A ginástica artística feminina brasileira poderia estar em festa. Afinal, de 12 anos para cá passamos de desconhecidos para finalistas olímpicos e mundiais por equipes além de presenças carimbadas em finais individuais em todos os aparelhos. Porém, um panorama do momento vivido pela ginástica feminina no Brasil é preocupante.
A crise se estabeleceu na relação entre as principais atletas e a Confederação Brasileira de Ginástica. Neste último ciclo olímpico, as atletas ficaram morando em Curitiba, na seleção permanente montada pela entidade, ganhando pouco e treinando muito, mas muito. Cansamos de ver reclamações delas como falta de liberdade, muito treinamento, competir com dor e outras tantas coisas mais. Porém, paralelo a isso, tínhamos medalhas em Copa do Mundo, destaque em campeonatos mundiais, recorde de pódios nos Jogos Pan-americanos e expectativa de medalha nas olimpíadas de Pequim. Na teoria, estávamos bem, confiantes, fechando os olhos para o que se passava na seleção e abrindo os olhos para os brilhantes resultados conquistados.
Até que os Jogos Olímpicos se passaram. Não vieram medalhas. O que para a imprensa esportiva, principalmente a escrita, é um pesadelo, já que eles só querem ver os brasileiros no pódio. O que veio foi um recorde de finais, o que foi um resultado espetacular. Duas meninas na final do individual geral, com Jade em décimo apesar de duas quedas, a equipe mesmo com erros em muitos exercícios chegando a final além de outras duas finais por aparelhos, o sexto lugar de Daiane no solo e o sétimo de Jade no salto. Mas, faltou a medalha.
O contrato com o técnico ucraniano Oleg Stapenko acabou. Ele, para muitos especialistas, foi o grande responsável pela melhora da ginástica brasileira. Algumas imagens mostram ele agressivo perto das meninas, num excesso de cobrança nos treinamentos. Mas, ele era querido pelas atletas e será uma grande perda ao Brasil.
Um especial da ESPN Brasil sobre o modo que eram tratadas as brasileiras na seleção permanente comoveu a todos que puderam assistir ao programa. Entrevistas com Daiane dos Santos, Lais Sousa e Jade Barbosa, todas machucadas após as olimpíadas, mostraram reclamações das condições em Curitiba e a obrigação de treinar e competir mesmo machucadas. Agora, Daiane e Lais treinam no Pinheiros e prometem voltar com tudo no segundo semestre. O caso Jade está a parte.
Ela, que tem um potencial incrível, é a “xodó” da seleção brasileira, a mais concorrida por torcedores e pela mídia. Atualmente, vive situação complicada no Flamengo, clube que não a paga há alguns meses, e está fazendo promoções de camisas em seu site oficial para conseguir recursos para continuar sua carreira no esporte. Seu pai está processando a Confederação, que não deixou claro a real situação física de Jade, que segundo ele, não poderia ter participado das olimpíadas. Jade, com uma lesão no punho, está se recuperando mas muitos médicos arriscam dizer que “nunca mais será a mesma”. Vamos ver o que dá, mas na torcida por sua recuperação. Sua frase sobre medalhas em olimpíadas abre os olhos para muitas coisas “ A gente treina para estar nas olimpíadas, e chegamos lá “ferradas”. As americanas treinam para as olimpíadas, essa é a diferença”.
Um pouco aparte de toda essa confusão temos Daniela Hipólito. Ela, que é a mais experiente dessa geração e que, podemos dizer, que abriu caminho para as atuais atletas. Com três olimpíadas nas costas, sete medalhas pan-americanas e a primeira brasileira medalhista em mundial, com a prata no solo em 2001, ela não se machucou gravemente antes da olimpíada, não colocou a boca no trombone sobre a seleção permanente, mas se mantém com uma das principais ginastas brasileiras. Sempre regular nos quatro aparelhos, deve se especializar em dois, no máximo três, para esse novo ciclo olímpico. Sua experiência deve ajudar muito o time nesses anos que antecedem as olimpíadas.
