Iniciando a série sobre a história e principais resultados de todas as provas olímpicas que serão disputadas em 2012, vamos falar dos 100m rasos.Os 100m rasos com certeza é a prova mais nobre dentre as 302 disputadas em Jogos Olímpicos. O programa olímpico não está 100% decidido quanto as provas, somente quanto à modalidades, mas obviamente a prova mais rápida do atletismo vai se manter na disputa, pela história, tradição, competitividade e muitos outros motivos.
A prova começou a ser disputada logo nos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, em 1896, somente com os homens participando. As mulheres entraram no programa desta prova somente em Amsterdã, em 1928.
Mais de um século e 27 edições dos Jogos depois, o recorde olímpico caiu 10 vezes e em 2s30. Os 12s do americano Thomas Burke, ouro na primeira edição da prova, deram à Burke o título de primeiro campeão olímpico da prova mais rápida do atletismo.
Rescentemente, Usain Bolt bateu o recorde mundial e olímpico, como todos viram em Pequim, brincando marcando 9s72 quando especialistas apostam que, se ele não tivesse desacelerado demasiadamente no fim,poderia chegar à 9s52.
Entre os homens, são duas olimpíadas em que os resultados não marcaram tanto, mas as confusões extra-quadra estão na mente de todos os apaixonados, e também das dos não apaixonados por esportes.
Nas olimpíadas de Berlim, em 1936, Adolf Hitler queria comprovar a supremacia ariana sediando uma olimpíada em que os negros, segundo ele, não teriam vez. Estava, claramente, errado. O americano Jesse Owens venceu quatro provas, entre elas os 100m rasos, e fez com que o austríaco que mandava na Alemanha saísse do estádio antes da premiação.
A outra grande história envolvida na prova mais nobre do atletismo ocorreu em Seul, 1988, quando o americano Ben Johnson venceu a prova com inacreditáveis 9s79, vencendo inclusive Carl Lewis, americano que ao todo em sua vida levou 9 ouros olímpicos. Dias depois, porém, descobriu-se dopping de Johnson e sua medalha foi cassada.
Entre as mulheres, Florence Griffith Joyner é o principal destaque da prova. Recordista mundial com 10s49, alcançou o ouro olímpico em 1988, quando mesmo sem repetir o recorde que detinha, chegou com uma imensa folga na frente. Porém, a atleta que morreu aos 39 anos, era acusada de todos os lados por dopping, o que nunca ficou comprovado. Porém, muito duvidam da legalidade da medalha dela.
Um fato interessante da história dos 100m rasos, é que muitas corredores da Alemanha Oriental nos tempos do regime socialista, engravidavam dois meses antes da competição e com isso, ganhavam um chamado dopping natural, já que os primeiros meses de gestação aumentam a taxa de hemoglobina no corpo, aumentado a capacidade aeróbica do atleta. Obviamente, o aborto acontecia logo após a competição.
Na comparação entre homens e mulheres, o sexo frágil vem evoluindo muito mais rápido que seu sexo oposto. Numa comparação, as mulheres chegariam, numa competição nos anos 1930, 14m atrás dos homens, se pegarmos os resultados das finais olímpicas. Se usarmos como base os Jogos de 2000, em que Marion Jones foi ouro mas teve seu pódio cassado anos depois por dopping, a distância seria, na média, de 8m.
Uma fala que muitos narradores usam nos finais de prova, em que o atleta que está atrás ultrapassa os ponteiros, está absolutamente errada. "O atleta disparou no final e levou o ouro". Isso é um erro pois nenhum atleta aumenta sua velocidade depois dos 70m, eles só desaceleram de maneiras diferentes, por isso nenhum atleta atropela no final, e sim aguenta mais e diminui menos seu ritmo.
Agora, é complicado ver como que Jesse Owens, correndo com uma sapatilha de quase 1kg, numa pista esburacada, correu a prova em 10s20 enquanto hoje em dia, com sapatilhas leves e específicas, pistas perfeitas e infinitos estudos nas telemetrias da prova, o recorde não melhorou sequer 0,5s.
Quadro de medalhas da prova
Masculino
EUA 16 13 7
Grã Bretanha 3 2 3
Canadá 2 - 2
Feminino
Eua 9 5 2
Austrália 2 1 3
Jamaica 2 2 3
Alemanha Oriental 1 2 2
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