Para que não viu a matéria da UOL, sobre o perpetuamento de Carlos Arthur Nuzman no poder do Comitê Olímpico Nacional e sobre o tempo que os presidentes estão no comando de cada uma das confederações dos esportes olímpicos, veja no
http://esporte.uol.com.br/ultimas/2008/10/10/ult58u1209.jhtm
Gostei da matéria, afinal é preciso se divulgar o máximo possível a reeleição de Nuzman, que foi algo nojento, realmente nojento. Não divulgou a eleição, apenas em dois jornais, não deu tempo para alguém criar uma chapa de oposição, quis esconder tudo o que se passou. Eu sempre gostei dele, mas isso foi de uma falta de respeito com o esporte nacional tremendo.
O tema da matéria é interessante, ver quanto tempo cada um dos presidentes estão no comando, mas a forma que foi avaliado foi ridícula. Cada um dos presidentes teve seu nome citado, o número de anos no comando e os "feitos. O problema é que nesses feitos só tinham os resultados olímpicos e dos Jogos Pan-americanos, sem o mínimo de pesquisa em campeonatos mundiais, campeonatos sul-americanos, parte política da modalidade, quantidade de torneios que foi sede, e muitos outros temas realmente mais importantes, no momento em que vive o esporte brasileiro, do que o resultado de uma olimpíada.
Por exemplo, quando citado Roberto Gesta, presidente da Confederação Brasileira de Atletismo desde 1987, em feitos aparece apenas o feito de Maurrem Maggi em Pequim, medalha de ouro no salto em distância. Esqueceu que tivémos no último mundial e na última olimpíada recorde de finais, com 9 e 6 respectivamente. Esqueceu que temos o melhor técnico de saltos do mundo, treinador inclusive de Irving Salandino, campeão do salto em distãncia masculino. Esqueceu que o Brasil sediará o campeonato mundial de meia maratona...E tantos outros feitos.
Vale lembrar que não estou defendendo a permanência ou a retirada do presidente da entidade, só queria lembrar todos os feitos que aconteceram no atletismo desde 1987 que poderiam ser lembrados.
Outro exemplo é conhecido por todos do Brasil pois se trata do futebol. Nos feitos de Ricardo Teixeira aparece duas Copas do Mundo vencidas e uma vitória na luta pela sede da Copa de 2014. Vendo apenas isso foi um resultado brilhante. Mas todos sabem o que rolou nesses 20 anos, todas as falcatruas. O problema é que nos outros esportes, as pessoas leêm os fatos e deduzem se o dirigente teve uma boa ou má direção.
Outro exemplo é quanto ao presidente da Confederação Brasileira de Triatlo. Mais uma vez lembro que não estou defendendo ou criticando a atual gestão, mas vi que nos principais feitos estão as medalhas nos Jogos Pan-americanos, esquecendo que por duas vezes, em 2000 e 2004, o Brasil foi um dos únicos CINCO países a levar uma equipe completa, três homens e três mulheres, para os Jogos Olímpicos.
Com uma pauta excelente, a UOL conseguiu deixar a reportagem deficiente, colocando muitas vezes fatos de pouca importância á frente de fatos maiores. O pior é que a PRÓPRIA imprensa, dentre eles o UOL, critica a pouca representatividade do Pan no mundo(Não concordo) mas na hora de falar sobre a atuação de cada um dos presidentes o primeiro torneio citado é o Pan, antes mesmo da olimpíada.
Eu acredito que se um presidente está fazendo um trabalho excelente não precisa ser mudado. O problema é que na situação em que vive todos os esportes olímpicos, não temos trabalhos excelentes. Temos sim trabalhos bons que estão melhorando o esporte, mas nenhum excepcional que poderia dar mais que oito anos de mandato. Muitos acham que ex-atletas deveriam assumir todas as confederações, por conhecerem bem o esporte. Descordo um pouco, mesmo sabendo que os atletas podem melhorar a modalidade, mas não acredito que eles, e só eles, mudem o rumo do esporte brasileiro. Precisamos ser democráticos nesse sentido também.
Eu acho que independentemente se o presidente da confederação fez um bom ou um mal trabalho, deve ser substituído ao final de no máximo 8 anos (4 anos + 4 se for reeleito), pois a alternância de poder é um pressuposto básico da democracia e do bom andamento de qualquer administração... precisamos de presidentes, e não de coronéis.
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