quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Cabeças de chave em todos os esportes

São muitos os esportes eliminatórios diretos nos Jogos Olímpicos: Esgrima, boxe, badminton, tiro com arco individual, tênis e tênis de mesa. Ainda existem outros tantos que uma derrota deixa o atleta apenas com chances de bronze, pela repescagem: Luta livre, greco romana, tawekondo e judô. Por isso, principalmente nestas modalidades, o sorteio das chaves é decisivo para o desempenho do atleta.

Os cabeças de chave existem em algumas destas modalidades, mas mesmo assim vi injustiças em inúmeras delas, já que esportes como judô, são apenas seis cabeças de chave numa chave de mais de 30 atletas. Um grande exemplo disso foi nosso campeão mundial de judô Luciano Corrêa, que enfrentou o líder do ranking mundial na primeira rodada, e este, que saiu vencedor, enfrentou o medalhista de bronze no mundial de 2007 na fase seguinte. Em contra partida, do outro lado da chave, judocas de menos expressão mundial passavam de fase por enfrentar adversários mais fracos. Confrontos entre República Dominicana e Canadá, Bósnia e EUA, Camarões e México foram vistos, classificando-os para a segunda fase e deixando o campeão mundial de fora. Um absurdo.

No boxe, tivémos atletas russos e chineses, grandes potências da modalidade, se enfrentando nas primeiras rodadas em diversas categorias. O maior exemplo disso foi na categoria até 81kg, em que na segunda rodada, o favorito russo Artur Beteryiev teve de enfrentar o chinês Xiaoping Zhang. Outro exemplo foi na categoria até 69kg, em que os dois principais favoritos de enfrentaram logo nas oitavas de finais.

Os exemplos acima foram apenas alguns dos tantos que aconteceram nos Jogos Olímpicos de Pequim, o que nos faz pensar que a melhor forma de definição de chaves é o que o tiro com arco individual faz. No primeiro dia dos Jogos, os 64 atletas fazem uma série de tiros individualmente e os play-offs são definidos com o primeiro colocado enfrentando o 64º, o segundo contra o 63º e assim por diante...

É claro que não temos como fazer uma ""tomada de tiros"" nos esportes como judô, boxe, tawekondo etc...Mas o que se pode fazer é pegar o ranking mundial e fazer 16 cabeças de chave, esses não se enfrentando na primeira rodada. Além disso, os oito primeiros cabeças de chave não podendo se enfrentar antes das quartas de finais, como costuma acontecer nos torneios de tênis da ATP. Desta forma, os quatro maiores favoritos na "teoria", se enfrentariam apenas nas semi finais.

Para ser um campeão olímpico não se pode escolher adversário. Mas, não se pode colocar todos os favoritos de um lado da chave e os menos credenciados do outro, sem precisar passar por adversários melhores para chegar ao pódio. É injusto abrir uma olimpíada com os dois melhores do mundo já enfrentando, tirando de um deles a chance de brigar pelo ouro ou mesmo por uma medalha logo de cara.

Esportes como esgrima e boxe deveriam se unir ás outras lutas e dar direito aos perdedores á disputar uma repescagem para se manterem vivo na luta por uma medalha. No judô, os atletas que perdem nas primeiras rodada, "torcem" para seus algozes chegarem nas semi finais e aí sim os perdedores podem continuar na disputa pelo bronze. Isso é importante e justo, já que caso você tenha perdido para um atleta que lutou tão bem que chegou ás semi finais, você pode voltar a lutar pelo pódio. No tawekondo e luta livre e greco romana, o perdedor precisa torcer para que seu algoz chegue na final. Já na esgrima e no boxe, quem perde dá adeus á competição, o que deixa com que o sorteio defina muita coisa.
Portanto, sou a favor de que o ranking mundial não defina apenas alguns cabeças de chave e sim todo o sorteio. Os oito primeiros colocados do ranking só se enfrentando nas quartas de finais, caso passem pelas primeiras rodadas, os quatro melhores só nas semi finais e assim por diante.
O que se viu em Pequim, e se vê há algumas edição dos Jogos, é muitas vezes o sorteio definir muita coisa no resultado de esportes como boxe, luta, tawekondo e outros.

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