quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O programa bolsa atleta

O programa Bolsa Atleta vem trazendo muitos benefícios para inúmeros atletas olímpicos e paraolímpicos brasileiros que não recebem dinheiro de patrocínios estatais e privados. Para muitos atletas, é a única forma de ganhar dinheiro com o esporte. " Minha maior fonte de renda dentro do badminton é o programa bolsa atleta" Disse a jogadora de badminton Mariana Morinori.

Iniciado em 2005, o programa atingiu em 2008 o número total de mais de 4000 atletas, dobrando a quantidade de beneficiados do primeiro ano. Existem quatro tipois diferentes de bolsa. A estudantil, no valor de R$ 300,00 mensais, a nacional, valendo R$ 750,00, a internacional no valor de R$ 1500,00 por mês e a categoria Olímpica e Paraolímpica que dá ao atleta 2.500,00 por mês.

Existem pré requesitos para conseguir a bolsa. No caso estudantil, o atleta precisa estar regulamentado em alguma escola de ensino, ser maior de 12 anos, não possuir qualquer tipo de patrocínio, entendido como tal a percepção de valor pecuniário, eventual ou permanente, resultante e ter participado de competição no ano imediatamente anterior àquele em que está pleiteando a Bolsa, tendo obtido a seguinte classificação:
a. Esportes Individuais (classificado de 1º a 3º lugar nos JEBs e JUBs - Jogos organizados pelo Ministério do Esporte).b. Esportes Coletivos (Estar entre os 24 melhores atletas selecionados).
No caso nacional, o atleta deve ter mais de 14 anos e estar vinculado a um clube. Além disso, ter filiação à Entidade de Administração de sua modalidade, tanto Estadual (Federação) como Nacional (Confederação). Também não pode ter patrocinador e deve ter participado de competição no ano imediatamente anterior àquele em que está pleiteando a Bolsa, tendo obtido a seguinte classificação:
a. De 1º a 3º lugar no evento máximo nacional organizado pela Entidade Nacional de Administração de sua modalidade oub. De 1º a 3º lugar no ranking nacional por ela organizado.

Na categoria internacional, as regras são exatamente as mesmas do caso do nacional, com mudança quanto ao resultado que o atleta deve alcançar. a. De 1º a 3º lugar em Campeonatos Mundiais de sua modalidade;b. Jogos ou Campeonatos Pan-americanos e Parapan-americanos ouc. Jogos ou Campeonatos Sul-americanos.

Na categoria olimpíada e paraolimpíada, além de todas regras das categorias anteriores, o atleta tem que ter integrado na qualidade de atleta a delegação brasileira na última edição dos Jogos Olímpicos ou Paraolímpicos. Isso é importante pois o atleta que participou dos Jogos Olímpicos terá apoio concreto durante quatro anos para se preparar para mais uma edição, ao contrário do que acontece com muitos patrocinadores que só olham nosso heróis em anos olímpicos.

Porém, existem vários problemas com esse belíssimo programa, que se resolvidos farão com que nossos principais atletas e aqueles que só precisem de mais um apoio que lhes faltam para conseguir excelentes resultados cheguem em seus objetivos.
"Muitas vezes, os atletas disputam um sul-americano esvaziado ou um brasileiro sem alguns clubes e conseguem esse benefício mesmo com um resultado em termo de quilos não muito bom" Constata o ex-técnico da seleção brasileira de Levantamento de Peso Edmílson Dantas. " Talvez se pessoas ligadas á modalidade dessem essas bolsas seria mais interessante" Completou.
Mas o ex-atleta olímpico nas olimpíadas de 1988, 92 e 96 elogiou bastante o programa também
"Alguns atletas ganham o benefício do Bolsa atleta e conseguem viver do levantamento de peso. O atleta consegue muito mais fácil que eu de levar a vida só com o levantamento de peso"

No pólo aquático, a situação está um pouco mais complicada e semana passada foi divulgada uma nota no Jornal dos Sports em que a avaliação foi colocada em xeque. " Bolsa-Atleta foi anunciado, assim como a Lei Piva, como grandes iniciativas para alavancar o esporte brasileiro. Na prática, a medida trouxe muitos benefícios, mas a falta de fiscalização criou algumas anomalias que entravam o desenvolvimento olímpico do país, que ainda está muito longe de se tornar uma potência olímpica" Começou o autor da coluna, Eduardo Vieira de Sousa, que também escreve para o site http://www.poloaquatico.com.br/ " É com tristeza que conto que neste esporte, o pólo aquático, atletas que se dedicam dois períodos à seleção não recebem, e atletas que não fazem parte da seleção têm seus vencimentos em dia. Em alguns casos, nem praticam mais o esporte ou se limitam a atuar por clubes em competições esporádicas, no feminino" Completou.

Existem algumas áreas que foram prejudicadas, ou melhor, deixaram de ser ajudadas, como o esporte unviersitário. O time feminino que foi campeão mundial universitário em 2001 e 2005 pediu o beneficio e acabou sem ele. " Quando todo material solicitado já se preparava para seguir para Brasília, receberam um telefonema, informando que a bolsa atleta não se estende ao esporte Universitário" Disse o coordenador do time em um site sobre futebol feminino.

Os elogios ao programa sempre aparecem, mesmo quando este está sendo bastante criticado, como foi o caso das falas citadas acima. Os problemas todos sabem quais são e não são muito difíceis de serem resolvidos, só deveria haver uma fiscalização mais presente para que pessoas não se aproveitem do programa e para que os que realmente precisem do dinheiro para treinar e se desenvolver no esporte receba esta ajuda do governo.

Outro elogio feito ao programa é que o dinheiro é revertido diretamente ao atleta, como bem disse o atirador Stênio Yamamoto, participante olímpico em Pequim, em entrevista ao Blog do Massi, semana passada " É o melhor programa de incentivo ao esporte. É um dinheiro que chega diretamente ao atleta. É diferente dos incentivos fiscais. Os incentivos fiscais acabam indo para federações e eles só revertem para os atletas em passagem, em hospedagem. Este ano, com o Bolsa-Atleta, pude pagar o colégio das minhas filhas (Stênio recebe R$1.500 mensais com o programa)."

Outra coisa boa é que o bolsa-atleta tende a aumentar a quantia dada por um patrocinador, privado ou estatal, para o atleta. Isso porque não valerá a pena para um beneficiado do programa na categoria "internacional" fechar um patrocínio por menos de R$ 1500,00 mensal, já que esse é o preço ganho no Bolsa Atleta, que não admite atletas patrocinados.

As pessoas costumam sempre criticar programas do governo e eu me incluo nessa. Sempre achamos que foram feitos para ganhar votos, atitudes populistas e etc...Porém, esse programa não foi feito para arrecadar votos, ajuda quem mais merece ser recompensado, o atleta, e precisa de apenas alguns ajustes para ficar perfeito.

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