O Brasil acabou não classificando nenhum atleta para as provas de elite masculina no mundial de estrada, disputado na semana passada. O motivo é o ranking definido pela União Ciclística Internacional, que acabou deixando o país fora da tradicional competição, realizada anualmente. Como o Brasil não conseguiu chegar entre os cinco primeiros das Américas no ranking fechado em agosto, a participação ficou impossibilitada e ninguém representou o país na Itália.
Apesar disso, os atletas brasileiros vivem bons ventos pelo mundo. Murilo Fischer ficou na 20ª posição nos Jogos Olímpicos de Pequim, permanecendo por mais de 6 horas no primeiro pelotão da prova, e hoje é o número 54 do ranking mundial. Luciano Pagliarini corre na Europa o ano inteiro por uma conceituada equipe e foi medalha de bronze no último Pan. Entre as mulheres, a família Fernandez ainda domina, mas vê a presença de outra excelentes atletas. Porém, o feminino ainda está um pouco atrás do masculino, em termos de investimentos e resultados.
Dentro do país, o esporte está se desenvolvendo bastante. A volta ciclística do Estado de São Paulo teve até cobertura da Globo enquanto a volta de Santa Catarina, a ser disputada no próximo mês promete bastante, tanto em termos do alto nível do evento como em divulgação do esporte. Além disso, a Copa América de ciclismo, que conta pontos para o ranking mundial, é transmitida anualmente pela Globo e SPORTV, mostrando que a mídia está cada vez mais interessada no esporte. Ainda temos a volta internacional do Paraná e do ABC além da tradicional prova 9 de julho,em São Paulo.
Mesmo com o crescente, mas ainda insuficiente apoio, o Brasil ficou de fora do mundial deste ano. Principal atleta brasileiro, Fischer comentou o fato: " "Eles criaram uma regra que não tem sentido e muitos países sem tradição no ciclismo estão levando muitos atletas, enquanto nós não participamos. A CBC, sabendo desta regra, tinha de colocar como objetivo que o Brasil ficasse entre os cinco primeiros".
As mulheres se classificaram para a prova e o melhor resultado foi de Rosane Kirch, que ficou em 42º lugar. Clemilda Fernandes terminou em 46ª, e Janildes e Uênia Fernandes não cruzaram a linha de chegada.
No campeonato brasileiro deste ano, sem a participação dos melhores brasileiros, que estavam na Europa para disputa das voltas ciclísticas, o vencedor foi Valcemar Justino da Silva, que no sprint final chegou á frente de Jean Marcel da Silva e Andre Luiz Pulini. No Contra relógio, vitória para Cleberson de Almeida.
Entre as mulheres, Clemilda Fernandez venceu com Luciene da Silva em segundo e Uênia Fernandez em terceiro. No contra relógio, título para Camila Monteiro.
No pan-americano, Otávio Bulgareli ficou com o bronze na prova de resitência, mesma medalha de Luiz Amorim no contra relógio. Janildes Fernandez foi a melhor entre as mulheres, em sexto.
Lembrando que no Pan do Rio, ano passado, Luciano Pagliarini e Clemilda Fernandez conseguiram bronze respectivamente na prova de resistência e contra relógio, no melhor resultado da equipe nos últimos anos.
O ciclismo nacional está ganhando muita força e o que desejamos é que o mais breve possível não precisemos "perder" nossos principais atletas para Europa durante todo ano, como acontece com Murilo Fischer e Luciano Pagliarini. Temos voltas internacionais importantes e numerosas e agora precisamos de um resultado expressivo em olimpíada ou em pan-americano para alavancarmos de vez o ciclismo no Brasil. Estamos no caminho certo...
Não percam amanhã a entrevista com o técnico da seleção brasileira de badminton, Luís Martín.
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