domingo, 11 de outubro de 2009

Mundial de Luta

Conversei recentemente com o presidente da Confederação Brasileira de Lutas, Pedro Gama Filho, e ele contou para mim o que ele tinha a dizer sobre o mundial que o Brasil disputou e as perspectivas para os Jogoa de 2016.

Primeiramente queria perguntar qual que é sua opinião sobre a participação brasileira no mundial? Mesmo sem nenhuma vitória, conseguimos algumas lutas boas, como a do Adrian, que perdeu para o campeão mundial apenas por 1a0 e 1a0.

Avalio a participação no mundial como super positiva, levamos uma equipe sem nos preocuparmos com resultados, e sim, visando dar a eles uma sequência de participações de quatro anos, a preocupação para este grupo que foi é o ciclo até Londres (para alguns deles que tem idade até RIO 2016). Quanto à participação da equipe, aconteceram fatos inusitados, os sorteios foram os piores já realizados por equipe nacionais, em nenhum sorteio de chave caímos com países intermediários, só pegamos pedreiras, RUS, AZE (2xs), JAP, ROU, UZB (todos países de extrema importância no mundo das lutas com diversos campeões olímpicos e mundiais), o que eu avaliei como positivo para avaliação, e em nenhum caso fizemos feio, lutamos de igual para igual em TODAS as categorias. O Adrian Jaoude lutou de cara com o Uzbeque campeão Mundial, perdendo conforme comentado por 1-0 e 1-0 (detalhe), a Joice Silva, que se confirma como nossa grande esperança de medalhas para Londres também lutou com a campeã 2009 do Azerbaijão logo de cara, e teve tudo para ganhar: venceu o primeiro round por 2-1, perdeu o segundo 2-1 (deixando escapar o ponto de empate e vitória, nos últimos segundos) e perdeu o terceiro 2-0. Joice seguramente está entre as 5 melhores do mundo na atualidade e trabalhada corretamente pode nos trazer uma medalha olímpica já em Londres 2012.
Participações como estas, e dos demais componentes do grupo, com grandes países do Wrestling nos fazem ter a certeza de que o Brasil está trilhando o seu caminho corretamente. Para chegarmos precisamos somente suprir algumas demandas ainda necessárias, como: melhorar e fortalecer a nossa peneira interna, mais competições no exterior (conhecer mais os adversários), intercâmbios com países de verdadeira tradição, e melhorias nas condições internas para os atletas, coisas que aos poucos já estavam acontecendo, e que agora com nossa vitória em Copenhagen, terão que sofrer uma aceleração.

Queria perguntar a você também qual que é a expectativa da CBLA para Rio 2016? Já tem algum projeto específico, já que poderemos ter atletas em todas as categorias. Ou isso de todas as categorias não procede?

Nas últimas olimpíadas em Beijing 08, o sistema não foi o de classificação da equipe completa no país sede, o que aconteceu foi que a China teve direito a ter prioridade na distribuição dos wide cards (+ ou - 10 convites). Os chineses que não se classificaram pelas vias normais, entraram por convite, Já entrei em contato com a FILA e estou aguardando um posicionamento, mas a princípio o sistema será este como foi em Beijing. Qualquer modificação, ainda não nos foi notificada.

As expectativas após nossa vitória em Copenhagen são muito boas, é a chance que a Luta Olímpica estava esperando para crescer ainda mais e se concretizar como um grande esporte no Brasil. Temos 7 anos para fazer medalhas olímpicas e não quero deixar esta chance passar pela minha frente sem agarrá-la. A Luta é uma modalidade de investimento estratégico, que tem 72 medalhas disputadas em Jogos (até 2016 disputará 84 medalhas), e se pretendemos ficar entre os 10 primeiros países do mundo, o investimento no Wrestling é obrigatório, para ganharmos medalhas e tirarmos medalhas de países ainda à nossa frente por causa desta modalidade específica.

Temos alguns projeto que contemplam o pessoal desta faixa etária (15 ao sub 23): 3 Escolinhas da CAIXA de Luta (2 no RJ e 1 em SP), que atendem cerca de 300 adolescentes, o Centro de treinamento de desenvolvimento da CBLA (que hj representa 90 por cento de nossa equipe junior, com atletas já competindo internacionalmente e ganhando títulos a nível pan americano), o Centro de treinamento de manaus, com mais de 200 adolescentes treinando com técnico cubano e o próprio SESI de Osasco que faz parte do projeto do PAF (atleta do futuro) com 400 crianças treinando com o cubano Alejo Moralles.
Outro projeto no qual depositamos grandes esperanças e que está em fase de concretização, é o projeto do engenhão, que selecionará 50 crianças na faixa etária de 13-15 anos, através do projeto de detecção de talentos do Ministério do Esporte, e os concentrará, com todas as condições necessárias em treinamento de alto rendimento, com treinador estrangeiro até 2016.

Este projeto não tem cunho social, e sim desportivo...a idéia é selecionarmos atletas, com alguma vivência em Luta, com características físicas ideais, para treinarem com nossos melhores treinadores, competirem internamente, comporem as seleções de base e assim competirem até 2016 em alto nível.

Teríamos uma geração criada para lutar por vagas nesses jogos do Rio, além, obviamente, da geração atual, composta por diversos atletas sub 23, que terão todas as condições e investimentos de nossa parte para que possam melhorar e nos representar também...A idéia é estreitar o funil, ter uma peneira forte e, preparar muito bem os que passarem por ela, suprindo todas as demandas necessárias para este time. Tenho certeza que teremos êxito.

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