sábado, 19 de junho de 2010

Coluna

Neste sábado, mais uma colunista estreia no blog. A remadora olímpica Camila Carvalho vai escrever aqui sobre o esporte que a levou para a Olimpíada de Pequim 2008. Ao lado de Luciana Granato, ela ficou na 15ª posição no Skiff duplo peso leve.

É com grande prazer que inicio minha participação aqui, no “Londres 2012 já começou”!!!! Tentarei passar um pouco meus conhecimentos sobre o Remo, esporte que pratico há dez anos e amo demais.

O Remo é um esporte muito tradicional no exterior, praticado há muitos anos e extremamente bonito de se ver. As regatas são assistidas por muitas pessoas e a rivalidade entre os clubes e Universidades é bem grande. Aqui no Brasil foi responsável pela criação de vários de nossos clubes desportivos mais importantes (Vasco, Flamengo e Botafogo por exemplo). Tivemos tempos áureos maravilhosos, com arquibancadas lotadas e muitos atletas praticantes, porém, de alguma forma, o remo em nosso país vem perdendo o prestígio e o espaço na mídia, apesar de termos grandes atletas em atividade.

Como lazer pode ser praticado por pessoas de todas as idades. É um esporte considerado completo, pois trabalha todos os grupos musculares. A competição oficial é uma “corrida” de 2.000 metros, feita em barcos cada vez mais leves (são de fibra de carbono), e demanda do atleta muita força e resistência. Por isso nosso treinamento é bastante puxado, pois temos que ter uma boa musculatura e ao mesmo tempo resistir às dores dos ácidos....

Os barcos podem ser compostos por um, dois, quatro ou oito atletas. No barco individual, o atleta possui dois remos. E são eles que dão equilíbrio à guarnição. Chamamos esse barco aqui no Brasil de Single Skiff. No barco de dois atletas cada atleta pode ter um ou dois remos. O que se tem dois remos é chamado de Double Skiff e aquele que o atleta só tem um, de Dois Sem ou de Dois Com (se tiver um timoneiro). O de quatro pode também ter um ou dois remos. O com dois se chama Four Skiff e o com um se chama Quatro Sem ou Quatro Com (com timoneiro...). Já o Oito só tem um remo para cada atleta e possui um timoneiro para orientar o barco e estimular os atletas.

Me apaixonei pelo esporte à primeira remada. O contato direto com a natureza é maravilhoso, e fora que começar o dia junto com o nascer do dia não tem preço. Me sinto revigorada. Os treinamentos são extenuantes. Mais de cinco horas por dia. Mas isso é um assunto para a coluna da próxima semana.

Hoje quero falar sobre um amigo meu que está em Munique (Alemanha) essa semana. Começa hoje, dia 18, a segunda etapa da Copa do Mundo. Ailson Eráclito é um garoto super simples. É do Amazonas, e treina lá, mesmo representando o Botafogo atualmente. E ele é fora do comum. Há muito sua técnica simples chamava a atenção de todos, pois mesmo dessa forma ele vinha alcançando resultados. Hoje ele melhorou. Rema muito bem e está mais uma vez representando o Brasil lá fora.

Ano passado Ailson ficou com a prata no Mundial Sub-23, na prova Single Skiff Peso Leve (até 72 kilos), ganhou os Jogos Sulamericanos. Repetiu a vitória em Medellín esse ano e em agora em Maio esteve em Bled (Eslovênia) e conquistou a medalha de Bronze na Copa do Mundo. Isso foi muito legal e inédito no nosso esporte. Mas infelizmente não deu a repercussão que nosso esporte queria e merecia. E o pior, precisava para voltar a ser comentado por aí....

Fica aqui mais um assunto para depois e meu desejo de toda sorte do mundo para o Ailson!!!

Beijo para todos!

Camila Carvalho.
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