Mario José dos Santos Junior é um dos melhores marchadores do Brasil. Medalha de prata nos Jogos Pan-americanos de 2003 e participante dos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008, ele já pensa nos Jogos Pan-americanos de 2011, no México, que é a casa dos principais marchadores do mundo.Conversei com ele esses dias. Ele falou sobre suas experiências olímpicas, o atual momento da marcha no Brasil e dos atletas que estão nascendo.Você ficou em 4º lugar no Pan do Rio, como foi a prova?
Foi a melhor prova da minha vida, eu corri muito bem, mas não imaginei que a prova fosse ser tão forte. Eu fiquei a frente de dois mexicanos e do atleta que ficou em quarto lugar no mundial agora de 2009. Na prova de 50km eu acabei desclassificado. Eram seis brasileiros na marcha do Pan e acho que os juízes "teriam" que desclassificar um, e acabou sendo eu.
E você estava bem na prova?
Olha, eu fui desclassificado na primeira metade da prova e o que os marchadores falam é que a prova dos 50km começa nos 40km. Então não sei se estava bem
E os Jogos Olímpicos, como foram suas provas?
Em Pequim 2008, tive um problema físico e me machuquei, voltando muito em cima da hora para disputar a Olimpíada. Eu tinha duas opções,ou arriscar tudo e talvez sequer terminar a prova, ou fazer uma prova conservadora e chegar. Acho que na Olimpíada não é hora de arriscar. Se eu não tivesse chegado no estádio eu ficaria bem triste
E em 2004, lembro que sua chegada foi bem dolorosa, você parecia bem cansado...
Em 2004, eu travei, as vezes acontece isso. Eu quebrei meu ritmo. Eu só completei a prova porque era Jogos Olímpicos. Nunca sofri tanto numa prova como em 2004. Fiz uma promessa para mim mesmo de nunca sofrer daquele jeito numa prova. Parei uma 20 vezes, se tivesse mais 1km eu nao iria aguentar.
E o atual momento da marcha no Brasil. Temos novos talentos surgindo?
O Caio(Bonfim) tem conseguindo bons resultados...
E o Moacyr, que ficou com o bronze no Universíade e foi ao mundial...
O Moacyr está na elite há uns oito anos. O físico dele é de outro planeta, mas ainda falta técnica. Um atleta da marcha não nasce do nada, demora muito para crescer.
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