Adalberto Cardoso deixou Los Angeles com fama de homem de ferro, de Forrest Gump, apesar de ter sido último colocado nos 10000m dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1932. Ela especialista em meio fundo e fundo e o técnico de atletismo do Brasil na época, Arthur Azevedo, dos 800m para cima não podíamos aspirar nada pois não tínhamos atletas de nível internacional.
A chefia da Confederação Brasileira de Desportos listou quem mais tinha chances de medalha no atletismo, e dentre os 22 atletas, Adalberto era o 21º. Lembrando que a delegação brasileira foi enviada a Los Angeles a bordo de um navio, o Itaquicê, e todos nossos atletas tinham uma cota de cafés a vencer no caminho até a Califórnia.
A história de sua classificação já foi diferente. Numa prova no Rio de Janeiro, ele venceu, chegando andando pois nãoi aguentava mais correr, desmaiou assim que cruzou a linha de chegada e foi socorrido pelo segundo colocado na prova. Ele era marinheiro e o Itaquicê foi sua segunda experiência.
Adalberto não pôde descer em Los Angeles cada passageiro deveria pagar 1 dolar ao descer do navio e adentrar pela cidade dos Jogos. A delegação brasileira tinha 32 dolares no navio, além de toneladas de café, mas apenas o dinheiro fora aceito. Por isso, apenas as principais chances de medalha do Brasil desceram na cidade olímpica.Como dito, Adalberto não estava lá. Seguiu vendendo cafés até São Francisco, junto com outra parte da delegação. Quando atracou em São Francisco, ele deveria ter uma cota para vender seu café, não conseguiu. Porém, literalmente abandonou o barco. De lá, fugiu, e entre caronas e corridas, percorreu os 600km que separam as cidades em 24horas e chegou a pista do estádio olímpico 10 minutos antes da disputa dos 10.000m. Assustado, só teve tempo de colocar uniforme para participar da prova. Correu descalço.
Enquanto corria, sua história ia sendo divulgada, e quando completou os 10.000m depois de cair e levantar por três vezes, foi aplaudido de pé pelo público que lotava as arquibancadas.Ahistória do marujo era contada no microfone pelo loucutor, que dizem, foi inventor do apelido de Iron men ao brasileiro.
O grande herói da aventura olímpica brasileira morreu em 1972, aos 77 anos. Está enterrado em Itacurubi, em Florianópolis. Seu túmulo tem uma foto com inúmeras medalhas, uma delas de sua participação em Los Angeles. E é uma das únicas homenagens a ele, que não tem rua, nem praça nem nada em seu nome.
UMA PENA
É assim que nossos verdadeiros heróis nacionais são tratados. Chegamos ao ponto de um certo imbecil apresentador de TV chamar de "heróis" os participantes do Big Brother! BASTA! Vamos valorizar mais nosso Brasil e nosso povo!
ResponderExcluirCaro Guilherme, trabalho em uma produtora de audiovisual no rio de janeiro e estamos tentando fazer um filme sobre o Adalberto Cardoso.
ResponderExcluirPara isso é obrigatório que tenhamos autorização dos familiares. Você saberia o contato de algum deles. Caso positivo favor enviar para contato@kino.art.br
Isso é o Brasil, um país sem memória, sem respeito, sem políticas públicas sérias, um país que não é sério. Não conhecemos a nossa história, pois não temos memória. Não conhecemos nossos heróis porque não os reconhecemos. E não temos tradição, porque não temos respeito. Um país que não tem a educação e o esporte como mote, como vetor de desenvolvimento, como ideologia meritocrática, jamais será uma grande potência. Sempre será uma promessa que nunca irá se concretizar.
ResponderExcluir