quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Retrospectiva 2008- Atletismo e triatlo

O ano de 2008 está acabando e blog preparou para os leitores uma super restrospectiva, resumindo o que melhor aconteceu em cada um dos esportes olímpicos nas disputas nacionais e internacionais de nossos atletas. Também trás um panorama geral mundial da modalidade, com os principais nomes estrangeiros, expectativa para 2009 e principais competições do próximo ano. Nela, colocamos a maior surpresa, a maior decepção e a principal expectativa para o ano que vem entre os brasileiros.

Para começar, vamos falar de atletismo e do triatlo. O primeiro, conseguiu sua primeira medalha de ouro olímpica em 24 anos, com Maurrem Maggi, enquanto o segundo se vê caindo em nível internacionais, com apenas três atletas classificados para Pequim.

ATLETISMO
Um ano em que as mulheres ratificaram ainda mais sua posição no esporte nacional. Além do ouro de Maurrem, foram três finais olímpicas, o revezamento 4x100(quarto colocado) e Keila Costa e Fabiana Murrer nos saltos em distância e em vara, colocando o sexo feminino em quatro das sete finais alcançadas pelo time brasileiro.
Além disso, em dois mundiais, somente as mulheres brasileiras medalharam. No início do ano, no mundial indoor, Maurrem foi medalha de prata, com a marca de 7m, enquanto Fabiana foi bronze, saltando pela primeira vez 4m70(Posteriormente chegaria a marca de 4m80). No mundial junior, em julho, o Brasil conquistou uma medalha, com o revezamento 4x100m rasos, que chegou em terceiro na prova.

Porém, não foi só de mulheres o ano do atletismo. Jessé Farias teve uma temporada muito boa, quebrou o recorde brasileiro da prova com 2m32, chegou à final olímpica e terminou a temporada com a nona melhor marca do mundo. Terminou a classificação olímpica em primeiro e fechou a final em 10º, com 2m25 depois de 2m29 nas classificatórias.
Jadel Gregório, apesar de todas as críticas da imprensa, conseguiu sua segunda final olímpica consecutiva, ficou em sexto com a marca de 17m20 e se manteve no topo do mundo. Não foi tão bem quanto em 2007, faltou uma melhor preparação para Pequim, mas está pelo sexto ano consecutivo entre os 8 melhores do salto triplo.
O revezamento 4x100m masculino foi à final olímpica pela sexta vez seguida, fechando em quarto, pouco mais de um décimo da medalha.

O futuro também parece estar garantido. Além dos títulos sul-americanos com imensas facilidades nas categorias de base, temos atletas de nível mundial que, com mais um ou dois anos, com certeza estarão em finais de campeoantos adultos. Barbara Leoncio, que ficou em quarto nos 100m rasos do mundial de menores, Rosângela Conceição, que ajudou o Brasil a ir para final olímpica no revezamento, Caio Bonfim, sexto no mundial, campeão sul-americano e dono da segunda melhor marca do ano para menores na distância de 10km de marcha são os grandes destaques.

Porém, os arremessos e lançamentos seguem como a pedra no sapato do atletismo brasileiro, como contou a reportagem feita pelo blog, mes passado. Poucos são os atletas que se destacam, visto que apenas duas atletas foram para as olimpíadas e, ambas, veteranas. Elisângela, no dardo, e Alessandra Resende, no dardo, não conseguiram vaga nas finais de suas provas.
No ranking mundial, o Brasil teve a melhor posição exatamente de Alessandra, com os 59m30 atingidos no começo do ano, que lhe rendeu a 35ª posição. Uma das principais equipes do Brasil, Rede Atletismo, terminou com os treinamentos deste tipo de provas, dizendo que o foco agora era outro.

A Rede Atletismo, por sinal, se tornou a primeira equipe que consegue fazer frente a BM&F, que domina desde 1993 as competições nacionais. No Troféu Brasil, a diferença foi de menos de 300 pontos, algo até então impossível no cenário nacional. No esquete do time de Bragança Paulista, temos atletas como Bruno Lins, Ewelyn dos Santos, Jefferson Sabino, Jessé Farias, Kleberson Davide, Keila Costa e muitos outros olímpicos. 2009 promete nas disputas nacionais.

Marilson Gomez conseguiu o bi campeonato na maratona de Nova York, provando ser um dos melhores do mundo na categoria, já que essa prova envolve os grandes nomes da prova. A vitória, conquistada no mesmo fim de semana do GP do Brasil de F-1, em que Massa ficou poucos metros do título, serviu de consolação aos torcedores brasileiros. Ainda nas corridas de rua, tivemos o sucesso do campeonato mundial de meia maratona, que foi disputado no Rio, com os melhores atletas da categoria.

