sábado, 26 de março de 2011

Chinesa no tênis de mesa

Sempre fui contra a naturalização de chineses no tênis de mesa. Liu Song da Argentina, Wu Xue da República Dominicana. Isso sempre me irritou muito, principalmente porque esses atletas venceram os brasileiros, brasileiros de verdade, diversas vezes.

A Confederação Brasileira sempre foi contra a essa política e não tem nenhum chinês ou chinesa na equipe. Entretanto, isso está prestes a mudar. Gui Lin deve virar brasileira assim que completar 18 anos, o que acontecerá no próximo mês de outubro.

Entretanto, acredito que o caso de Gui Lin não seja igual ao dos argentinos e dominicanos. Gui Lin veio para o Brasil com 12 anos, trazido por um técnico chinês, é verdade. Porém, nos últimos seis anos aprendeu a língua, viveu a cultura, sabe cantar o hino(cantarolou a melodia para mim melhor que muitos jogadores da seleção), ama o Brasil e tem até um time de futebol, o Palmeiras.

Ou seja, apesar de não ser brasileira de nascimento, virou brasileira de coração.

Isso não acontece com a maioria dos chineses de outros países. Estes se naturalizam apenas pela dificuldade de conseguir bons resultados na China, grande potência da modalidade. O dominicano Ju Lin, atual campeão Pan-Americano individual, já subiu ao pódio com a bandeira de seu país de ponta-cabeça e até outro dia sequer sabia falar espanhol.

Uma curiosidade deste caso aconteceu no mundial por equipes de 2010, em Moscou. Cingapura ganhou a medalha de ouro vencendo a China na final. Três das cinco atletas campeãs por equipes eram chinesas e derrotaram as adversárias de sua terra natal.

Gui Lin morou na China até os 12 anos e tem uma base de perna muito boa. Essa base ela ganhou na China. O que lhe falta é preparo físico e força. Mas, como tem apenas 17 anos, tem muito a melhorar. Segundo ela, a China é boa no tÊnis de mesa pela quantidade de praticantes e porque, quando criança, as atleta só entram em torneios depois de aprender 100% a técnica da modalidade. Aqui no Brasil, a criança dá duas raquetadas e já entra em diversos campeonatos, sente a pressão por vitórias e acha que já sabe jogar.
Gui Lin tem tudo para ser a melhor do Brasil. Já ganhou algumas vezes de Ligia Silva, experiente que há anos está na seleção brasileira, e também já venceu as mais novas do time, como Caroline Kumahara e Jessica Yamada.

Pelas novas leis de ITTF, ela só pode se naturalizar aos 18 anos. Está há cinco anos no Brasil e pretende conseguir todos os documentos necessários até outubro, quando chega a maior idade. Ela terá duas semanas para conseguir a confirmação de sua naturalização.

Será corrido, mas valerá a pena.Com ela na equipe, o Brasil pode voltar ao pódio do Pan no feminino, depois da ausência no Pan do Rio.

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3 comentários:

  1. Também considero este caso completamente diferente. É como o Fernando Meligeni, no tênis. Veio criança para o Brasil e criou laços. Nesse caso, também sou favorável.

    Nos demais países, o atleta já foi adulto, justamente por não ter espaço em seu país de origem. Não tem laços com o novo país. Nesse caso, sou contra.

    Abraços,

    Nagato

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  2. Nao sei nao, pra mim o Brasil tah comecando a querer naturalizar gringos em esportes q eh sempre humilhado e nunca ganha nada. Tem o caso do Shammell no basquete q o Brasil quer q se naturalize e o Marat Garipov na luta Greco Romana q a CBLA jah queria q se naturalizasse pra poder mandar pra Londres, o cara so se mudou pro Brasil em Dezembro.

    Mesmo assim nao vai adiantar nada, a China sempre leva tudo no ping pong.

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  3. Bem legal o blog.
    Bjs de Londres Dan

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