quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010- Badminton

O ano do badminton brasileiro pode ser considerado bom, apesar de alguns deslizes. Daniel Paiola foi mais uma vez o grande nome, se sagrou campeão dos Jogos Sul-Americanos, alcançou o melhor ranking da história do Brasil e se a Olimpíada fosse hoje estaria classificado. Entretanto, a seleção acabou apenas na quinta posição no Pan-Americano por equipes e foi prata, atrás do Peru, no Sul-Americano. Quanto a isso, pouca evolução.

O grande nome
Daniel Paiola teve um ano muito bom. Termina o ano na 71ª posição do ranking mundial, posição que lhe garantiria uma vaga nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Lembrando que o Brasil nunca esteve numa Olimpíada.
Durante o ano, Paiola chegou a estar em 62º, melhor posição de um brasileiro na história. Esteve constante o ano inteiro e conseguiu ranking para jogar o mundial, em que acabou eliminado na primeira rodada, quando pegou o número dois do mundo.
Foi medalha de prata, ao lado de Hugo Arthuso, no Pan-americano mas em simples decepcionou e caiu nas oitavas-de-final. “Foi uma semana ruim” resumiu ele.
Seu título principal no ano foi nos Jogos Sul-Americanos, em Medellín, em que venceu na final o também brasileiro Hugo Arthuso.

Brasil não atinge objetivo por equipes
Duas competições reuniram equipes mistas na temporada. A primeira, os Jogos Sul-Americanos de Medellín. O Brasil chegou bem na final, em que disputou com o Peru, que tem um time feminino muito forte. Acabou perdendo por 4x1, jogando com muita vontade e com muita união.
Depois, no Pan-Americano por equipes, o time decepcionou. Não chegou sequer na semifinal, perdendo para México e Peru e ficou longe de tentar lutar pela medalha de bronze.

Hugo Arthuso crescendo
Hugo Arthuso foi o atleta que mais evoluiu esse ano. Conseguiu bons resultados que o colocaram entre os 150 do mundo, mesmo sem disputar muitos torneios internacionais.
Sua melhor participação foi o vice no torneio da Colômbia. Em duplas, mesmo sem treinar com Paiola, conquistou a prata no Pan e . Na Guatemala e em Santo Domingo, caiu nas quartas-de-final.

Feminino segue em baixa
Fabiana Silva e Paula Beatriz seguem como as principais atletas brasileiras. Dominaram boa parte da temporada nacional e conseguiram os principais resultados do Brasil. As duas ajudaram o Brasil a ser prata nos Jogos Sul-Americanos por equipes, Paula foi bronze no individual. Quem também teve um destaque no ano foi Yasmin Cury, bronze nos Jogos Sul-Americanos individual e prata nas duplas mistas.
No ranking mundial, porém, seguem lá atrás.Yasmin é a melhor e está em 241º e teve como melhor resultado as oitavas-de-final em Miami. Fabiana Silva é 251º.
No Pan-americano individual, Andreza Santos foi a melhor, parando nas oitavas-de-final. Thaisse Cruz e Paula Beatriz, em duplas, ficaram nas quartas.

“Copa Davis” do badminton. Brasil mal
O Brasil acabou não conseguindo sequer ficar entre os quatro primeiros na fase continental da Thomas Cup e Uber Cup, a Copa do mundo por equipes do badminton.
A equipe masculina começou bem, venceu México e República Dominicana, mas acabou derrotado por peruanos e canadenses e por fim cubanos, ficando na quarta posição da chave.
Era esperado dificuldades diante dos peruanos, mas o Brasil acabou perdendo por 5x0. Contra Cuba, onde se esperava uma vitória, o confronto acbaou 3x2 para os caribenhos.
No feminino, o Brasil ficou em terceiro entre quatro equipes na chave. Perdeu pro 4x1 para as peruanas, 5x0 para as americanas e venceram por 5x0 as dominicanas.

Eventos caseiros
Dois eventos de grande porte foram disputados no Brasil esse ano. O tradicional aberto de São Paulo ganhou um ‘plus” esse ano. Na 25ª edição do evento, a pontuação para o ranking mundial aumento, assim como a premiação.
O atleta da Malásia Hock Lee venceu a competição individual masculina, ao vencer o guatemalteco Kevin Kodon na final. Daniel Paiola foi o melhor brasileiro, caiu nas quartas-de-final. Ana Rovita venceu o feminino, para a Polônia. Uma dupla da Indonésia venceu o masculino e uma dupla americana o feminino. O Brasil ficou sem medalhas.
Tivemos o Pan-Americano em Curitiba. Uma pena, poderia ter sido em São Paulo, onde os atletas estão mais acostumados a jogar e onde teríamos um público um pouco maior e mais acostumado com o esporte. Em Curitiba, infelizmente, o ginásio ficou as moscas.
O melhor resultado do Brasil foi a prata nas duplas. Canadá ganhou três ouros e os EUA dois.

