O Brasil não vive bons dias nas provas de velocidade do atletismo, que engloba os 100, 200 e 400 metros rasos e os 100m(feminino), 110m(masculino) e 400m com barreiras, em termos individuais. Em termos de coletivo, estamos bem, com o já tradicional revezamento 4x100m masculino, mas cada vez mais fortes no 4x100m feminino.
Nos Jogos Pan-americanos de 2007, por exemplo, o Brasil não conseguiu nenhuma medalha nas provas individuais. Pior que isso, em algumas provas como 100m com barreiras feminino e 400m rasos masculino, não colocamos nenhum nome entre os 16 melhores das Américas. Muito pouco para que havia trazido, somente nos dois Pan anteriores, oito medalhas nessas provas.
Na olimpíada de Pequim, esse exemplo se repetiu. Desta 10 provas, o Brasil conquistou apenas uma semi final, com Matheus Saguimati nos 400m com barreiras. De resto, mesmo presente em todas as provas, não conseguiu lugar entre os 16 melhores.
Os revezamentos estão muito bem. No 4x100m masculino, a seleção conseguiu suprir bem as aposentadorias de Claudinei Quirino, Edson Luciano e André Domingos, se mantendo com uma equipe fortíssima com o experiente Vicente Lenílson, além dos velozes Sandro Vianna, José Moreira" Codó" e dos novatos Bruno Lins e Rafael Ribeiro. Com esse time, o Brasil chegou ao tri campeonato pan-americano, foi quarto colocado no mundial de 2007 e também nos Jogos Olímpicos de Pequim, perdendo nos dois casos a medalha de bronze para o Japão. Para 2009, a expectativa é uma medalha no mundial e finalmente bater o difícil recorde sul-americano, que dura desde a prata de 2000, com 37s90.
As meninas vivem uma evolução ainda melhor. Da nona posição em Atenas, passando por uma decepcionante quinta colocação no Pan do Rio, a equipe foi tomando forma até ficar numa excelente quarta posição em Pequim, um mês depois da equipe juvenil ter conquistado a medalha de bronze no mundial da categoria.
Nossas atletas são novas. Barbara Leoncio foi medalhista no mundial para menores de 2007 e quarta colocada no mundial de 2008, enquanto Rosângela Santon é uma das melhores do mundo em sua categoria. Ainda podemos mesclar essa juventude com a experiência de Lucimar Aparecida e Rosemar Coelho.
Nas provas de 400m, a coisa está mais complicado. Desde o vitorioso Sanderlei Parrela, prata no mundial de 1999 e quarto colocado em Sydney 2000, nenhum atleta despontou como uma possibilidade de ficar entre os 24 do mundo. No feminino, apesar do revezamento 4x400 ter ido as duas últimas olimpíadas e ter sido bronze no Pan de 2003, nenhuma menina também fez um tempo espetacular. Prova disso é que o recorde nacional da prova se mantém intacto desde o início dos anos 90, quando Maria Magnólia correu na casa dos 50s. Atualmente, não se vê nenhuma menina brasileira correndo para os 51s.
Por falar em recordes, nenhuma melhor marca nacional foi quebrada neste século ainda quando o assunto é velocidade. Nos 100m, o 9s99 feitos por Robson Caetano continuam como melhor tempo nacional, assim como os 19s89 de Claudinei Quirino feitos em 1999 e do 44s29 de Sanderlei. No feminino, o recorde brasileiro dos 100m e dos 200m permanece os 11s17 e 22s60 feitos por Lucimar Aparecida na altitude de Bogotá em 1999.
Na prova dos 110m com barreiras, o Brasil realmente decaiu. Há quatro anos, tivemos quatro atletas com índices olímpicos e uma briga entre eles para quem ficava com recorde brasileiro, que mudou de mãos várias vezes até fixar em Redelen Melo com 13s29 em 2004. Atualmente, os brasileiros não conseguem repetir os bons resultados dos anos anteriores, ficando longe de uma semi final olímpica(em 2004 tivemos um finalista), de uma medalha pan-americana( em 2003 fomos bronze) e de uma final em mundiais. Nos 100m com barreira feminino, o recorde brasileiro é de Maurrem Maggi desde 99, quando foi prata no pan com 12s71. Atualmente, Maila Machado é a melhor brasileira, mas não conseguindo correr na casa dos 12s, como fez em 2004 quando chegou a marcar 12s80. Em Pequim, ela não passou da primeira fase.
Nos 400m com barreira, também temos uma situação saudosista. Eronilde Araujo foi tri campeão pan-americano e duas vezes finalista olímpico, uma delas perdendo uma possível medalha quando estava em terceiro na última barreira e tropeçou, e outra delas em quinto, quando chegou a liderar a prova na altura dos 200m. Seu recorde não está nem perto de ser atingido e Matheus Saguimati, com o melhor tempo de 49s14, está mais de 1s do recorde. Lembrando que Matheus foi semi finalista em Pequim, ficando em 14º no geral. No feminino, Lucimar Teodoro segue recordista e melhor barrerista do Brasil, mas ainda não sendo capaz de lutar por uma vaga entre as 16 melhores do mundo.
A situação das provas de velocidade do Brasil é esta. Excessão aos revezamentos, pouco representamos no cenário mundial ou até mesmo pan-americano. Mas estamos em tempo. Nossa meninas tem tudo para brilhar até mesmo nas provas individuais enquanto os meninos podem se recuperar, e voltar a correr perto dos 10s no 100 e 20s no 200.
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