Alguns atletas seguem um pouco distante do topo do mundo mas conseguiram excelentes marcas esse ano. O principal exemplo é Lucimara Silvestre, no heptatlo. Nos Jogos Olímpicos de Pequim ela bateu o recorde sul-americano que já tinha 25 anos, sendo a única atleta brasileira a melhorar sua marca em Pequim. Outro grande resultado veio nos 400m com barreira. Mahau Saguimati correu na marca de 49s15 no troféu Brasil, sendo assim o 25º melhor do ano na categoria em que foi semi finalista em Pequim. Sandro Viana correu em 20s32 nos 200m rasos em um meeting no Brasil, marca essa que é a 23ª melhor do ano e, se fosse repetida em Pequim, lhe renderia uma final. José Alessandro Bagio foi 14º na marcha de Pequim com a marca de 1min21s34, sua melhor na temporada, repetindo assim o desempenho de Atenas, a melhor de um marchador brasileiro na história.

Os meetings brasileiros foram um sucesso, apesar da mudança de datas em cima da hora. Grandes nomes do atletismo mundial vieram ao Brasil passar duas semanas, em que poderiam disputar cinco competições, em Belém, Fortaleza, Uberlândia, Rio de Janeiro e São Paulo. Para 2009, a expectativa é que continue repleto de provas internacionais por aqui.
2008 ainda teve o Ibero Americano, tradicional competição em que o Brasil tem um enorme sucesso, disputado no Peru. Neste ano, não foi diferente. Foram 44 medalhas, 17 ouros, 15 pratas e 12 bronzes.

Importante também o técnico Nélio Moura, que levou o prêmio do COB de melhor treinador em esportes individuais. Ele, treinador de Maurrem, também treinava o campeão olímpico do salto em distância, o panamenho que treina no Brasil Irving Salandino

Panorama mundial- Pelo mundo, o que se viu foi mais um ano de Yelena Isinbayeva no salto em vara, conquistando tudo que disputou e com mais recordes mundiais, desta vez com 5m05. Entre os homens, Usain Bolt foi o grande nome, batendo três recordes mundiais nas olimpíadas, nos 100m, 200m e revezamento 4x100m.
A Jamaica se mostrou muito forte em Pequim, mas somente nas provas de velocidade, levando ao todo seis ouros, deixando o domínio americano cair bastente. Dos EUA, no masculino, o maior destaque acabou por conta dos 400m, em que o país fez o pódio completo da prova olímpica e levou com folga o ouro no revezamento 4x400m.A África permanece mandando nas provas de meio fundo e fundo, com etíopes e quenianos fazendo a festa.
Outro grande destaque foi o cubano Dayron Robles , que venceu os 110m com barreira em Pequim, e já tinha batido o recorde da lenda chinesa Liu Xiang, que se machucou e abandonou a competição em Pequim.
A Rússia, apesar de toda confusão com dopping antes e depois dos Jogos, que não envolveu nenhum medalhista olímpico, se mantém como força dos arremessos e saltos, além da marcha, totalizando 18 medalhas olímpicas, seis delas de ouro.

Maior surpresa brasileira - Jessé Farias, único atleta homem a quebrar recorde brasileiro em provas olímpicas
Maior decepção brasileira- Fabio Gomes, o campeão pan-americano começou o ano com tudo, quebrando recordes sul-americanos indoor, mas caiu demais a partir de abril e ficou longe de uma final olímpica.
Aposta para 2009- Redenção de Fabiana depois da injustiça de Pequim

TRIATLO
O triatlo brasileiro continuou, em 2008, sua fase de declínio, inciada há cinco anos, pouco antes dos Jogos de Atenas 2004. O esporte passou a ser olímpico em 2000, e nesta olimpíada o Brasil levou equipe completa, seis homens e seis mulheres, terminando com a 11ª posição de Sandra Soldan como melhor resultado. Em 2004, a equipe também foi completa, mas os resultados já piores, longe das primeiras posições.
Em 2008, o Brasil madou para Pequim dois homens e uma mulher, sendo que um dos homens se classificou como primeiro reserva e ganhou uam vaga devido à contusões. O boom do trialo, infelizmente, acabou.

Nas olimpíadas, Juraci Moreira fez uma boa prova, passando entre os líderes na natação e no ciclismo, mas na transição para a corrida não acompanhou o ritmo dos outros atletas e terminou na 26ª posição, que foi seu melhor resultado olímpico, em sua terceira participação. Ele teve uma temporada conturbada, com contusões, em que se iniciou muito bem, com vitórias em provas continentais. Depois, mais contusões e apenas uma posição regular no mundial, 39º, o colocou como reserva olímpico.

