sábado, 20 de dezembro de 2008

Retrospectiva 2008 Esportes Aquáticos

Os esportes aquáticos são considerados pelo COB um único esporte, com cinco modalidades. Natação, Maratonas Aquáticas, Pólo Aquático, Nado Sincronizado e Saltos Ornamentais são dirigidos pela FINA, em âmbitos internacionais, e pela CBDA, dentro do Brasil. E o ano para o Brasil ficou marcado pelas medalhas olímpicas de Cesar Cielo, além da chuva de recordes brasileiros durante o ano. Nas maratonas aquáticas, sucesso, com duas atletas entre as 8 melhores do mundo. No pólo aquático, a tentativa de se reerguer com a criação daLiga Nacional.

MARATONAS AQUÁTICAS
Um ano quase perfeito para as maratonas aquáticas brasileiras, que poderia ser coroado com uma medalha olímpica, mas ficou no quase. No masculino, a participação boa de Allan do Carmo, de apenas 19 anos.

Na olimpíada, Poliana Okimoto e Ana Marcela se mantiveram no pelotão de elite da prova durante as 2h de trajeto, ameaçando até assumir a liderança nos metros finais. Porém, na chegada, as brasileiras ficaram um pouco para trás, bem pouco mesmo, e chegaram em quinto, com Ana Marcela, e sétimo com Poliana. No masculino, Alan do Carmo foi 14º entre os 25 atletas.

No mundial, classificatório para a olimpíada, o Brasil foi um dos dois únicos países a garantir duas vagas no feminino, com Poliana chegando em sexto e Ana Marcela em 10º. Alan do Carmo se classificou na segunda seletiva.

No circuito mundial, A brasileira Ana Marcela Cunha terminou na terceira colocação do Circuito Mundial da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas, competição da FINA disputada no percurso olímpico de 10 quilômetros, o que lhe garantiu uma premiação de cinco mil dólares. Após oito etapas disputadas, a nadadora baiana conquistou três medalhas, uma de cada espécie: 1 de ouro, 1 de prata e 1 de bronze. Já a outra brasileira melhor classificada foi Poliana Okimoto, 11ª colocada, com uma vitória.
No masculino, Allan terminou o circuito com três medalhas de bronze e na oitava posição no geral.

Panorama mundial- A vencedora do circuito, pelo segundo ano consecutivo, foi a alemã Ângela Maurer (prêmio de 15 mil dólares), seguida pela campeã mundial e olímpica, a russa Larisa Ilchenko (10 mil dólares). Na olimpíada, Larisa Ilchenko (1h59min27s), depois de segurar a terceira posição durante toda a prova, arrancou com força nos metros finais e levou o ouro, passando à frente das britânicas Keri-Anne Payne (1h59min29s), que ficou com a prata, e Cassandra Patten (1h59min30s), bronze, que haviam liderado a prova desde o início.
No masculino, Após uma intensa troca de líderes nos últimos quilômetros de prova, o holandês Maarten van der Weijden (1h51min51) venceu a maratona olímpica. David Davies (1h51min53), do Reino Unido, em segundo, com a prata, e o medalhista de bronze Thomas Lurz (1h51min53), da Alemanha, cinco décimos de segundo atrás do segundo colocado.

Maior surpresa brasileira Ana Marcela, com um ano excelente
Maior decepção brasileira Para quem viu a grande prova das meninas em Pequim sabe que mereciam uma medalha. Triste terem ficado sem
Aposta para 2009 Medalha para as mulheres no mundial 2009

POLO AQUÁTICO
O ano da redenção do polo aquático. Essa é nossa torcida. Depois de mais uma olimpíada fora, a sexta seguida, o esporte teve a criação de uma Liga Nacional masculina e viu Coracy Nunes, presidente da CBDA, colocar o esporte em primeiro plano pois ele quer que suas cinco modalidades estejam em Londres 2012. As meninas, continuam com menos apoio, mas sonham com Londres, que possivelmente passará a ter 12 equipes.

