Aconteceu neste último final de semana na cidade de Mococa,mais uma edição do torneio Chico Piscina, uma das mais tradicionais competições da natação brasileira que, anualmente, acontece na cidade do interior de São Paulo. Com a participação dos melhores juvenis e infatis do Brasil, além de oito países, o evento teve a transmissão mais uma vez ao vivo de suas finais pela SPORTV, além de uma boa divulgação na mídia, o que é importantíssimo para nossos nadadores. Foram 482 atletas, na sua maioria brasileiros, mas com a presença também de Argentina, Bolívia, Chile, Kuwait, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
Vamos falar um pouco da hisória do torneio, como bem contou o site http://www.bestswimming.com.br/ em três parágrafos. A primeira edição do Chico Piscina foi disputada em 1968. Na ocasião, a delegacia da 7ª região da Federação Paulista de Natação (hoje 5ª delegacia da Federação Aquática Paulista) criou a competição em homenagem a um dos maiores incentivadores da natação brasileira: o Sr. Francisco Quintino, o famoso Chico Piscina. O primeiro evento reuniu apenas equipes paulistas e foi batizado como “Troféu Inter-Regional Infanto-Juvenil de Natação do Estado de São Paulo”.
O troféu em disputa se chamava “Chico Piscina”. A competição era disputada anualmente e sempre em uma cidade diferente no interior paulista. Porém, quando o Sr. Quintino adoeceu e não podia mais viajar foi decidido que competição não sairia mais de Mococa em homenagem ao seu idealizador. Com o passar dos anos a competição começou a registrar a participação de equipes de outros estados do país e em 1988 a competição ganhou status de nacional. Em um acordo, a CBDA e a Associação Esportiva Mocoquense decidiram transformar o evento em algo de porte nacional. Estava criado ai o Campeonato Brasileiro lnterfederativo Infanto-Juvenil de Natação ou Troféu Chico Piscina.
De acordo com o regulamento todos os estados brasileiros formariam seleções com seus melhores atletas e disputariam nas águas de Mococa o título de melhor estado brasileiro. Mas a competição cresceu tanto que em 1995 ganhou o status de internacional. A importância de um Chico Piscina? Só olhar quem levou o juvenil de 2002 e 2003 nos 50m livre. Ninguém mais ninguém menos que Cesar Cielo, o primeiro campeão olímpico da natação brasileira. E que, depois do título dos 50m, teve sua primeira medalha """esquecida"" pela mídia, que o anuncia só como campeão da prova mais rápida da natação. Ele foi bronze nos 100m livre em Pequim também, prova em que foi campeão em 2003 do Chico Piscina.
Lucas Salatta é um dos maiores vencedores da história rescente do torneio, tendo vencido os 200mlivre duas vezes, assim como os 400m livre, além de ter sido tri nos 100m boboleta e ter vencido uma vez os 200m medley.
No feminino, este título fica dividido entre Joanna Maranhão e Etiene Medeiros. A primeira, finalista duas vezes na olimpíada de 2004, venceu os 200m e 400m livre, os 100m peito e os 200m medley.Já nossa medalhista no mundial junior de 2006, Etiene Medeiros, venceu os 50m e 100m livre além dos 100m borboleta e os 100m costas, todas entre 2005 e 2007.
O Troféu também mostra o quão complicado o nado peito era e que agora está no caminho certo. As provas de 100m peito,por exemplo, teve seis campeãs estrangeiras na década de 2000 mas no momento as meninas brasileiras estão se recuperando, visto que um dos grandes destaques da competição deste ano foi Bianca Rodrigues de 14 anos, finalista do José Finkel adulto em setembro e que marcou 1min13s85 em Mococa. Movida por Tatiane Sakemi, a prova dos 100m peito está cada vez mais forte no país.
Entre os homens, o nado peito que foi até os anos 2000 a pedra no sapato da natação brasileira mostrou sua força nas seletivas olímpicas, quando quatro atletas fizeram o índice A olímpico para os 100m peito. Muitos deles, nascidos no Trofeu Chico Piscina e os novos nomes do estilo levaram recentemente o título em Mococa. Thiago Parravicini e Tales Cerdeira já disputaram competições importantes e venceram diversas vezes os 100m peito na década de 2000. Neste ano de 2008, um dos destaques do torneio foi Matheus Loro Neto, que marcou 1min06s97 na categoria infantil.
No nado costas, Guilherme Guido venceu a competição em 2001, no infantil, e 2003 no juvenil, para em 2008 fazer parte da equipe olímpica brasileira e fazer o excelente tempo de 54s32 no Maria Lenk, em maio. Ainda nos 100m, Leonardo Guedes, medalhista no mundial juvenil em 2006,e um dos promissores atletas brasileiros, venceu a prova em 2005.
Outras modalidades deveriam ter um torneio deste porte nas categorias juvenis e infantis, com a divulgação, o nível de organização deste evento. O Chico Piscina é um dos mais tradicionais torneios e este ano viu a quebra de sete recordes, resultado melhor do que ano passado quando apenas três marcas caíram.
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