Brasil na base só dentro do continente
Uma participação bem apagada dos brasileiros no mundial júnior da modalidade, no México. Sem disputar a competição por equipes, os brasileiros se aventuraram individualmente e nas duplas sem nenhuma vitória.
Em outra competição importante de nível mundial, o Brasil não teve representantes. Aliás, a Confederação não mandou uma equipe para disputar uma vaga nos Jogos Olímpicos da Juventude. O classificatório aconteceu no Peru de 14 a 17 de fevereiro e deu duas vagas para o evento.
Continentalmente falando, as coisas foram melhores. Se no ano passado, Thomaz Moretti foi o campeão sub-19, em 2010 o destaque brasileiro veio no sub-15, com Ygor Coelho. Ele venceu simples, duplas e duplas mistas, sendo o destaque da competição. O Brasil levou cinco ouros.
No sul-americano Junior, disputado no Piauí, o Brasil dominou a maioria das competições, terminando com 17 ouros

Pelo mundo
O badminton fez uma mudança em seu calendário, aumentando as premiações e dividindo os torneios parecido com o tênis. Foram cinco "Grand Slam", que a Federação não chama com esse nome, chama de Premier Series. Os cinco torneios aconteceram na Coréia do Sul, Indonésia, Dinamarca, China e Inglaterra. O torneio da Coreia teve uma premiação superior a US$ 1 milhão. Foram ainda sete as Super Series, um nível abaixo, além, claro, do Grande Campeonato Mundial.
O Grande destaque do ano foi o malaio Chong Wei Lee. Ele venceu oito dos dez torneios que disputou, inclusive três das Premier Series. Porém, perdeu o Campeonato Mundial, caindo nas quartas-de-final. O campeão mundial foi o chinês Jin Chen, que terminou o ano em quinto no ranking mundial.

No feminino, Yihan Hang terminou o ano em primeiro no ranking.Venceu trÊs das cinco Supers Series, mas ficou em nono no mundial de Paris. No mundial, o título ficou com a também chinesa Wang Ling, que venceu na final sua "xará" Xin Wang.

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3 comentários:

  1. Caro Guilherme, parabéns pelas noticias precisas sobre o badminton no Brasil. Tenho somente duas correções a fazer, durante o Pan em Curitiba o ginásio não ficou as moscas, tivemos muito mais assistencia do que o Interncaional no Paulistano e a medalha de prata na dupla no Pan, é inédita, foi a primeira vez na história que o Brasil foi para uma final Panamericana.
    Mais uma vez parabéns e continue com este ótimo trabalho.
    Celso
    Presidente
    CBBd

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  2. Grande Celso!
    Muito legal tê-lo aqui no blog. Fico feliz com sua visita.

    Quanto ao pan-americano, realmente não estive lá. Mas fiquei sabendo por alguns atletas que eu conversei que estava vazio e que eles gostariam de ter disputado essa competição tão importante em São Paulo.

    Mas como não estive lá, sou de São Paulo, não tenho como saber. Só retratei o que os atletas me disseram.

    Queria dizer que o que você precisar de mime estamos aí. Torcemos juntos pelo badmnton brasileiro!

    Um abraço!

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  3. Caro Guilherme, Hoje consegui me atualizar e ler as últimas do seu blog e daí vi a retrospectiva 2010 do Badminton. Só tenho a agradecer pela ajuda na divulgação de nosso esporte e apenas discordar da mesma coisa que o Celso disse, que o ginásio em Curitiba onde foi o Pan 2010 estava às moscas. Nas competições que são fora de SP muita gente fala isso, mas é mais preguiça de ir viajar para outro local e ter que gastar com passagem e hotel do que qualquer outra coisa. Como exemplo posso citar o Sul Americano Júnior de Badminton em Teresina no começo de Dezembro. Enquanto muita gente de SP desistiu de participar, lá estava tudo perfeito, ginásio lotado e até a TV local transmitiu as finais ao vivo, sem contar a quantidade de prêmios que foi distribuído no final. Quem não foi perdeu, mas mesmo assim antes da competição começar já estavam falando. E esse é nosso grande problema, as pessoas falam demais antes da coisa acontecer. Mas tudo bem, vamos continuar trabalhando e continuar fazendo a coisa acontecer em 2011, com as pessoas falando bem ou mal.

    Hilton Fernando
    Assessor de Imprensa
    Confederação Brasileira de Badminton

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