No pré olímpico do início do ano, tanto os homens quanto as mulheres ficaram longe das vagas, não conseguindo jogar bem. Os homens ficaram em nono lugar no torneio que classificava quatro equipes enquanto as meninas foram 11ª. Uma pontinha de decepção por dois motivos: Entre as mulheres, o resultado foi bem pior do que o histórico nono lugar no mundial de 2007. Entre os homens, o time do Canadá, com a mesma base que disputou o Pan e perdeu do Brasil, foi um dos classificados ao mundial.

O título da temporada veio menos de um mês depois. Tanto a seleção masculina como a feminina venceram o sul-americano, disputado na piscina do Pacaembu, sem grandes dificuldades nem adversários fortes.

O Fluminense conseguiu seu terceiro título consecutivo da Taça Brasil Masculina de Pólo Aquático e o Pinheiros, a sua quarta vitória seguida do Troféu Brasil Feminino.
O Esporte Clube Pinheiros foi o primeiro campeão da Liga Nacional BNY Mellon de Pólo Aquático, ao derrotar o Fluminense por 10 a 9. O clube paulista já havia vencido a primeira partida final na véspera por 8 a 5, o que lhe dava a vantagem de perder por até três gols de diferença. As parciais da partida foram ECP 2 x 2 FFC / 3 x 1 / 2 x 2 / 3 x 4. O Esporte Clube Pinheiros conquistou, o tetracampeonato do Troféu João Havelange Feminino de pólo aquático. A competição foi disputada no próprio Pinheiros, com a participação de três equipes, todas paulistas. Na decisão, o Pinheiros derrotou o Paineiras do Morumby por 16 a 6. O Paulistano ficou na terceira posição.

Na base, teve a disputa do pan-americano junior, em São Paulo. O time masculino ficou com o bronze enquanto as meninas ficaram em quarto lugar, perdendo para o México. O positivo da competição foi a bela partida contra os EUA, em que o time masculino perdeu por 15x11 Paineiras foi tertracampeão nacional feminino júnior feminino, enquanto o Pinheiros foi bi campeão masculino. Na taça Brasil sub 21, Botafogo venceu no masculino e Flamengo no feminino enquanto no troféu Brasil da categoria, Paineiras e Fluminense saíram com o título. O Sesi, um dos mais jovens participantes dos campeonatos nacionais conquistou , o Campeonato Brasileiro Juvenil Masculino, disputado no Paulistano. Na final, a agremiação paulista derrotou o Fluminense por 10 a 7.

O ano termina com os boatos que as meninas tenham a participação de 12 equipes em Londres e não mais 8 como tem sido nas últimas três olimpíadas. Tanto os homens quanto as mulheres irão disputar os mundiais feminino e masculino em 2009.

Panorama mundial Depois de ser prata e bronze nas duas primeiras participações da modalidade em Olimpíadas, as americanas novamente bateram na trave e terminaram como vice-campeãs olímpicas de pólo aquático feminino, com a derrota para a Holanda por 9 a 8. As parciais foram HOL 4 x 2 EUA / 1 x 3 / 2 x 1 / 2 x 2.
A Hungria, vice-campeã mundial, conquistou o título olímpico masculino de pólo aquático dos Jogos de Pequim com uma vitória de 14 a 10 sobre os Estados Unidos (HUN 6-4 EUA / 3-4 / 2-1 / 3-1). O artilheiro da decisão foi o americano Tony Azevedo, filho do brasileiro Rochinha, com quatro gols em cinco tentativas. Na disputa do bronze, vitória da Sérvia sobre Montenegro por 6 a 4 (SRB 2-0 MNE / 2-1 / 2-1 / 0-2).

Vale a pena conferir a entrevista com o técnico cubano que treina o Brasil Bárbaro Servantes feita pelo blog.

Maior surpresa brasileira A criação da I Liga masculina de Pólo Aquático.
Maior decepção brasileira Sabíamos que iria ser complicado, mas ficar tão longe da vaga olímpica não era o esperado
Aposta para 2009 Nossas meninas ficarem entre as oito melhores

NATAÇÃO
No ano da polêmica dos trajes, quem foi o mais rápido nas olimpíadas foi o brasileiro Cesar Cielo. O Brasil acompanhou a enxurrada de recordes mundiais(ao todo foram 105 entre piscina curta e longa) e bateu recorde brasileiro em 14 das 16 provas entre as mulheres e em 10 das 16 provas no masculino.

