A década de 1980 marcou o auge das provas de meio fundo do atletismo, com históricos nomes, como os ingleses Sebastien Coe, Steve Ovett, os americanos John Gray e Earl Jones e os africanos Billy Konchellah e Shaid Aoulta. O atleta brasileiro, que tem uma perna 2cm maior que a outra, venceu a prova de Los Angeles 1984, único ouro do Brasil na oportunidade, com 5m de distância, maior margem da prova desde Amsterdã 1928.
"Eu não entrei naquela pista para correr tecnicamente. A tática seria correr na frente e ganhar, não importava o rítmo"- Disse Joaquim sobre sua prova na disputa em que levou a medalha de ouro.
O principal objetivo era sair na frente de seu principal rival, o inglês Sebastien Coe, e não deixar que ele o ultrapasasse. E conseguiu. " Quando eu passei os 700m, no finalzinho da última curva, parece que a pista se abriu e eu me senti enorme, como se tivesse voado por 11, 12 segundos" Relatou Joaquim ao livro de Katia Rubio, Heróis Olímpicos Brasileiros.
Joaquim foi melhorando aos poucos na olimpíada. Na primeira rodada, venceu com tranquilidade a prova com 1min45s66. Nas quartas de finais, correu os 800m em 1min44s84 enquanto nas semi finais correu na casa do 1min43s82.
Um fato interessante foi que o brasileiro foi acusado de plágio por ter feito uma comemoração parecidíssima com a de Carl Lewis, com a banderinha americana nas mãos. Era um replay, somente trocar a bandeira Yankee pela verde e amarela. Mas Joaquim garante que foi copiado por antecipação, já que havia combinado com o zelador de seu prédio na cidade de Eugene deste levar uma flâmula à ele para a comemoração.
A segunda medalha olímpica de Joaquim Cruz foi a prata em Seul, 1988. Sua preparação na Ásia começou difícil devido à uma forte dor que foi superada depois de dois dias de treinos leves.
Ainda antes da prata na olimpíada de Seul, ,Joaquim não se conteve e, em entrevista à Rede Globo, disse que duvidava das vitórias da velocista americana Florence Griffith Joyner. Em seguida, a rede americana CNN conseguiu uma cópia desta entrevista e esta foi mostrada inúmeras vezes nas telinhas americanas, país no qual o atleta brasileiro morava.
Esse episódio levou o brasileiro a sentir aversão às cameras e ter um clima favorável quebrado mas em contrapartida levou o brasileiro a ser um representante mundial do movimento tolerância zero ao uso de substâncias proibidas
Na prova, o ouro foi perdido nos últimos 80m, quando ao olhar no telão, Joaquim se viu na liderança. Naquela fração de segundo, ela perdeu referência da prova e ficou na segunda posição
" A minha consolação foi ter vencido os atletas que eu havia me preparado psicologicamente e fisiologicamente para vencer, e ter perdido para um atleta que eu não considerava" Declarou Joaquim sobre a prova.
Uma versão de Silvio Lancelotti, no livro Olimpíadas 100 anos, é que um erro estratégico impediu o bi de Joaquim. Com dois atletas na decisão, Joaquim e Zequinha Barbosa, ,o sonho era que ambos pudessem subir ao pódio.
Zequinha abriu os primeiros 400m na frente, tentando conter a tradicional escapada de Said Auoita, de Marrocos, para depois ficar na escolta dos líderes e tentar uma medalha no sprint final. Enquanto isso, o campeão de 1984 se mantinha na espreita, para atacar nos últimos 200m.
Zequinha, entretanto, insistiu em continuar na frente durante a segunda volta e desperdiçou a maior parte de seu fôlego e pernas. Terminou em sexto com 1min46s39, quase três segundos acima de sua melhor marca. Enquanto isso, Cruz fazia o "combinado", assumindo a ponta nos últimos 200m, mas acabou deixando a vitória escapar para o queniano Paul Ereng, o mais desconhecido daquela final.
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