segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Diário de Cingapura - Dia 11

Já defendi muito aqui o Carlos Arthur Nuzman.Mas também já critiquei muito. Tento ver as coisas boas que fez para o esporte, sem esquecer, claro, a tirania que o COB impões sobre as confederações e os 21 anos previstos para ele no poder.

Mas todo final de Olimpíada vem críticas da imprensa escrita. Se ganhou 15 medalhas e só três de ouro, o número de ouro foi baixo.Porém, se ganhou 5 de ouro e apenas 10 medalhas, o total foi o menor em 12 anos. Isso pôde ser visto depois de Atenas 2004,com 5 ouros e 10 medalhas, e de Pequim 2008, com 3 ouros e 15 medalhas.

Todo final de Olimpíada tem a MESMA OBSERVAÇÃO. E, curiosamente, os mesmos exemplos. Como o Brasil pode ficar atrás de países como Quênia, Etiópia e Jamaica? Resposta é obvia. Eles são os melhores do mundo em oito, dez provas do atletismo. E só. Ou alguém já viu algum atleta de renome da Etiópia na vela, ou na canoagem ou mesmo em provas como arremesso de peso ou salto triplo? O esporte lá se resumo a 10 provas. No Brasil, pode não ser um primor, mas são, pelo menos, 100 provas. 25, 30 com chances de medalhas. Enfim.

Todo esse discurso é para falar sobre a matéria da Folha deste domingo, que teve entrevista com o Nuzman. Lá, ele diz que não tem como comparar Jogos Olímpicos adultos com os Jogos da Juventude, é tudo diferente. E é criticado por achar isso.
Claro que não é a mesma coisa.Vela, que dá 10 medalhas numa Olimpíada adulta, dá só quatro na Juventude. O vôlei o Brasil sequer participou. Vôlei de praia nem está no programa de Cingapura.

Se o Brasil desse um show nos Jogos, levasse 15 ouros para casa, íamos ter críticas também. Iriam falar que os EUA não foi com time principal, que mais de 30% das provas não são exatamente as olímpicas, que a primeira edição nunca importa os resultados(até quadros inventariam para isso).

Mas, claro, temos boas perguntas nessa entrevista com o Nuzman.Ele falar que o vôlei está perto de deixar de receber a Lei Piva é importante, é mais dinheiro para outras modalidades. Para modalidades citadas na matéria, como luta, taewkondo e levantamento de peso.

Mas, voltemos as críticas. Nas últimas Olimpíadas, luta e levantamento de peso estiveram presente mas sem muito sucesso na posição. E vieram críticas do tipo: Para que levar atletas em modalidades sem chances de medalha?

Aí em Cingapura o Brasil não leva ninguém nessas modalidades. E é criticado por não levar ninguém.

Respeito a opinião de todos. Mas é preciso ter coerência, como já diria Dunga. Se é contra levar atletas sem chances de medalhas, não critique quando não forem. Se é a contra o quadro de medalhas por total de pódios, não critique quando vier quatro ouros, nenhuma prata e nenhum bronze. Se é contra falar bem do esporte brasileiro quando conquista um grande resultado em um evento que não é a Olimpíada(Pan,Jogos Sul-Americanos,Jogos da Juventude) também não fala mal quando não vai bem.

Enfim,vamos as notícias de hoje de Cingapura após esse longo discurso. Não tivemos muitas movimentações hoje, mas tivemos medalhas para o Brasil. Fabio Bras ficou com a prata no salto com vara com a marca de 5m05. Igualou sua melhor marca. Só não foi ouro porque lá atrás, nos 4m70, ele só conseguiu passar na segunda chance.

Outra medalha do Brasil veio no revezamento 4x100m medley, por continentes. A América ganhou ouro com Caio Cesar correndo os 100m para o continente.
Nos 400m com barreiras, Natânia ficou com a oitava posição.
No basquete feminino, Brasil perdeu na prorrogação para o Japão e ficou na sexta posição.Na vela, Claudia Mazzaferro não foi bem e caiu para oitava posição.
No handebol, o Brasil fez um jogo muito bom com a forte Dinamarca mas perdeu por cinco gols e vai jogar a disputa do bronze com o Cazaquistão.

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2 comentários:

  1. impressionante, seu texto desentalou algo que sempre quiz falar, parabens.

    Lembre-se que a golha e cob nao se bicam, talvez pela sede do cob e a preferencia seja no rio

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