Natação do Pan

Faltam menos de 40 dias para o PAN e as principais delegações da natação já estão definidas. Para o Brasil, o Pan será o segundo torneio mais importante do ano, depois do mundial, ocorrido em julho. Um avanço para a natação brasileira que nos últimos quadriênios, colocava o evento continental a frente do mundial, como foi o caso de 2003, quando quase ninguém foi ao mundial, disputado duas semanas antes do Pan.

Os EUA irão ao México com uma mescla de equipe B e C, ou seja, entre o terceiro e oitavos melhores do país em cada uma das provas. Uma equipe que parece fraca,mas é muito forte. Com certeza uns quatro ou cinco desses atletas estarão em Londres. Dois deles estavam no último mundial.

O Canadá, que tem uma equipe masculina um pouco mais fraca que a do Brasil,mas um time feminino bem mais forte vai ficar para trás no Pan. Com nadadores novos, dificilmente levará algum ouro. Seria muito interessante se levasse uma equipe forte, pois competiria de igual para igual com Brasil e EUA.

As outras equipes, incluindo o Brasil,vão com sua força máxima. Venezuela e Colômbia tem um ou outro nadador que briga pelo ouro. Países pequenos como Bahamas, Trinidad Tobago, Barbados e Ilhas Cayman chegam com "exércitos de um homem só" que podem garimpar algumas medalhas. Cuba está mais forte, México vem com um ou outro atleta que pode surpreender. Ou seja, apesar de o crescimento de algumas seleções, os ouros devem ficar em mais de 90% para brasileiros e americanos.

Thiago Pereira vai com o objetivo de levar nove medalhas. As provas não estão definidas, mas é muito provável que sejam: 200m e 400m medley, 200m livre, 100m e 200m costas e 200m peito, além dos três revezamentos.

Vendo os adversários em cada uma das provas, podemos prever vitórias tranquilas nas duas provas de medley. Nos 200m peito, Sean Mahoney será um adversário fortíssimo,mas Thiago tem um tempo melhor. Nos 200m costas, Ryan Tullius tem um tempo melhor que o de Thiago esse ano, além de Leonardo de Deus que também deve brigar pelo ouro. Nos 200m livre, os irmãos das Ilhas Cayman Brett e Shaune Fraser estão bem, além do também brasileiro Nicolas Oliveira. Por fim, nos 100m costas, única prova individual que Thiago não ganhou no Rio 2007, também será complicada em Guadalajara, com Eugene Godsoe e David Russel tendo nadado, esse ano, tempos melhores do que os de Thiago. Nos revezamentos, Brasil vem como favorito absoluto no 4x100m livre e briga de igual para igual no medley, com menos chances, e no 4x200m, com mais chances.

Para resumir, acredito que Thiago leve ouro nos 200m e 400m medley, 200m peito, 200m costas e revezamentos 4x100m livre e medley. Além disso, acho que leva prata no 4x200m livre e sobe no pódio nos 200m livre e 100m costas.

No restante das provas masculinas, Felipe França é favorito absoluto nos 100m peito, Kaio Marcio, caso tenha se recuperado do mundial, é favorito nos 200m borboleta. Claro que Cielo tem tudo para levar os 50m e 100m livre e Kaio e Mangabeira brigam pelo ouro nos 100m borboleta com Subirats e os dois americanos.

Resumindo,acho que o Brasil melhora um pouco o resultado de quatro anos atrás, quando levou 10 ouros. Creio que serão 11. Apenas nos 400m e 1500m o Brasil não brigará diretamente pelo ouro, também pelo fato de a equipe americana, nessas provas, vir forte, com um atleta que participou do último mundial, Charlie Houchin, e com outro atleta que já nadou para 15m06s os 1500m, Ryan Feeley.

No feminino, a coisa fica muito mais complicada. A equipe feminina dos EUA é favorita a levar ouro em todas as provas, mesmo com atletas da equipe B e C. Destaque para Elizabeth Pelton, titular da seleção medalha de ouro no revezamento medley no último mundial.

O Brasil tem chances de disputar três medalhas de ouro. Fabiola Molina terá que fazer seu melhor tempo da vida se quiser bater Pelton nos 100m costas. Daynara de Paula precisa voltar a nadar perto dos 57s, esse ano tem 58s56, se quiser lutar pelo ouro com Elaine Breeden e Claire Donahue.Claire, esse ano, já nadou para 58s05. A outra chance de ouro seria Flavia Delaroli nos 50m livre. Apesar de não viver uma grande fase,quer muito a medalha de ouro mas deve ter como principal adversária a atleta de Bahamas Arianna Vanderpool,que nadou para 24s79 esse ano.

Joanna Maranhão saiu das piscinas do Minas, no último José Finkel, dizendo que iria nadar sete provas no Pan. Ainda não sei quais seriam, mas ela está empolgada com os 400m livre, em que disse estar perto de nadar 4m10s, o que a colocaria entre as favoritas da prova. Também deve ir nos 200m borboleta, em que as americanas Kim Vandenberg e Lyndsay De Paul estão uns 3 ou 4 segundos a sua frente. Os 400m medley, prova em que foi finalista olímpica em 2004, ela disse que não nada mais. Mas, como é a única no Brasil capaz de nadar abaixo dos 4m50s, deve disputar o Pan e lutar por um pódio. Nos 200m medley, a americana Julia Smit está muito a frente. Se for mesmo nadar sete provas, acho que participaria ainda dos 200m costas e 200m peito, além do 4x200m.

Difícil prever algum ouro para o Brasil no feminino. Acredito que virão algumas medalhas, umas oito ou nove, número menor que em 2007, em que dois revezamentos perderam medalhas pelo doping de Rebeca. Infelizmente a natação feminina decaiu nos últimos dois anos. No nado peito, não deveremos ter pódio. O revezamento 4x200m vive um péssimo momento, e dificilmente repetirá a prata de 2003 ou mesmo o bronze de 2007

Como já disse aqui algumas vezes, a natação do Pan pode não ser tão forte quanto poderia, mas tem excelentes nadadores dos EUA, do Brasil e até de outros países que tem bons atletas. Valerá a pena acompanhar

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