segunda-feira, 20 de junho de 2011

Grand Slam de judô

O Rio de Janeiro sediou nesse fim-de-semana o Grand Slam de judô,com quase 60 países e mais de 400 atletas. O Brasil ganhou quatro ouros e um total de 12 medalhas. Algumas surpresas como João Gabriel e Rochele Nunes subiram ao pódio e embolaram a disputa por uma vaga em Londres.

O nível do Grand Slam foi alto, mas algumas ausências importantes. O time da Coreia, por exemplo,sequer trouxe atletas. Algumas seleções fortes da Europa também não estiveram por aqui. Mas isso não tira o mérito da campanha dos brasileiros.

Erika Miranda ganhou o ouro no sábado, o primeiro da história do judô feminino nacional. Na categoria até 52kg, ela, quinta colocada nos mundiais de 2007 e 2010, venceu quatro lutas para o ouro. Derrotou Bermoy, cubana número 8 do mundo. Venceu também a espanhola Laura Gomez, cabeça 1 da competição e número 4 do ranking. A final foi contra uma italiana que surpreendeu ao chegar tão longe.

Leandro Guilheiro também foi ouro. Na categoria até 81kg, o vice líder do ranking mundial chegou ao título com quatro vitórias, a final contra o russo Ivan Nifonton. O sul-coreano líder do ranking mundial não veio. Flavio Canto perdeu na primeira luta e está cada vez mais distante de lutar por uma vaga na Olimpíada, já que Leandro vive uma fase incrível e dificilmente ficará de fora de Londres. Quase impossível.


Mayra Aguiar teve uma revanche contra a norte-americana Kayla Harrison, que a venceu na final do mundial do ano passado. Mayra, depois de uma vitória na semifinal com um ippon no último segundo, lutou a final com Kayla e venceu por ippon.

O quarto ouro veio numa final brasileira. João Gabriel, bronze no mundial de 2007, sétimo em Pequim 2008 e que viveu dois anos de lesões e mais lesões, está de volta. Foi medalha de ouro ao vencer na final Daniel Hernandez. Daniel briga diretamente por uma vaga na Olimpíada com Rafael Silva, que este ano conquistou resultados muito bons, mas que ficou na quinta posição no Rio. João entrou na briga e tem mais 9 meses para garimpar pontos no ranking.

Outra categoria que deve embolar um pouco mais a disputa brasileira por vaga na Olimpíada é a categoria acima 78kg. Maria Suellen parecia já´garantida, mas viu Rochele Nunes conquistar o bronze no Rio e subir um pouco no ranking. Maria segue bem a frente, ficou em quinto no Rio, mas perderá pontos essa semana por não defendeu o vice conquistado ano passado. Rochele venceu Odelys Ortiz, cubana que a venceu na estreia do mundial de 2009, e quarta colocada no ranking. Infelizmente, a categoria estava bastante esvaziada e apenas 12 atletas lutaram.

Se entre os pesados, a disputa embolou, na categoria até 57kg Rafaela Silva se distanciou de novo de Ketleyn Quadros no ranking. No Rio, Rafaela venceu a 3ª do ranking, Sabrina Filzmoser e só perdeu na final para a romena Corina Caprioriu. Rafaela é 14ª no ranking e estava começando a ser ameaçada por Ketleyn, que esse ano já subiu ao pódio em três Copa do Mundo. Porém, a medalhista olímpica ficou em quinto, após perder nas quartas-de-final para a mesma Caprioriu.

Na categoria até 90kg, continua indefinição. Tiago Camilo e Hugo Pessanha conquistaram o bronze, mas Thiago seguirá com boa vantagem sobre Hugo, que perderá a pontuação do título do ano passado, já que depois de um ano a competição perde 50% dos pontos.


Maria Portela, na categoria até 70kg, ficou com a medalha de bronze, garantiu 120 pontos no ranking mundial. Pontuação importante pois até outro dia ela não estava na lista das classificadas para Londres e, com o resultado, deve subir para perto da 20ª colocação. Sua campanha teve duas vitórias, uma delas contra a espanhola Cecilia Blanco, vice campeã europeia.

Sarah Menezes segue sua regularidade. Mais uma vez no pódio. A medalhista de bronze no mundial do ano passado ficou com a prata no Rio, perdendo a final para a japonesa Haruna Assami. Legal também a participação de Taciana Lima, que venceu a medalhista olímpica Paula Pareto, e perdeu nas quartas para a própria Sarah.

As categorias até 60kg, 66kg, 73kg e 100kg no masculino não tiveram brasileiros no pódio. Nos mais leves e na até 73kg, nenhum brasileiro sequer entre os oito. Na 66kg, em compensação, três chegar as quartas-de-final. Nos 100kg, Leo Leite segue garimpando seus pontos, ficou em quinto, mas ainda está atrás de Luciano Correa que, machucado, não lutou no Rio.

O judô feminino mais uma vez mostrou sua força e ganhou medalha em seis das sete categorias, ficando de fora do pódio apenas até 63kg. Mariana Silva caiu nas quartas, depois de vencer um duelo interno com Camila Minakawa. Perdeu para holandesa quarta colocada no ranking.

O que mais me impressiona é a regularidade de Sarah,Mayra e Leandro Guilheiro. Os três foram medalhistas no mundial do ano passado e sempre lutam, ganham medalha.


Faltando 10 meses para o fechamento do ranking classificatório para Londres, o Brasil está bem encaminhado em todas as categorias. Na maioria delas, a disputa interna é muito maior do que a disputa externa. Ou seja, em boa parte dos pesos, dois atletas estão na zona de classificação olímpica. Em algumas, três.


A briga é boa e dura até maio do ano que vem.


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2 comentários:

  1. Caro Gui, eu fui ao grand slan de judô e confesso que me impressionei bastante com o que eu vi.

    Boa organização, público jovem, mais pelo menos de manhã, não tão empolgado (talvez por ser apenas uma eliminatória).
    Das coisa que eu não curti posso citar 4.
    1) Quase não entrei, devido ao esgotamento de ingressos. Só consegui ,pois um senhor que viria acompanhado das filhas não conseguiu acorda-las e me passou pelo preço honesto de grátis.
    Obs: De manhã o ginásio estava meio vazio.
    2) Pasmém o ar condicionado estava gelado eu sei que é injuto mais reclamo mesmo assim hahahah
    3) Torcida encomendada, que mais parecia papagaio de pirata, que ocupavam os melhores lugares do ginásio, tirando a posição de torcedores de verdade, definitivamente não precisava disso.
    4) Preço abusivo na alimento, onde um pequines quente, aquilo não pode ser chamado de cachorro custava 5 reais o mesmo preço para o refri

    Coisa que gostei.
    1) Esportistas ficavam rodando pela arquibancada, tirando fotos e promovendo o esporte para alegria da criançada.

    2) Baita estrutura, que chegou a ser mais bonito que o do pan, com exceção ao horrendo pódio.

    3) da segurança ao vendedor de pequines quente, todos conseguiam manter um sorriso e educação ao nos atender.

    4) Tranquilidade de ir e vir no ginásio.

    Se fosse dar nota, minha nota ficaria em 8. Bem próximo do aceitavel para uma olimpiadas.

    Só peço uma única coisa.

    Coloque mais placares pois nos tatames quatro e três (Melhores lutas) eu tinha que tentar advinhar quem estava vencendo.

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  2. Anônimo disse... Po, queria ter ido mas infelizmente sou de São Paulo.
    Bom saber das coisas positivas, mas esse negocio do pequines quente é foda hahahahahahaha

    Abraçoss e valeuu!!!

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