sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pólo Aquático

O Pólo Aquático brasileiro vive um momento muito importante. Da parte política, com a possível criação de uma Liga de Clubes, até a esportiva, em que 2011 temos campeonatos mundiais e Jogos Pan-Americanos importantes para que a modalidade cresça, principalmente em termos de resultados.

No lado político, seis dos oito principais clubes do Brasil no pólo aquático estão, há dois meses, se reunindo para criar uma Liga de Clubes, para que consigam organizar os campeonatos nacionais, aos moldes do que acontece no basquete masculino há três anos. A CBDA está totalmente contra a organização. "Luis Lima (idealizados da Liga)tem o direito de fazer quantas Associações quiser, porém, pedimos que a bem da verdade, não use o nome da CBDA nessas iniciativas que não têm o apoio da nossa Entidade Nacional, que tudo tem feito para desenvolver o Polo Aquático no Brasil." diz um comunicado da CBDA.

No esporte, o pólo aquático masculino pode "fazer um mundial histórico, mas pode ser para o mau ou para o bem", como bem resumiu um dos principais jogadores da seleção, Felipe "Charuto". Isso porque a chave do Brasil não é das mais difíceis, enfrentará o Japão, um time disciplinado mas que pode muito bem ser batido por nossa seleção e o Canadá, país que vem disputando com o Brasil há anos o segundo posto do continente. O terceiro componente do grupo é a Croácia, país que é "praticamente impossível de vencer" segundo o jogador da seleção, Danilo Correa.

No último mundial, a seleção ficou com em 13º lugar, com três derrotas na primeira fase e duas vitórias no torneio de consolação, inclusive uma histórica contra a Macedônia, um time dos balcãs, maior "pólo de pólo" do mundo. A chance de ficar entre os 12 neste mundial é real e a possibilidade de chegar entre os oito existe, o que seria incrível.

Há, ainda, a possibilidade de o Brasil conseguir uma vaga na Olimpíada de Londres. Para isso, os EUA, um dos melhores times do mundo, teria de ficar entre as três primeiras colocações no mundial, garantindo assim uma vaga direta na Olimpíada. Desta forma, os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara daria uma vaga para a melhor seleção depois dos EUA, posição que o Brasil alcançou nos dois últimos pan-americanos, com vitórias inesquecíveis sobre o Canadá.

Em 2011, o Brasil já jogou duas vezes com o Canadá, fez jogos duros, mas acabou perdendo nos detalhes.
"Não podemos ser hipócritas e falar que não torcemos para que os EUA se classifiquem para Londres já no mundial, abrindo uma chance real para gente" diz Danilo Correa, jogador da seleção.

Vinicius Antonelli, o "Bin Laden", goleiro da seleção, tem ideia diferente: " Não vou pensar muito nos EUA, quero que o Brasil faça um bom mundial, se prepara e até mesmo consiga vencer os EUA no Pan para conseguir a vaga em cima deles".

De qualquer forma, é um momento importante. A seleção perdeu a chance de disputar a Liga Mundial, a Confederação optou por levar a seleção para 15 dias de treinos na Europa. " Esses 15 dias de treino valem por 200 jogos aqui no Brasil" garante Charuto, um dos pilares da seleção brasileira. Agora, as chances do Brasil no mundial aumentaram, podemos ter um Pan inesquecível e uma vaga olímpica que não vem desde 1984(quando o Brasil só participou por conta do boicote soviético à Olimpíada americana) com uma seleção que em 2010 se renovou, com um sul-americano decepcionante, com derrota e "apenas" um bronze.

O pólo aquático masculino brasileiro está recheado de problemas. Muitos dos atletas têm um segundo emprego, que na verdade é o primeiro emprego, deixando o pólo em segundo plano. Outro problema é a falta de jogos. A seleção atuou apenas quatro vezes na temporada, todos pelo pré-mundial em janeiro, e os clubes só começaram a jogar no ínicio de maio, com os campeonatos estaduais. "Nossa seleção sempre começa os mundiais perdidos, sem ritmo de jogo, mas as últimas partidas são bem melhores. Os jogadores das outras seleções sempre falam isso, não acreditam nas nossas últimas atuações".

Mas, confio na vontade e na força dos nossos jogadores que vão com tudo para as duas principais competições, o Mundial e o Pan. É a hora da reviravolta do pólo brasileiro!

As chances de classificação olímpica no feminino, infelizmente, praticamente não existem. Isso porque, para Londres2012, são apenas oito times que participam do evento e somente uma vaga para as Américas. Dentro do continente, temos EUA e Canadá,que simplesmente fizeram a final do mundial de Roma 2009.




A seleção feminina não passou pela renovação que a masculina passou em 2010. Muitas das jogadoras fazem parte do time há alguns anos, algumas até fizeram parte da história vitória sobre os EUA nos Jogos Pan-Americanos de 99, quando o Brasil conquistou o bronze. Bronze repetido em 2003 mas perdido em 2007. O objetivo para 2011 é conquistar esse bronze de volta, mas a disputa será árdua contra Cuba, eternas rivais, com as porto-riquenhas e até mesmo as mexicanas, que naturalizaram algumas americanas para não fazer feio em casa.

No mundial, a seleção deu azar no sorteio. Muito azar. A chave é composta por Grécia, Espanha e Rússia .Três seleções europeias entre as melhores do mundo. Grécia e Rússia disputaram o bronze no último mundial enquanto a Espanha venceu o Brasil por 12 a 6 no último mundial.

Arrancar alguma vitória nessas partidas seria histórico, para alcançar um posto próximo ao mundial de 2005, quando ficou na 10ª posição, fazendo jogos iguais com Espanha e Canadá.

Enfim, o momento do pólo aquático é decisivo. Um sonho seria terminar 2011 com uma Liga de Clubes forte, com a seleção masculina com uma prata no Pan e até mesmo uma vaga olímpica e o time feminino de volta ao pódio no Pan e, porque não, com uma Liga feminina, que ainda não existe, já que os campeonatos nacionais das meninas não passam de um fim-de-semana

Vamos esperar.

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