quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mais uma do nosso esporte

Quem acompanha meu blog sabe que eu não costumo criticar nossos atletas, nem mesmo nossas confederações pois sei das dificuldades que o esporte olímpico vive no Brasil. Sei da falta de espaço na mídia. Então, prefiro noticiar uma colocação no mundial a criticar essa colocação. Porém, essa da Confederação Brasileira de Remo não tem perdão. Principalmente porque a nova gestão derrubou uma ditadura de quase 30 anos que afundou o remo brasileiro. A chapa chama " Nova CBR" e provou que de nova tem pouca coisa.

Em um brilhante furo jornalístico do amigo Marcelo Romano, do blog http://www.brasilnaolimpiada.blogspot.com/ vimos o porquê da não conovação de Ailson Silva para o mundial adulto. Lembrando que Alison foi prata no mundial sub-23 de 2009 e bronze na mesma competição em 2010. Foi sexto colocado no mundial adulto de 2009 e foi medalhista de bronze em etapa da Copa do Mundo. Isso tudo com 22 anos e com um futuro brilhante pela frente.

Explicação de Marcelo Murad, diretor de remo do Botafogo, para a exclusão de Aílson do mundial da Nova Zelândia. O presidente da CBR, Wilson Reeberg enviou um "convite" para que Aílson participasse de um treinamento em tempo integral por duas semanas com a seleção para integrar um barco de four skiff, que competiria no mundial. Detalhe: essa prova nem olímpica é. Além disso Aílson é especialista no single skiff. Como o Botafogo precisava de resultados para mostrar retorno, não só ao seu conselho diretor, como aos seus patrocinadores, PDG Realty e Plural Capital pediu a CBR para que Aílson só treinasse no período da manhã. Assim, sem a mínima intenção de uma conciliação, a CBR resolveu afastar Aílson do mundial 2010, em represália a "inflexibilidade do Botafogo".
Marcelo Murad ainda perguntou ao presidente da CBR, se Aílson poderia tentar ir ao mundial na raia, disputando uma prova, conforme Wilson prometia quando era candidato ao cargo. Wilson disse NÃO. Nem responder ao oficio do Botafogo, a CBR se dispôs. Murad considerou uma verdadeira falta de respeito com um clube centenário, que tem o remo como desporto estatutário e que ajudou Wilson na eleição para presidente.
Aílson "fora de forma" segundo Wilson Reeberg, disputou 5 provas no Campeonato Brasileiro:
sagrando-se campeão no single skiff sub 23, Dois sem Aberto, Quatro sem Aberto e Oito com timoneiro.

Uma pena. Uma pena mesmo. Quando a gente acha que o remo começa a ir para frente, com uma nova gestão, a gente percebe que não é nada disso. Tudo bem, tivemos um belo campeonato brasileiro, até com transmissão pela internet, o Bradesco agora patrocína a confederação, o esporte entrou na lista dos beneficiados pela Petrobrás.
Mas brigar com atletas e clubes é um retrocesso. É um descaso. É burrice. Lembra a Era Rodney do remo, a Era Mamede do judô, a Era Grego no basquete e tantos outros casos de manchas no nosso esporte.

Ailson é um atleta brilhante. É especialista no skiff peso leve simples, prova que não é olímpica. Mas, se achar um parceiro a altura disputa o skiff duplo peso leve, essa sim prova olímpica.

É o melhor remador do Brasil na atualidade, tem tudo para se tornar o melhor de todos os tempos do país. Mas precisa, se não do apoio da Confederaçao, o respaldo dela. E nem isso ele tem.

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