Nas olimpíadas, o Brasil conseguiu o maior número de finais de sua história, 6, chegou a sua primeira medalha de ouro,com Cielo, além de ter levado o bronze com o mesmo Cielo. Thiago Pereira foi quarto nos 200m medley e oitavo nos 400m medley, enquanto Kaio Márcio e Gabriella Silva ficaram em sétimo em suas provas no borboleta.

Gabriella Silva foi o grande destaque das provas femininas, começando o ano sem nunca ter sequer nadado abaixo de um minuto nos 100m borboleta, chegando em Pequim a nadar em 58s00 nas eliminatórias e na casa dos 56s no revezamento, sexta melhor passagem da história da prova. Tatiana Lemos também foi destaque, batendo várias vezes o recorde brasileiro dos 100m livre, quase indo para as semi finais nas olimpíadas e fazendo um tempo melhor inclusive do conquistado por Rebeca Gusmão no dopping do Pan de 2007. Ainda na velocidade, Flavia Delaroli nadou em 25s06 no Open de dezembro, batendo o recorde brasileiro que vinha desde Atenas 2004, quando ela chegou na final.

Joanna Maranhão foi um capítulo a parte no ano. Depois de quatro anos sem melhorar suas marcas, conseguiu o índice olímpico para os 400m medley, em que nadou novamente na casa dos 4min40s em Pequim. Porém, o tempo que lhe deu a quinta posição há quatro anos a colocou em 17º. Nos 200m medley, melhorou sem tempo e nos200m borboleta bateu o recorde sul-americano, ficando próximo de uma semi final olímpica.

Fabíola Molina, aos 33 anos, fez um ano espetacular. Rodou o mundo nas copas do mundo em piscina curta, levou 18 medalhas e bateu recorde sul-americano inúmeras vezes. Nas provas em piscina longa, ficou muito perto das semi finais olímpicas, em 18º, e, com 1min00s70, bateu o recorde sul-americano no começo do ano. Nos 50m costas, não para de melhorar sua marca e é uma das 10 melhores do mundo. Ainda no nado de costas, Fernanda Alvarenga quebrou o recorde sul-americano dos 200m costas nadando na casa dos 2min14s, melhorando em 3s o tempo de Fabiola feito em 1998.

2008 foi também o ano da redenção do nado peito do Brasil de uma vez por todas. Tatiane Sakemi nadou na casa de 1min10s, algo inimaginável para uma peitista brasileira até ano passado, e ajudou muito o revezamento 4x100m medley a bater o recorde sul-americano esse melhorando oito segundos a marca anterior. No masculino então, nem se fale.

O troféu Maria Lenk viu quatro atletas nadarem no masculino a prova dos 100m peito abaixo do índice olímpico, com Henrique Barbosa e Felipe França se classificando. Neste fim de ano, quatro atletas já tem índice para omundial na prova dos 50m peito.

O nado costas masculino deixou um pouco a desejar em Pequim. Depois de marcas espetaculares no Trofeu Maria Lenk, que dariam vaga nas semi finais para Guilherme Guido, nos 100m, e Lucas Salatta, nos 200m, os atletas não nadaram para seu melhor em Pequim e ficaram longe de seus melhores tempo, o mesmo acontecendo com os atletas do nado peito.

No nado borboleta, Kaio Márcio foi a final olímpica nos 200m, mas a medalha realmente era bastante complicada. Nos 100m, ainda foi até as semi finais na prova em que Gabriel Mangabeira ficou um pouco abaixo do esperado e não foi até as semi finais, mesmo depois de ter feito uma das melhores marcas do ano no mês de julho.

Thiago Pereira fez um ano atípico. Não melhorou seus tempos conquistados no Pan do ano passado, mas nadou muitas vezes na casa do 1min58s nos 200m e dos 4min12s nos 400m medley, o que o coloca como um dos principais candidatos ao pódio no mundial de 2009, depois da desistência de Phelps nas provas de medley. No open da semana passada, por exemplo, ele fez o segundo tempo da sua vida tanto nos 200m quanto nos 400m medley. Nas olimpíadas, fez o que dele se esperava, chegou em quarto nos 200m e pegou final nos 400m.

