quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Entrevista com o técnico da seleção brasileira de Badminton- Luis Martín

Há poucos dias, entrevistei por e-mail, o atual técnico da seleção brasileira de badminton, Luís Martín. Ele assumiu o comando da equipe no início deste ano, depois de mais de um ano como auxiliar do então Técnico Luiz de França.

Luís ressalta que o apoio do COB vem aumentando gradativamente, o que lhe agrada, mas a mídia continua esquecendo o esporte, fazendo reportagens apenas nas vésperas de Jogos Pan-americanos e olimpíadas. Lembrou também que o futuro brasileiro no esporte é promissor, com um medalhista de prata inédito no Pan-americano juvenil em julho deste ano, com Thomás Moretti.

Abaixo, a entrevista na íntegra do técnico da seleção brasileira de badminton.

Guilherme Costa: Mudou alguma coisa no investimento, na atenção da mídia, nos resultados no exterior dos brasileiros depois da medalha de bronze no Pan passado? Você acredita que a medalha de bronze no Pan foi um divisor de águas para o badminton brasileiro, ou esse divisor ainda está por vir?
Luís Martín: Desde o mometo em que ganhamos a medalha de bronze, que para nós, do Badminton Brasileiro, fora um feito, o C.O.B ( Comitê Olímpico Brasileiro ) tem dado um incentivo maior. Já em relação a mídia, infelizmente esta não tem dado o espaço necessário para a difusão do esporte, e tem mesmo em alguns casos, tecido comentários pouco elogiosos a essa modalidade esportiva.

GC: Como é disputado o campeonato brasileiro de badminton? É uma única competição, ou existem várias etapas? Quais são os principais clubes no Brasil em termos de resultados?
LM: O campeonato Brasileiro, é dividido em : Torneios Nacionais, Torneios Regionais (abrangendo outros Estados) e torneios Estaduais. Os principais clubes do Brasil em termos de resultados atualmente são: Sociedade Hípica de Campinas; Clube Fonte São Paulo (Campinas); Clube Atlético Paulistano (São Paulo Capital).

GC: A derrota nas quartas de finais das duplas do Pan de 99, quando Guilherme Pardo e Ricardo Trevelin tiveram um match point para uma vaga na semi final e no mínimo um bronze garantido, foi um trauma para os brasileiros? Se aquela medalha tivesse vindo, você imagina que esses nove anos teriam sido diferentes para o badminton brasileiro?
LM: Em 1999eu ainda não era técnico (rs). Mas com certeza, aquela oportunidade perdida foi de grande pesar para todos nós. Acredito sim , que se aquela medalha tivesse vindo, nosso desenvolvimento poderia ter sido outro.

GC: Você vê possível algum contrato com alguma TV brasileira para transmitir competições de badminton nos próximos anos? A tv mudou a história de esportes como volei, ginástica, natação, isso pode acontecer com seu esporte?
LM:Infelizmente Guilherme, no momento, não acredito que essa oportunidade de contrato com alguma TV para transmitir os jogos, nos seja dada. Já que raramente, exceto perto de competições importantes, as TV's nos procuram para alguma reportagem.

GC: Existe uma nova geração brasileira promissora, ou nos próximos anos continuaremos com as esperanças depositadas em Guilherme Pardo e Guilherme Kumasaka? No mundial juvenil a ser disputado ainda esse ano, mandaremos atletas?
LM:No momento, estamos com uma equipe jovem em treinamentos constantes, com bons resultados, como a medalha inédita de PRATA adquirida em julho no Panamericano juvenil 2008 realizado na Guatemala, na categoria Sub-19 em simples com o atleta Thomás Moretti. Nesse mundial juvenil, por falta de verba, creio que não levaremos representantes do Brasil na modalidade.

GC: O badminton feminino brasileiro ainda não está no patamar do masculino. O que falta para conseguirmos mais vitórias em torneios continentais e poder brigar por vagas em competições importantes?
LM: O que falta para conseguirmos mais vitórias em torneios internacionais, principalmente por parte do Feminino, é simplesmente, disputar mais torneios internacionais. Com isso, ganhar mais experiência para poder acreditar na vitória. Procurar mais talentos, seria outra alternativa pois no feminino a competitividade é bem menor que em relação ao masculino.

GC: Para terminar, gostaria de saber as expectativas para o futuro do badminton no país e saber quais são as principais competições que estão por vir no calendário de nossas seleções?
LM: As expectativas para o futuro do Badminton no Brasil, são as melhores possíveis. Com os bons resultados que estamos adquirindo em torneios internacionais, outros países estão respeitando mais os Brasileiros em quadra. Estamos também estreitando relações com outros países mais desenvolvidos no esporte, podendo assim, quem sabe, criar um intercâmbio de experiências para benefício mútuo.

GC: Se quiser completar algo e mandar um recado para os amantes dos esportes, esteja a vontade
LM: Eu que lhe agradeço, em sua busca pelo conhecimento na área do Badminton. E gostaria que acrescentar, que as pessoas conheçam o esporte, pois, é um esporte APAIXONANTE onde uma criança e um adulto podem jogar juntos facilmente, sem se preocupar com chuva, frio ou calor à sua prática.

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