Agora, temos que concordar que temos uma boa geração surgindo por aí. Khiuani Dias, que fez parte da equipe nos Jogos Pan-americanos mas ficou fora das olimpíadas por estar machucada, é uma das apostas. Quando descobriu-se que ela não ira para as olimpíadas, o técnico Oleg foi sincero: “Sem a presença dela, nossas chances de medalhas por equipes são nulas”. A também novata, mas já com experiência de uma final olímpica, Ana Paula Cláudia pode ser uma boa surpresa. Ela terminou em 21º o torneio olímpico do individual geral e tem nas barras paralelas sua principal prova.
Ainda da nova geração, Ethiene Franco, que esteve também na olimpíada, é uma grande promessa. Esse ano, esteve em uma etapa da Copa do Mundo e ficou com a medalha de prata no salto, além do quarto lugar nas parelelas. Foi ouro por equipe e prata na trave, no solo e no individual geral do campeonato sul-americano de 2006, em que Jade Barbosa "surgiu" ganhando cinco medalhas de ouro .Já Bruna Leal, de apenas 15 anos, está crescendo e já disputando vaga na seleção olímpica com as atletas mais experientes. Anna Carolina Cardoso, Nadhine Ourives, Janaina Silva e Priscila Cobello também estão na seleção nacional atualmente. No primeiro desafio, em um torneio na Itália no mês de março, as novatas ficaram com a medalha de prata e muito aplaudidas por todos.
Se a crise entre a Confederação e as atletas for atenuada, podemos ter um bom potencial de excelentes resultados nesse ciclo olímpicos. Se a confederação der mais ouvidos a elas, teremos grandes atletas que poderão levar o Brasil ao caminho das vitórias.
A evolução é evidente: Em 1996 tivemos uma atleta, em 2000 duas, em 2004 levamos uma equipe e em 2008 fomos à fina por equipes e quatro finais individuais. Falta essa evolução ser aliada com uma organização melhor da própria entidade. Porque, como de costume nos esportes olímpicos brasileiros, temos talento de sobre, falta investimentos.
A crise se estabeleceu na relação entre as principais atletas e a Confederação Brasileira de Ginástica. Neste último ciclo olímpico, as atletas ficaram morando em Curitiba, na seleção permanente montada pela entidade, ganhando pouco e treinando muito, mas muito. Cansamos de ver reclamações delas como falta de liberdade, muito treinamento, competir com dor e outras tantas coisas mais. Porém, paralelo a isso, tínhamos medalhas em Copa do Mundo, destaque em campeonatos mundiais, recorde de pódios nos Jogos Pan-americanos e expectativa de medalha nas olimpíadas de Pequim. Na teoria, estávamos bem, confiantes, fechando os olhos para o que se passava na seleção e abrindo os olhos para os brilhantes resultados conquistados.
Até que os Jogos Olímpicos se passaram. Não vieram medalhas. O que para a imprensa esportiva, principalmente a escrita, é um pesadelo, já que eles só querem ver os brasileiros no pódio. O que veio foi um recorde de finais, o que foi um resultado espetacular. Duas meninas na final do individual geral, com Jade em décimo apesar de duas quedas, a equipe mesmo com erros em muitos exercícios chegando a final além de outras duas finais por aparelhos, o sexto lugar de Daiane no solo e o sétimo de Jade no salto. Mas, faltou a medalha.
O contrato com o técnico ucraniano Oleg Stapenko acabou. Ele, para muitos especialistas, foi o grande responsável pela melhora da ginástica brasileira. Algumas imagens mostram ele agressivo perto das meninas, num excesso de cobrança nos treinamentos. Mas, ele era querido pelas atletas e será uma grande perda ao Brasil.
