Para mim, o nome mudou mas o campeonato continuou igual. Oito times, domínio total dos times paulistas, basquete carioca sucateado, apenas duas regiões do país representada,sendo sete do sudeste e um do sul. Tudo muito pouco alterado.
O campeão mudou. Nada de Ourinhos, campeão cinco vezes até ano passado, quando Americana quebrou a hegemonia. Mas o estado do time não mudou. O Santo André foi campeão, depois de 11 anos longe dos trofeus nacionais. Venceu na final Ourinhos na partida única em São José. Isso mesmo, em São José.
A TV pediu para a final ser em jogo único em campo neutro.E, mesmo sem a transmissão nem flashes da Globo, a partida foi as 10h de um domingo. Torcedores do Ourinhos, fanáticos pelo basquete há anos, saíram de suas casas a meia noite para chegar as 9h no ginásio de São José. Já os torcedores de Santo André tiveram ônibus fretados pela prefeitura para chegar em São José em pouco mais de 2h de viagem.
O Ginásio até que encheu.Com os bravos torcedores dos times e com escolas da cidade de São José, que levaram seus alunos.Esses alunos escolhiam para quem torcer. Alguns criticaram.Eu adorei a ideia. Se o Ginásio não iria encher, ótimo lotar as arquibancadas com crianças para conhecer o esporte, se interessar e praticar.
Ariadna foi a cestinha da Liga e a MVP. A cubana, que defendeu Santo André, foi decisiva até o quinto jogo da semifinal. Na ocasião, marcou apenas dois pontos e, na final, também não brilhou. Quem brilhou na semi foi Micaela, afastada da seleção desde a chegada do espanhol Colinas. Na final, o brilho foi de Simone, 29 anos, bicampeã pelo Santo André, já que esteve no título conquistado em 99.
Santo André, pelo que eu vi no fim da primeira fase, era favorito e disse aqui no blog inúmeras vezes. Mesmo com a segunda posição na fase de classificação, o time terminou o returno invicto. No comando, Lais Elena, há décadas no time.
Mas Ourinhos também está de parabéns. Com um investimento muito menor do que há alguns anos, o time chegou a final mesmo depois de ter ficado na quarta posição na fase de classificação. Méritos para Antonio Carlos Barbosa, que assumiu o time no meio da competição e deu um jeito.
E que jeito!
As semifinais foram emocionantes. Foi legal ver o time da Mangueira, recheada de jovens, chegar nos play-offs das quartas de final, legal ver a mídia um pouco em cima da competição, legal ver técnicos veteranos mostrarem tanta competência, legal ver a homenagem a Helen ,que se aposentou.
Mas faltou muita coisa. Três meses de campeonato é muito pouco para uma Liga. Poderíamos ter um jogo das estrelas no meio da Liga. Ou juntar pelo menos algumas atrações femininas no fim-de-semana das estrelas masculino.
Temos que falar que, se sobrou emoção, faltou técnica. Mesmo para os "quatro grandes", faltou muita técnica aos times brasileiros. Muitos e sucessivos erros, mesmo nos jogos entre os melhores times.
E, só para terminar. Acho triste a MVP da Liga Brasileira ser uma cubana. Ariadna realmente mereceu. Mas poxa, uma cubana? Cuba está com um basquete mais decadente que o do Brasil.
Enfim, viva o basquete feminino do Brasil. Uma Liga emocionante. Mas faltou bastante coisa...
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