sexta-feira, 15 de abril de 2011

Saltos ornamentais


Desde que o blog começou, no dia seguinte ao do encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim, critico o saltos ornamentais brasileiro pela falta de renovação. Os nomes brasileiros nas principais competições internacionais são os mesmos há mais de uma década. E foram esses nomes que revolucionaram o esporte no Brasil.

Até 2000, os resultados eram muito ruins.
Nos Jogos Pan-Americanos de 1999, por exemplo, o melhor resultado foi uma sexta posição de Juliana Veloso. A partir de 2000, as coisas passaram a mudar. Na Olimpíada de Sydney, tivemos um semifinalista, que foi Cassius Duran. Os resultados foram melhorando. Cassius e Juliana Veloso apareciam bem nos mundiais e eram campeões sul-americanos.

Em 2003, o Brasil conseguiu suas primeiras medalhas na história em Pans. Fechou o evento com uma prata e dois bronzes, resultado histórico. Em 2004, o Brasil chegou a uma final olímpica, com Cesar Castro no trampolim. Juliana Veloso foi semifinalista.

No Pan de 2007, o Brasil foi bem também, com a prata de Cesar Castro e o bronze de Juliana Veloso. 2008 foi um ano ruim para o Brasil. Na Olimpíada de Pequim, não chegamos em nenhuma semifinal. E olha que a expectativa era que todos os atletas ficassem,pelo menos entre os 18 melhores. Hugo Parisi foi o melhor,em 19º na plataforma.

Por fim, em 2009, tivemos a mudança de foco de Juliana Veloso, que saiu da plataforma para o trampolim, e o histórico quinto lugar de Cesar Castro no Mundial de Roma.

Descrevi brevemente a história dos saltos ornamentais na última década. E só vimos os nomes de Cesar Castro, Hugo Parisi, Juliana Veloso e Cassius Duran, o último perto de encerrar a carreira. E só. Nenhum outro atleta- a não ser Bira Barbosa- conseguiu índice para mundiais adultos em provas individuais nos últimos 10 anos.

A história começou a mudar em 2010, quando Rui e Ian Matos conseguiram índices para algumas provas. Em 2011, no Trofeu Brasil disputado na última semana no Rio de Janeiro, sete brasileiros conseguiram índices para os Gran Prix do Canadá e dos EUA.

E os índices são os mesmos dos últimos anos, ou seja, os saltos ornamentais deram literalmente um salto de qualidade.

Quem conquistou os índices foram "os de sempre", Cesar Castro,Hugo Parisi e Juliana Veloso, e outros quatro "novatos" na lista, que são as jovens irmãs Nicoli e Natalia Cruz, a "eterna promessa",mas que continua crescendo, Tammy Galera e Rui Marinho, que em 2010 já havia se destacado.

Ao menos o Brasil não depende mais somente dos mesmos nomes. Porém, vale lembrar que no momento, Cesar Castro está entre os 10 melhores do mundo no trampolim, Juliana Veloso entre as 18 no feminino, assim como Hugo Parisi na plataforma. De resto, os brasileiros seguem um pouco abaixo do nível mundial e mesmo do nível pan-americano.

Apesar de novos nomes, o Brasil perdeu o último sul-americano adulto da modalidade, quando em março do ano passado ganhou apenas três ouros. No sul-americano juvenil,terminado mês passado, o Brasil também ficou atrás da Colômbia. Nos últimos Pan-Americanos juvenis, o Brasil não subiu tantas vezes ao pódio. No mundial junior do ano passado, o Brasil conquistou uma final individual, com Ingrid Oliveira, e uma no sincronizado com as irmãs Natali e Nicoli.

Nossos sete atletas que conquistaram o índice disputarão os Gran Prix de Montreal, no Canadá, e Fort Lauderdale, nos EUA. Se repetirem os índices, estarão classificados para o Mundial de Shangai. Se tivermos os sete nomes no mundial, será a maior delegação dos saltos ornamentais nos últimos anos. E todos com méritos e índices.
Para o Pan, a briga vai ser forte.Os mexicanos,em casa, são favoritos, ao lado de canadenses e americanos.
Mas o Brasil vai com chances! Com novos nomes, finalmente, e os velhos nomes!

Vamos torcer para nossos atletas!

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Um comentário:

  1. É isso mesmo Guilherme, foi muito bom ver que novos nomes conseguiram os indices necessários para representarem a seleção. Vamos torcer p essa geração despontar porque o nosso esporte PRECISA de renovação e continuidade! Grande abraço e parabéns pelo texto!
    César Castro

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