Essa pequena alavancada que o esporte parece ter dado após o pódio no Rio poderia ter vindo oito anos antes, quando a dupla brasileira Guilherme Pardo e Ricardo Trevelin perdeu um match point nas quartas de finais do Pan de 99, adiando a inédita medalha. "Com certeza, aquela oportunidade perdida foi de grande pesar para todos nós. Acredito sim , que se aquela medalha tivesse vindo, nosso desenvolvimento poderia ter sido outro" Disse, por e-mail, o atual técnico da seleção brasileira, Luís Martin. Pardo, que oito anos depois levou o bronze que lhe escapara em 99, contou a derrota " Ficamos a um ponto da medalha porque eu e meu parceiro na época [Ricardo Trevelin] desperdiçamos um match point. Naquela ocasião faltou experiência e tranqüilidade. Éramos dois moleques e não tínhamos noção do que era um Pan. Acho que ainda não tínhamos estrutura mental. "
Porém, depois do Pan, o esporte continuou um pouco apagado na mídia."Infelizmente esta não tem dado o espaço necessário para a difusão do esporte, e tem mesmo em alguns casos, tecido comentários pouco elogiosos a essa modalidade esportiva" Disse o atual técnico da seleção brasileira, que se mostra otimista quanto aos investimentos " Desde o mometo em que ganhamos a medalha de bronze, que para nós, do Badminton Brasileiro, fora um feito, o C.O.B ( Comitê Olímpico Brasileiro ) tem dado um incentivo maior"
O Brasil vinha batendo na trave faz tempo nesta medalha pan-americana. Em 1999, foram quatro quartas de finais( No pan, não existe disputa da medalha de bronze), quatro anos depois foram cinco mas nenhuma vitória veio nesta fase e a seca continuou até o evento no Rio, ano passado.
Quanto á disputar Jogos Olímpicos, o tabu continua, com o Brasil nunca tendo levado um atleta na competição. No início do ano, Guilherme Pardo fez um tour pelo mundo tentando pontos para ficar próximo aos 90 melhores no ranking, para tentar a classificação, mas acabou não tendo o objetivo conquistado. No momento, o melhor atleta no ranking mundial é Guilherme Pardo, número 218 do mundo, mas que não disputa uma competição válida pelo ranking desde a tentativa de se classificar para Pequim.
" Da olimpíada passada para cá, eles dificultaram muito o sistema da classificação para olimpíada, dificultando a classificação do Guilherme. No caso do Guilherme a gente ficou dependendo de uma pessoa só, de repente se tivesse mais jogadores do mesmo nível tentando, talvez um com um pouco mais sorte conseguiria" Contou Guilherme Kumasaka, que não disputa mais jogos de simples, e que fez parte da dupla bronze no Pan.
Falando em pan-americano, todos são unânimes ao falar dos principais adversários no continente: EUA, Canadá e Peru. Os peruanos, aliás, são hegemônicos na América do Sul e estão alguns passos á nossa frente. No pan-americano de badminton, mês passado, o Brasil ficou na quinta posição depois de perder para o México nas quartas de finais do torneio por equipes. Hugo Arthuso e Marina Eliezer conquistaram a única medalha do Brasil, bronze nas duplas mistas. No último torneio internacional de São Paulo, no início do mês de outubro, o Peru dominou vencendo quatro dos cinco ouros, sempre derrotando brasileiros no caminho até a final.
Kumasaka explicou a importância de um torneio internacional em São Paulo "Um intercambio com nossos jogadores com estrangeiros, porque não é todos que tem essa possibilidade então esse torneio internacional aqui no Brasil dá essa possibilidade de contato com o badminto de fora". Lembrando que este ano, o Brasil ainda sediou a Thomas cup este ano, a copa do mundo por equipes, em que o país não passou da primeira fase.
No torneio, ainda tivémos a presença de crianças de uma cresche do Ipiranga, o que pode ser um pequeno passo para a massificação do esporte mais rápido em raquetes do mundo " Eu já tinha visto esse jogo mas não sabia que chamava badminton" Relatou uma das crianças, de 12 anos de idade. A dona da creche relatou a alegria das crianças no evento " Amanhã(o dia que seria disputado ás finais) eu iria trazer outro grupo, mas os que vieram hoje também querem muito voltar". Talvez um trabalho mais aprofundado com crianças, como o visto em reportagem na TV nessa semana no SPORTV, pode levar-nos a ter grandes craques no futuro.
Quanto ás competições femininas, a evolução é constante, mas ainda é evidente estar abaixo do masculino. " Históricamente sempre foi um pouco, bem abaixo do masculino. De uns tempos para cá a gente começou a reunir as meninas então tem melhorado. Agora a gente consegue fazer jogos equilibrados com as peruanas, tá melhorando bastante. Mas ainda estamos abaixo do masculino" Disse Mariana Arimori, que lutou muito nas semi finais do torneio internacional de São Paulo,mas acabou derrotada pela peruana Alejandra Monteverde.
No atual momento, no ranking mundial, Fabiana Silva é número 281 e é a melhor colocada entre as brasileiras, graças ás quartas de finais atingidas no Pan desse ano. Nas duplas, Patrícia Oelke e Thaysse Cruz estão em 210ª. Segundo Morinori, sua maior fonte de renda dentro do badminton, com relação aos estudos, está na faculdade, é programa Bolsa Atleta, que ajuda nossos atletas em todas modalidades olímpicas e vem sendo considerado um sucesso. A única ressalva, por enquanto, é na forma de selecionar os atletas, algumas vezes, como é o caso do levantamento de peso, o benefício é concedido para atletas que tem resultados ruins.
Segundo Guilherme Kumasaka, o ano de 2009 já é de preparação para 2011 e 2012. "Para 2009, depois da olimpíada, é a fase mais tranquila para os atletas. Então o objetivo é estar disputando torneios fora e para o pan-americano de 2011 está pronto para conquistar medalha"
O técnico Luis Martín é otimista para o futuro. " As expectativas para o futuro do Badminton no Brasil, são as melhores possíveis. Com os bons resultados que estamos adquirindo em torneios internacionais, outros países estão respeitando mais os Brasileiros em quadra. Estamos também estreitando relações com outros países mais desenvolvidos no esporte, podendo assim, quem sabe, criar um intercâmbio de experiências para benefício mútuo"
Eu também confio. É esperar para ver...
O técnico Luis Martín é otimista para o futuro. " As expectativas para o futuro do Badminton no Brasil, são as melhores possíveis. Com os bons resultados que estamos adquirindo em torneios internacionais, outros países estão respeitando mais os Brasileiros em quadra. Estamos também estreitando relações com outros países mais desenvolvidos no esporte, podendo assim, quem sabe, criar um intercâmbio de experiências para benefício mútuo"
Eu também confio. É esperar para ver...
Caro Guilherme, coloquei seu blog como parceiro com grande satisfação.
ResponderExcluirÉ muito bacana ver que existem mais jornalistas na luta para divulgar outros esportes no país.
Serei um leitor assíduo por aqui.
Grande Abraço!
Renato Piccinin (A Linha do Esporte)