Superliga Brasileira de Vôlei

A superliga de vôlei teve sua maior edição em termos de divulgação na mídia dos 15 anos de história, tanto no masculino como no feminino. O Brasil inteiro acompanhou um total de nove campeãs olímpicas disputando a competição feminina, e outros tantos medalhistas, tanto de ouro como de prata, no torneio masculino. O equilíbrio, ausente em boa parte das últimas edições, esteve presente em 2008/09, fazendo com que as semifinais se tornassem emocionantes, algo que não vinha acontecendo com muita frequência.

No torneio feminino, o time das campeãs olímpicas Mari, Scheila e Fofão, o São Caetano, se mostrou instável desde o começo, provando ser um time de grandes estrelas, mas sem a força de uma equipe. Nas quartas-de-final, entretanto, não tiveram dificuldades para liquidar o Mackenzie com duas vitórias, o mesmo acontecendo com o time do técnico Bernardinho, o Rexona, que venceu o Minas sem muita resistência. O mesmo aconteceu com o Finasa, que bateu por 3x0 o Banespa, enquanto o Brasil Telecom passou pelo Pinheiros.

Nas semifinais, emoção a flor da pele. O pentacampeão Rexona perdeu a primeira partida para o surpreendente Brasil Telecom, quase caiu na segunda partida, tendo que virar um jogo perdido e depois garantiu a classificação com um sonoro 3x0. Do outro lado da chave, sete campeãs olímpicas e São Caetano lutando até o fim, caindo no terceiro jogo, no quarto set, por 29 a 27. Mas o mais emocionante ainda estava por vir, na final, disputada em apenas um jogo.

Uma partida cheia de idas e vindas e um match point salvo no quarto set pelas atuais pentacampeã elevaram a confiança do time que, no quinto set, não deu chances ao adversário, venceu por 15 a 12 e se sagrou campeã da maior superliga da história.

A maior superliga da história APESAR de ser decidida em apenas um jogo. Numa idéia besta da Globo, que só tem espaço para o "filé" do torneio em sua grade e não queria mostrar uma partida que não tivesse um campeão com certeza, que seria o caso de uma decisão em três ou cinco partidas, a final foi em único jogo, obrigatoriamente no Maracanazinho, o que é totalmente injusto, visto que times de outros estados também estavam na disputa. Ah, a Globo.

A mesma Globo, que na minha opinião, foi a grande culpada do triste fim do Finasa Osasco. Porque não narrava em sua transmissão o nome oficial do time, que era Finasa Osasco, apenas citando o nome da cidade da Grande São Paulo. Um tiro no próprio pé da emissora que tem o direito da competição para os próximos anos. O Brasil Telecom, terceiro colocado, também acabou, mas aí os motivos são outros, já que a Brasil Telecom mudou de direção.

A final masculina teve um "quê" peculiar, graças a CBV. A equipe do Cimed, de Santa Catarina, enfrentou na final o Minas no MARACANÃZINHO. Sem a presença de seus torcedores, que tanto apoiaram as equipes durante todo campeonato, o título ficou com o time catarinense, por 3x0.

As semifinais, entretanto, foram eletrizantes. Minas enfrentou seu rival Cruzeiro, perdeu o primeiro jogo e esteve muito perto de perder o segundo, que terminou no tie breake com vitória para o Minas por 20 a 18, depois de um quarto set 33 a 31 para os futuros vice campeões. Do outro lado da chave, o Cimed não conseguiu passar pelo São Bernardo na segunda partida, e precisou de um terceiro confronto para se garantir na final. Emocionante. Nas quartas-de-final, São Bernardo já tinha conseguido uma vaga emocionante, ao bater o Joinville em uma partida de quase 3 horas, decidida no tie breake.

Fiquei realmente feliz com a repercussão do fim do time do Finasa. Toda a mídia noticiando, repetindo e repetindo em todos os jornais, TVs, rádios e sites de internet, o acontecido. Estão começando a dar valor ao segundo esporte do país. Toda essa repercussão levou a vários interessados a procurar a diretoria do time de vôlei para tentar fazer com que a equipe resurgisse. Vamos torcer para que ou Botafogo, ou a prefeitura de Barueri ou mesmo o Osasco consiga verbas privadas para seguir com uma das equipes mais tradicionais.

E está na hora da Rede Globo entender que não fazer publicidade dos times é um tiro no próprio pé. E a Globo é mestra nisso, não só na hora da narração. Busca o máximo possível focar no rosto dos atletas, para tirar qualquer tipo de patrocínio da imagem, seja ele o boné, a camisa, a joelheira ou as placas de fundo.

Porém, também acho que há muitos críticos hipócritas por aí.

Nunca citam a superliga, nem chamam os clubes pelos nomes dos patrocinadores, muito menos sabiam que o time existia. Agora que acabou, atiram para todos os lados, criticando a rede do Jardim Botânico, como se ela fosse a única culpada. Porém, toda a mídia tem sua culpa no cartório. Se dessem o valor que o torneio merece, talvez os times não tivesse se acabado. Na minha opinião, a culpa maior é da Globo. Mas todos da mídia também estão no meio...