quarta-feira, 9 de maio de 2012

Lançamentos e arremessos

Dentre todos os setores do atletismo brasileiro, o de lançamentos e arremessos é o que tem menos resultados importantes. Paralelo a isso é o que mais tem evoluido também, com muitos recordes nacionais batidos recentemente além de bons resultados em competições juvenis e de menores. 

Conversei na semana passada com João Paulo, um dos principais técnicos do Brasil. " O principal problema do Brasil é que os lançamentos longos tem que ser feitos em campos de futebol. E aí você já sabe né, não pode danificar o campo. Não existe essa amizade entre futebol e atletismo".

 Outros problemas que ele apontou foi a falta de um ídolo na modalidade. "Não tem em quem o atleta que está começando se espelhar.Não tem um Adhemar, um Joaquim, uma Maurren, um Robson..."

 Legal ver os recordes nacionais quebrados recentemente. No ultimo fim-de-semana, Geisa arremessou 17m87 no peso, recorde sub-23 do Brasil mas ainda um pouco distante da marca de Elisangela Adriano, 19m30. No masculino, o peso é talvez a prova mais fraca entre todas do atletismo, mas teve um recorde batido ano passado, pelo jovem Darlan Romani, marca ainda que é distante até mesmo do recorde sul-americano.
 Vale lembrar que os principais atletas do peso brasileiro treinam com um cubano em Uberlândia, o que tem alavancado a prova no país. Geisa foi campeã mundial juvenil em 2010 mas perdeu o título pois foi pega no doping. Já está de volta as competições e ainda sonha com a vaga olímpica.

 Quem já tem o índice olímpico é Ronald Julião, único classificado até o momento nas provas de lançamentos e arremessos. No disco, ele marcou 63m01 em competição nos EUA e depois melhorou essa marca para 63m20. Conversei com ele outro dia e ele quer chegar a 65m em Londres, distância que deve colocá-lo na final. 

No martelo feminino, as coisas vão difíceis, nenhuma atleta se destaca nem em nível sul-americano. Entre os homens, Wagner 'Montanha" bateu várias vezes o recorde brasileiro da modalidade mas ainda está a três metros do índice olímpico. Por fim, o dardo que é a modalidade que menos evoluiu nos últimos anos.

O Brasil teve Julio Cesar Miranda campeão mundial de menores em 2003 mas no adulto ainda não mostrou sua força, longe de índices para as principais competições do mundo. Atualmente, a chance é quase zero de alguém fazer a marca para Londres que é de 80m16.

 O trabalho está sendo feito e a melhora é visível. Em 2012, já tivemos queda de recordes nacionais no peso e martelo masculino.

Em 2011, o disco também caiu enquanto em 2010 tivemos a quebra do recorde brasileiro do dardo. No feminino, os resultados ainda são piores, mas na base a coisa está bem. Além de Geisa, já citada acima, tivemos bons resultados no dardo, com Rafaela Gonçalves quinta no mundial juvenil, e boas marcas no disco de atletas jovens.

 O próprio técnico João Paulo não acredita em outro índice, além do de Ronald, para Londres. "O Montanha é difícil, mas pode conseguir. No dardo, acho muito difícil".

 Que venha 2016.

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