Um especial da ESPN Brasil sobre o modo que eram tratadas as brasileiras na seleção permanente comoveu a todos que puderam assistir ao programa. Entrevistas com Daiane dos Santos, Lais Sousa e Jade Barbosa, todas machucadas após as olimpíadas, mostraram reclamações das condições em Curitiba e a obrigação de treinar e competir mesmo machucadas. Agora, Daiane e Lais treinam no Pinheiros e prometem voltar com tudo no segundo semestre. O caso Jade está a parte.
Ela, que tem um potencial incrível, é a “xodó” da seleção brasileira, a mais concorrida por torcedores e pela mídia. Atualmente, vive situação complicada no Flamengo, clube que não a paga há alguns meses, e está fazendo promoções de camisas em seu site oficial para conseguir recursos para continuar sua carreira no esporte. Seu pai está processando a Confederação, que não deixou claro a real situação física de Jade, que segundo ele, não poderia ter participado das olimpíadas. Jade, com uma lesão no punho, está se recuperando mas muitos médicos arriscam dizer que “nunca mais será a mesma”. Vamos ver o que dá, mas na torcida por sua recuperação. Sua frase sobre medalhas em olimpíadas abre os olhos para muitas coisas “ A gente treina para estar nas olimpíadas, e chegamos lá “ferradas”. As americanas treinam para as olimpíadas, essa é a diferença”.
Um pouco aparte de toda essa confusão temos Daniela Hipólito. Ela, que é a mais experiente dessa geração e que, podemos dizer, que abriu caminho para as atuais atletas. Com três olimpíadas nas costas, sete medalhas pan-americanas e a primeira brasileira medalhista em mundial, com a prata no solo em 2001, ela não se machucou gravemente antes da olimpíada, não colocou a boca no trombone sobre a seleção permanente, mas se mantém com uma das principais ginastas brasileiras. Sempre regular nos quatro aparelhos, deve se especializar em dois, no máximo três, para esse novo ciclo olímpico. Sua experiência deve ajudar muito o time nesses anos que antecedem as olimpíadas.
Agora, temos que concordar que temos uma boa geração surgindo por aí. Khiuani Dias, que fez parte da equipe nos Jogos Pan-americanos mas ficou fora das olimpíadas por estar machucada, é uma das apostas. Quando descobriu-se que ela não ira para as olimpíadas, o técnico Oleg foi sincero: “Sem a presença dela, nossas chances de medalhas por equipes são nulas”. A também novata, mas já com experiência de uma final olímpica, Ana Paula Cláudia pode ser uma boa surpresa. Ela terminou em 21º o torneio olímpico do individual geral e tem nas barras paralelas sua principal prova.
Ainda da nova geração, Ethiene Franco, que esteve também na olimpíada, é uma grande promessa. Esse ano, esteve em uma etapa da Copa do Mundo e ficou com a medalha de prata no salto, além do quarto lugar nas parelelas. Foi ouro por equipe e prata na trave, no solo e no individual geral do campeonato sul-americano de 2006, em que Jade Barbosa "surgiu" ganhando cinco medalhas de ouro .Já Bruna Leal, de apenas 15 anos, está crescendo e já disputando vaga na seleção olímpica com as atletas mais experientes. Anna Carolina Cardoso, Nadhine Ourives, Janaina Silva e Priscila Cobello também estão na seleção nacional atualmente. No primeiro desafio, em um torneio na Itália no mês de março, as novatas ficaram com a medalha de prata e muito aplaudidas por todos.
Se a crise entre a Confederação e as atletas for atenuada, podemos ter um bom potencial de excelentes resultados nesse ciclo olímpicos. Se a confederação der mais ouvidos a elas, teremos grandes atletas que poderão levar o Brasil ao caminho das vitórias.
A evolução é evidente: Em 1996 tivemos uma atleta, em 2000 duas, em 2004 levamos uma equipe e em 2008 fomos à fina por equipes e quatro finais individuais. Falta essa evolução ser aliada com uma organização melhor da própria entidade. Porque, como de costume nos esportes olímpicos brasileiros, temos talento de sobre, falta investimentos.
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