaga veio de forma menos complicada.Sem os EUA na disputa, o pré olímpico, que dava só uma vaga olímpica, foi fácil. E o Brasil jogou bem, passou fácil por todos adversários e disputa a sexta Olimpíada seguida.
LEANDRINHO E NENÊ
Uma das coisas mais recorrentes na seleção brasileira é saber se os jogadores da NBA irão ou não participar dos torneios que eles são convocados. Varejão estava machucado mesmo, não entra nessa questão pois dificilmente abandona o barco. Leandrinho pediu dispensa, falou bastante depois com a imprensa, mas continua mal visto pelos amantes do basquete, mas ainda acho(opinião minha) que vai acabar sendo convocado para Londres. Já Nenê, como de costume, não deu a mínima para seleção, alegou motivos pessoais e não disputou o pré olímpico. Não é muito amado no grupo, acho que não volta a ser convocado.
PAN DECEPCIONANTE
A obrigação foi feita, as duas seleções conquistaram a vaga olímpica no pré olímpico. Porém, pouco tempo depois fracassaram no Pan. O time feminino perdeu a semifinal para Porto Rico, num jogo bizarro, em que o Brasil esteve simplesmente horrível. O masculino caiu na primeira fase, com duas derrotas.
TROCA DE TÉCNICOS
A seleção feminina entra em 2012 com o quarto técnico no ciclo olímpico. Em 2009, Paulo Bassul.Em 2010, Colinas.Em 2011 Ênio. E agora, o Brasil entra em 2012 treinado por Luiz Claudio Tarallo, que nesse ano treinou o time sub-19.
ERIKA, O MONSTRO
Erika é um exemplo para a seleção.Única jogadora da seleção vice campeã mundial sub-21 em 2004 que segue brilhando, teve uma temporada cheia. Na Espanha, foi o grande nome de seu time, Salamnca/Avenida, da tríplice coroa, já que venceu a Supercopa, o espanhol e a Euroliga.Nos EUA, foi uma das principais jogadoras do Atlanta Dream, que ficou com o vice campeonato. E ela abdicou de alguns jogos da fase final da Liga para defender o Brasil no Pan, em que conquistou o bronze.
LIGA FEMININA
A temporada 2010/11 foi a primeira com uma Liga Feminina de Basquete, mas confesso que não vi muita diferença entre o antigo Campeonato Brasileiro e essa Liga. Para mim, o nome mudou mas o campeonato continuou igual. Oito times, domínio total dos times paulistas, basquete carioca sucateado, apenas duas regiões do país representada,sendo sete do sudeste e um do sul. Tudo muito pouco alterado.
O campeão mudou. Nada de Ourinhos, campeão cinco vezes até ano passado, quando Americana quebrou a hegemonia. Mas o estado do time não mudou. O Santo André foi campeão, depois de 11 anos longe dos trofeus nacionais.
A TV pediu para a final ser em jogo único em campo neutro.E, mesmo sem a transmissão nem flashes da Globo, a partida foi as 10h de um domingo. Torcedores do Ourinhos, fanáticos pelo basquete há anos, saíram de suas casas a meia noite para chegar as 9h no ginásio de São José. Já os torcedores de Santo André tiveram ônibus fretados pela prefeitura para chegar em São José em pouco mais de 2h de viagem.
NBB 3 e 4
A temporada 2010/11 viu o NBB 3 e há poucos dias atrás teve início o NBB 4. No NBB 3, o Brasília se sagrou campeão vencendo o playoff final por 3 a 1. No nbb 4, a decisão será em jogo único, a pedido da TV.
Não há dúvidas que o NBB revolucionou o basquete brasileiro, mas acho que a Liga está meio parada. Poucos avanços foram vistos da terceira para quarta edição, principalmente na área de marketing e de chamar o público para os jogos.
BASE
Principal resultado do ano foi a medalha de bronze no mundial sub-19 feminino. O time jogou bem, tem bons valores mas não pode acontecer o que aconteceu depois do mundial sub 21 de 2004, quando o Brasil foi prata mas apenas Erika se manteve na elite do basquete nacional.
O time masculino sub-19, que foi vice campeão da CoPA América do ano passado, tinha um time muito bom no mundial, mas acabou perdendo nos detalhes e ficou de fora das quartas-de-final.
O time feminino nos sul-americanos sub-15 e sub-17 seguem vencendo os campeonatos sul-americanos sem grandes dificuldades, mais pela falta de adversários do que por mérito do trabalho de base do Brasil, que se resume a Mangueira, no Rio, e ao estado de São Paulo.
O QUE ESPERAR DE LONDRES
Sinceramente, o time masculino está no bloco de países que podem surpreender e conseguir um lugar no pódio. No feminino, o nível dos outros países é menor, mas o Brasil não está tão competitivo quanto em outros anos.
Provavelmente os dois times passam para as quartas-de-final e aí é um jogo que pode mudar o rumo de tudo. Se fizer um jogo brilhante, passa pela semi tanto no masculino como no feminino, se não fica pela caminho.
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Entrevista com Ênio Vecchi
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Vejo as duas seleções de basquete na Olimpíada na mesma situação do handebol feminino: meio que independente do que fizer na fase classificatória (claro que sem perder para zebras), os times vão ter que jogar a vida nas quartas de final. Depois disso, o que vier é lucro.
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