quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Esporte á esporte- Judô

O judô, ao lado do volei, é o esporte mais organizado do Brasil, com boa estrutura e infra estrutura, atletas jovens talentosos, programas para o futuro, relação atleta- confederação e muitas outras qualidades que faz com que nosso país seja uma das potências na modalidade.
Desde 1984, o judô trás ao menos uma medalha olímpica ao Brasil, tendo ao todo 15 pódios, nove nos últimos quatro Jogos, desempenho único entre os esportes individuais do país.

O esporte é o único que já começou seus planos para 2012, com uma vaga na seletiva de 2012 dada ao campeão do Troféu Brasil deste ano, disputado no último fim de semana, sendo o primeiro dos muitos passos para a difícil classificação interna para os Jogos de Londres.
Além disso, o esporte tem uma seleção sub 23 e sub 26 permanente, o que faz com que o futuro sempre esteja garantido, com atletas experientes sempre chegando.

A família Mamede, que comandou a Confederação Brasileira de Judô durante quase 20 anos, nas décadas de 1980 e 1990 perdeu o poder e acabou fora da administração da entidade, e isso, na minha opinião, foi o maior passo para a "profissionalização" do judô no país. Durante 20 anos, tivémos atletas e confederações brigando, discutindo, e com isso perdendo o foco na competição, perdendo o profissionalismo.

Agora, com quase cinco anos sem os Mamede, somos uma das forças do mundo no esporte e estamos num patamar muito superior dos anos anteriores, principalmente entre as mulheres que, há alguns anos, perdiam na primeira luta em todas as categorias, ao contrário de hoje em dia que temos medalhistas em mundiais, copa do mundo e até olimpíada em nossa equipe.
Na olimpíada, conseguimos três bronzes. Tínhamos três campeões mundiais e por isso o resultado acabou criticado pela imprensa. Porém, foram 27 vitórias de nossos 13 atletas, o que mostra que todos foram com chances reais de pódios, lembrando ainda que tivémos inúmeros problemas com lesões, culminando com o corte da quinta colocada no mundial de 2007, Érika Miranda.

O mais importante é saber que tem um trabalho sendo feito visando o futuro. Nossas equipes infatís e juvenis são fortíssimas, além dos atletas das equipes sub 23 e sub 26 que disputam com os titulares da equipe olímpica vaga nas principais competições internacionais. Temos três, quatro atletas de nível na maioria das categorias, com raras excessões.

Temos atletas jovens, como Sarah Meneses e Mayra Aguiar que, com 16 e 17 anos respectivamente, já estiveram em Jogos Olímpicos, como os experientes Thiago Camilo, Edinanci Silva, Denílson Lourenço, que tentarão se manter na equipe no próximo cíclo.

O judô é um esporte muito, mas muito competitivo. O Japão não é mais tão hegemônico, o leste Europeu, dividido em mais de 15 países, tem muitas potências, a Ásia não se resumo aos "pais do judô", as Américas, principalmente com Brasil e Cuba está cada vez mais forte, e a Europa Ocidental tem cada vez mais atletas de elite. Além disso, vimos africanos e australianos brilhantes em Pequim. O judô está cada vez mais nivelado e equilibrado e é isso que devemos notar nesse próximo ciclo olímpico.

A seleção tem seus primeiros desafios ainda esse ano, como o mundial por equipes em outubro e o mundial junior em novembro. São os primeiros degraus de uma longa escada que chega em Londres.

Um comentário:

  1. Curti demais a análise,alias pra mim este é o melhor site esportivo do país...tanto que o recomendei pros meus amigos e todos hoje se informam através dele!Parabéns!

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