Mas, como todos sabem o ano foi de Cielo. De abalado no começo do ano com a chuva de recordes mundiais, a maior celebridade esportiva do Brasil, ele conquistou o mundo em 2008. Entrou o ano com melhor marca da carreira de 21s84, ficou ""quetinho"" com a penca de recordes mundiais batidos no primeiro semestre do ano e nadou quando precisava. Fez 21s75 em julho, 21s47 nas eliminatórias e 21s30 na inesquecível final olímpica. Nos 100m, fez a mesma coisa, foi melhorando aos poucos até os 47s67 que lhe renderam o bronze em Pequim. No fim do ano, ainda conseguiu 21s72 e 48s30, mostrando que está muito forte para o mundial.

Vale a pena dar uma olhada na matéria sobre as provas de fundo feita pelo blog

O circuito da Copa do mundo em piscina curta continua cada vez menos valorizado. Além de Fabiola Molina, que deu um show e levou 18 medalhas, o que de mais importante aconteceu para o Brasil foi a perda do recorde mundial de Kaio Márcio, que detinha a melhor marca nos 50m borboleta desde 2005. O mundial de piscina curta, no primeiro semestre, poderia ser uma preparação para olimpíada, mas poucos usaram isso, e os três principais nadadores brasileiros não disputaram a competição que o Brasil ficou sem medalhas, com um total de sete finais.

O Troféu Maria Lenk, o José Finkel e o Open foram vencidos pelo Pinheiros,que mantém a melhor equipe do Brasil disparado, seguido por Minas Tênis Clube e Unisanta, que mantém a melhor equipe de fundistas. Nas categorias de base, o Minas deu um banho e levou as competições mais importantes. A equipe liderou o ranking com 240 pontos contra 220 do Corinthians, este último a surpresa agradável deste ano.No terceiro lugar, um empate entre Pinheiros e Unisanta ambos com 193 pontos. Na briga pelo quinto lugar, dois times cariocas: Fluminense com 144 contra 132 do Botafogo.

Panorama mundial O ano de Phelps ou o ano dos trajes? Eu voto do Phelps. Ele levou as oito medalhas de ouro que prometera nos Jogos Olímpicos. Seis ""fáceis"" e esperadas: 200m e 400m medley, revezamentos 4x100m medley e 4x200m livre, 200m borboleta e 200m livre. O revezamento 4x100m livre, no primeiro dia de finais, foi uma das provas mais incríveis da história, com Jason Lezak fechando com 46s05 e tirando uma diferença enorme imposta pela França. Os 100m borboleta foram ainda mais emocionantes, com uma vitória no instante final, por um centésimo de diferença, conquistada no detalhe.
Ainda no masculino,vale ressaltar as vitórias de Kosuke Katajima nos 100m e 200m peito e de Aaeon Piersel, que venceu os 100m e ficou com a prata nos 200m costas, perdendo o ouro para Ryan Lotche.
Entre as mulheres, Stephanie Rice foi o destaque do ano com os três ouros nas provas de medley e no revezamento 4x200m livre da Austrália. Britta Stefen, da Alemanha, venceu os 100m e os 50m livres, sendo a melhor velocista do ano.
A atleta do Zimbabue Kirsty Converty, depois de muitas medalhas no mundial de piscina curta, um ouro e três pratas nas olimpíadas, sendo a maior medalhista em provas individuais da natação feminina. Natalie Coughlin levou seis medalhas ao todo, três em revezamentos e três em provas individuais. A disputa no nado peito entre Leisel Jones e Rebeca Soni foi muito interessante, com uma vitória para cada lado.

Maior surpresa brasileira Gabriella Silva que melhorou mais de 2s seu tempo
Maior decepção brasileira Os revezamentos 4x100m medley e 4x200m livre em Pequim, que poderiam lutar até por uma medalha e não passaram nem para a final.
Aposta para 2009 Vitória de Cielo contra Phelps nos 100m rasos do mundial de Roma

(Programação das retrospectivas foi mudada devido a uma viagem do blogueiro. O blog volta segunda, com o resumo esportivo da semana e a lembrança judô, tawekondo e boxe na temporada.)

Um comentário:

  1. Como vemos a natação ainda é uma das grandes esperanças do Brasil nos Jogos Olímpicos, esperamos que em breve possamos ter esperanças nos outros esportes aquáticos.

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