O ciclismo BMX entrou na disputa olímpica nos Jogos de Pequim em 2008. Muitos achavam que não ia fazer sucesso pois era uma modalidade “radical” demais para um evento chamado por muitos de conservador. Mas, ao contrário do que muitos previam, foi um sucesso total, inclusive sendo a primeira prova que teve seus ingressos esgotados. O Brasil, por muito pouco, ficou de fora da competição.
O grande nome do esporte nacional é a piloto Ana Flavia Sgobin, que terminou com a medalha de prata nos Jogos Pan-americanos do Rio e ficou bem perto da classificação olímpica. Para ela, dois motivos foram os principais que não levaram ela a vaga:
“A pontuação para o ranking mundial começou a ser contada em 2006, ano em que eu praticamente estava fora do BMX. Só voltei mais sério na metade do ano de 2007, ou seja de 2 anos e meio que tinha para pontuar, pontuei só um. Outro motivo é que a classificação é feita por país, somando os pontos das três primeiras atletas de cada país no ranking mundial,”
A escassez de atletas no feminino é enorme, tanto que por algumas vezes Ana Flavia vem disputando provas estaduais com os homens, já que não tem adversárias entre as mulheres no país“ Na verdade, quando era adolescente, já competia com homens. Depois uma série de mudanças de regras me impediu, mas a partir de 2007 passei poder novamente competir com eles. Eu gosto muito pois aumenta meu ritmo de prova”.
Entretanto, para a atleta, a nova geração feminina está chegando aí. No campeonato pan-americano disputado no início do ano, ela era a única brasileira na elite. Entretanto, tínhamos uma série de atletas nas categorias menores, como Naiara de Almeida, Mavara Perez, Squel Stein e Alessandra de Sousa. A piloto brasileira tem esperanças “ Hoje está vindo uma geração forte nas categorias de base e futuramente esta lacuna será preenchida”.
O ciclismo BMX teve um aumento de investimento quando passou a ser um esporte olímpico e passou a fazer parte da Confederação Brasileira de Ciclismo, que recebe verbas do Comitê Olímpico Brasileiro. A partir daí, as viagens para campeonatos mais importantes passaram a ser custeadas, mas mesmo assim ainda faltam recursos para os atletas poderem participar de competições na Europa e nos EUA para conseguir pontos no ranking mundial
“ Nível de atletas nós temos. O que faltam são mais recursos, apesar de que desde que a CBC assimiu, tivemos mais chances de viajar. Mas, para alcançar o topo, temos que disputar mais provas no exterior” acredita Hudson Peixoto, piloto brasileiro que disputou os Jogos Pan-americanos do Rio e é um dos melhores atletas na atualidade do Brasil.
No ranking feminino de abril de 2009, a melhor colocada entre as brasileira é Ana Flava Sgobin, terceira colocada no latino americano. Ela foi segunda colocada em Santiago e terceira em Mendonza nas únicas etapas do circuito continental que participou esse ano. Na categoria junior, entretanto, o Brasil tem as três primeiras colocações no ranking latino americano, com Mayara Perez, Stein Squel e Naiara de Almeida.
No masculino, no ranking latino americano, os melhores colocados do Brasil são Gustavo Chiara e Daniel Brito, na sétima e oitava colocações respectivamente. Quatro argentinos, um chileno e um equatoriano estão à frente, o que faz com que o Brasil seja segundo no ranking por países. Os melhores resultados nas provas latino americanas deste ano foram a segunda posição de Gustavo em Mendonza e as cinco finais em que Daniel chegou nas provas do início deste ano. No junior, Renato Resende é terceiro colocado, com uma vitória na categoria em Mendonza.
No ranking mundial, Daniel é 26º e Gustavo 28º enquanto Ana Flavia é oitava colocada no ranking feminino. Vale lembrar, entretanto, que enquanto a América Latina já está com seu circuito praticamente fechado, as provas européias ainda não começaram em 2009.
O calendário deste ano no Brasil foi alterado. Devido as melhorias no bicicross nacional, segunda a Confederação Brasileira de Ciclismo, a 1ª etapa da Copa Brasil de BMX, foi adiada. O intuito é que a mesma seja realizada dentro de um novo e eficiente formato.
Os planos para 2009 não incluem grandes competições e sim uma fase de treinamento maior para chegar em 2010 com tudo. “ Um dos objetivos é estar nos Jogos Sul-americanos da Odesur” confirma Hudson, se referindo aos Jogos Sul-americanos, evento poli desportivo com mais de 30 modalidades, disputado de quatro em quatro anos. Já Ana Flavia diz que fará um treinamento de base para começar 2010 já marcando pontos para o ranking das olimpíadas. Além disso, ela está otimista quanto ao mundial da categoria, marcado para Austrália: “ Queria estar entre as 16 melhores, mas o objetivo mesmo é poder chegar a final”.
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