Foi disputado no fim de semana passado o sul-americano de canoagem velocidade, na Argentina. O Brasil, campeão no ano passado na raia da USP, perdeu por apenas duas medalhas de ouro no geral, nos resultados somados das provas de 200m,500m e 1000m nas categorias sênior, júnior e cadete tanto na canoa quanto na canoagem. Foram disputadas até algumas provas masters, com vitórias seguidas de Sebastian Cuattrin, brasileiro finalista olímpico em 96 e dono de 12 medalhas pan-americanas, e que abandonou as competições no fim do ano passado. Sebastian, que agora trabalha na Confederação, comentou a competição
“Tivemos um bom desempenho nas provas individuais. Entretanto, precisamos treinar os barcos duplos e quádruplos (K2 e K4), pois os 14 canoístas Cadete e Júnior que estiveram aqui não treinam juntos, mas demonstraram que após um treinamento específico irão decolar, já que remaram lado a lado com os argentinos, que tiveram um período de treinamento juntos”, argumentou Cuattrin que irá reunir a nova geração durante todo o mês de junho, em Redenção da Serra (SP), treinando e visando o Pan-americano.
O maior domínio brasileiro ocorreu nas provas de canoa na categoria sênior. Nivalter conquistou medalha de ouro no C-1 em três categorias, 200m, 500m e 1000m, enquanto a dupla Vilson Nascimento e Wladimir Moreno levaram o título no c-2 de todas distâncias. Entre as mulheres, prova que não é disputada nem em mundiais, as brasileiras também fizeram a festa e venceram, sem dificuldades, o C-1 e C-2 de todas as distâncias.
Nas provas de caiaque, em que a Argentina tem enorme tradição, nuestros hermanos levaram a melhor. No masculino, foram quatro ouros brasileiros contra cinco dos argentinos. Edson Isaias e Gilvan Bittencourt foram prata no k-2 1000m, mas levaram o ouro em uma prova emocionante nos 500m. Nos 200m, também levaram a melhor. No k-1, Edson foi ouro nos 200m, mas Gilvan perdeu as disputas nos 500m e 1000m, de forma sempre equilibrada. No k-4, o Brasil levou ouro nos 500m, mas na prova que decidiu o campeonato, o k-4 200m, ficou com a prata. Foi a última prova de toda a competição e a Argentina tinha uma medalha de ouro de vantagem. Se a vitória fosse brasileira, nosso time ficaria com o título geral por ter mais medalhas de prata. A vitória argentina foi conquistado por apenas dois décimos de vantagem.
Vale lembrar que as provas disputadas em Pequim 2008 foram: K-1 e k-2(500m e 1000m), k-4 1000m para homens e k-1, k-2 e k-4 na distância de 500m para as mulheres. Neste quadro, a Argentina vence em todas as provas, excessão feita ao k-2 500m masculino. As mulheres, que sempre tomaram um baile das argentinas, estão cada vez mais perto. Ou seja, somando as provas olímpicas de canoa( C-1 e C-2 500m e 1000m masculinos) o Brasil tem cinco ouros contra sete dos rivais. Uma briga interessante, em que cada campeonato um país vence.
Nas categorias menores, as meninas brasileiras estão fazendo bonito. Na júnior, o Brasil levou cinco dos seis ouros em disputas no caique, vencendo o k-1 500m e as provas de k-2 e k-4 nos 500m e 1000m. Já os homens, não conseguiram repetir o desempenho. Conquistaram uma prata, dois bronzes e ficaram fora do pódio em três provas. Talvez seja um alerta.
Na canoa, o domínio brasileiro é um pouco menor, foi um ouros entre as quatro provas disputadas, mas ainda é evidente que o país tem uma supremacia no continente. A competição feminina de canoa não ocorreu para mulheres nesta categoria.
No cadete, como bem falou Sebastian, o que faltou foi o entrosamento entre os atletas. No individual, levamos ouro no k-1 tanto 500m como 1000m no masculino, mas nas provas em conjunto só vencemos o k-4 500m. Entre as mulheres, apenas um bronze no k-4 500m e a certeza que muito tem a se trabalhar com essas novas meninas, que são o futuro da canoagem brasileira. Na canoa, um ouro e um bronze.
Se as provas de canoa para mulheres, em que o Brasil levou todas as medalhas de ouro, contassem para o quadro de medalhas o Brasil saiu vencedor da competição. Porém, essas provas, que a Federação Internacional de Canoagem deverá colocar nos mundiais já em 2009 ou 2011, não contaram para a classificação do quadro de medalhas, o que fez com que o Brasil tivesse um defict de duas medalhas de ouro com relação a Argentina.
No ano passado, o Brasil foi o grande campeão do torneio, disputado na USP, com 27 ouros contra 20 dos argentinos. Agora, em casa, eles deram o troco.
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