O outro brasileiro, Reinaldo Colucci terminou a prova em 37º e esperava ficar entre os 15 primeiros. Tenho consciência que fiz a melhor preparação agora a melhor coisa a ser feita será olhar para frente e seguir um busca de novos objetivos e trabalhar ainda mais duro para que em 2012 eu possa entrar com mais experiência numa olimpíada e conseguir assim desenvolver tudo que posso.” Ele já entrou em 2008 com a classificação bastante encaminhada, já que precisava ficar entre os 55 melhores e estava no top 30 devido a resultados do ano passado.
No feminino, Mariana Ohata, com o calcanhar esquerdo bastante machucado, chegou na 39ª posição.

Os principais resultados do ano aconteceram às vésperas das olimpíadas. Mariana Ohata conquistou a medalha de bronze na etapa da Hungra da Copa do Mundo, concluindo a prova que em 2.04:07. Reinaldo Colucci (Reebok) conquistou o quinto lugar na prova.

No brasileiro, se viu, talvez, uma renovação. Diogo Sclebin, Rio de Janeiro, (1.55:09) e Vanessa Gianinni, São Paulo, (2.10.15) conquistaram os títulos de campeões brasileiros de triathlon olímpico, ao vencerem a terceira etapa do Campeonato Brasileiro, realizado em Salvador, na Bahia.
Gustavo Tachibana foi o brasileiro com melhor desempenho no Mundial dentre os atletas que competem nas categorias de idade. Ele obteve a quinta colocação na faixa etária 18 a 19 anos com o tempo de 1.48:10.
No sul-americano, o Brasil consegiu títulos. Vanessa Gianinni foi campeã com 2h06”44, seguida de Fernanda Bau 2h08”45. No masculino, o campeão foi Diogo Sclebin 1h52”39 seguido por Mauro Cavanha 1h52”59. No pan-americano, Juraci Moreira ficou na quarta posição enquanto a melhor brasileira foi Vanessa, em 12º.

No ranking mundial, Reinaldo terminou em 37º com 1756 pontos. Juraci aparece em 64º com 1250 e Danilo Pimentel em 158º. No feminino, Mariana Ohata é 48ª e Carla Moreno, que já abandonou as distancias olímpicas é a segunda melhor, em 191º. Já no ranking que engloba apenas Copas do Mundo, Mariana é trigésima e Reinaldo vigésimo quarto.

Panorama mundial- O espanhol Javier Gomez foi o nome da modalidade no masculino, ganhando ouro no mundial e liderando o ranking mundial, vencendo quatro etapas da Copa do Mundo. Porém, na olimpíada, ele não aguentou o ritmo dos atletas. O alemão Jan Frodeno, com uma arrancada perto da linha de chegada, venceu a prova do triatlo masculino nesta terça-feira com 1h48min53s28. Ele passou o canadense Simon Whitfield nos metros finais para ficar com a medalha de ouro. O bronze foi para Bevan Docherty, da Nova Zelândia, que havia sido prata no mundial de Vancouver esse ano, atrás apenas de Javier.

Nos últimos km da corrida, um pelotão de 6 atletas ficou reunido na primeira posição e todos esperavam que o espanhol Javier Gomez, que tem na corrida sua maior especialiadade, fizesse seu sprint final e ficasse com a primeira posição.O que se viu foi o contrário e o alemão Jan Frodeno, junto com Bevan Docherty, Simon Whitfield partiram para a chegada numa velocidade invejável, deixando Gomez e seu compatriota Ivan Rana para trás, chegando em quarto e quinto.
Entre as mulheres, Emma Snowsill levou o ouro, com o tempo total de 1h58min27s66. Na segunda colocação, a portuguesa Vanessa Fernandes chegou com 1min06s97 de atraso em relação à líder. Emma Moffat, também da Austrália, ficou com o bronze, cruzando a linha de chegada 1min28s18 após a compatriota.

Samanta Warriner, da Nova Zelândia, liderou o ranking mundial da Copa do Mundo com duas vitórias em etapas além do bronze no mundial. Felicity Abraham ficou na segunda posição mesmo sem vencer nenhuma etapa.
Maior surpresa brasileira - Gustavo Tachibana, quinto no mundial na categoria 18 e 19 anos Maior decepção brasileira- Reinaldo Colucci, que saiu triste com a 37ª posição de Pequim
Aposta para 2009- Reinaldo Colucci voltar a figurar entre os melhores do mundo

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